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Ciências Biomédicas | MEMBRO TITULAR

Leny Alves Cavalcante

(CAVALCANTE, L. A.)

26/03/1939
Brasileira
05/03/1997
19/01/2022

Leny A. Cavalcante nasceu em Cariús (CE) em 1939 e iniciou sua carreira científica como Auxiliar de Professor de Bioquímica na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará, quando teve o seu interesse despertado pela pesquisa pela visita do grupo de Fisiologia de Ribeirão Preto: M.R. Covián, E.M. Krieger e R.H. Migliorini. Estimulada por este último, iniciou sua formação pós-graduada em Fisiologia Endócrina (1967-1969) na University of California, Berkeley, obtendo o grau de Mestre sob a orientação de Edward S. Evans. A seguir, ingressou no Programa de Doutorado do Instituto de Biofísica da UFRJ, iniciando seus estudos em Neurobiologia sob a orientação de Aristides A. Pacheco Leão. Atraída pelas potencialidades do gambá (Didelphis marsupialis) como modelo experimental para estudos de Neurobiologia do Desenvolvimento e pelo renascimento da Neuromorfologia (Neuroanatomia Molecular) nos anos 70, passou a estudar a organização e desenvolvimento do sistema visual. Sua tese de Doutorado (1976), orientada por C.E. Rocha-Miranda, foi um trabalho pioneiro em Neurobiologia do Desenvolvimento, e os artigos dela decorrentes têm sido freqüentemente citados em revisões que tratam da ontogenia e evolução de circuitos neurais (e.g. Guillery, R.W., Contrib. to Sensory Physiol., 7:39-73, 1982; Shatz, C. & Sretavan, D.W., Ann. Rev. Neurosci., 9:171-207, 1986; Robinson, S. & Dreher, B., Brain Behav. Evol., 36:177-195, 1990). Seu trabalho subseqüente e os das teses que orientou, formal ou informalmente, analisaram inicialmente as características espaço-temporais da neuronogênese, da axonogênese e sinaptogênese na retina ou em centros visuais. A partir de evidências sugestivas de interações neurogliais durante o desenvolvimento, focalizou o interesse do seu laboratório em estudos de diferenciação de células gliais, que contribuíram para o conceito de heterogeneidade da glia radial (astroglia) in vivo, o qual foi convidada a apresentar no 8th Biennial Meeting of the International Society for Developmental Neuroscience (1990). Este conceito foi expandido em estudos colaborativos in vitro que prosseguem em paralelo aos que considera o “padrão dourado” da diferenciação glial (estudos in vivo). Considera como a maior recompensa da sua carreira científica o envolvimento atual de ex-estudantes na criação de grupos emergentes de pesquisa.