Jacques Raymond Daniel Lépine

Jacques Lépine nasceu na França em 1946, e veio para o Brasil com idade de dois anos (naturalizou-se brasileiro depois de adulto). Passou sua infância no interior do Estado de São Paulo, em Porto Feliz. Realizou o curso colegial em São Paulo, no Liceu Pasteur, onde se formou em 1963. Cursou Física na USP de 1964 a 1967, realizando sua iniciação científica junto ao acelerador Van de Graaf, na área de Física Nuclear. Continuou neste laboratório durante seu mestrado, defendendo a tese em 1970, com o título “Medidas de secções de choque de captura de nêutrons” Em seguida enveredou para a radio-astronomia, trabalhando inicialmente no CRAAM (Universidade Mackenzie) que iniciava o projeto do radiotelescópio do Itapetinga . Foi para o Observatório de Meudon, França, para realizar trabalho de doutoramento em radioastronomia,sob orientação do Prof. Nguyen-Quang-Rieu. A tese versou sobre Emissão Maser OH e H2O de envelopes circunstelares. Foi defendida em janeiro de 1977, no Obs. de Meudon (Universidade de Paris 7), sendo o titulo de Doctorat dEtat.Pouco depois do regresso ao Brasil o grupo de radioastronomia da Universidade Mackenzie foi absorvido pelo Observatório Nacional /MCT , passando portanto Dr. Lépine a ser pesquisador daquele Instituto. O período de 1977 a 1979 foi bastante produtivo em radioastronomia, com várias descobertas na área de masers interestelares e circusntelares,em particular o primeiro “Megamaser” extragaláctico que deu origem a uma publicação na revista Nature. Transferiu-se em 1982 para o IAG-USP, onde conduziu com colegas um “survey” (procura sistemática) de fontes infravemelhas no Observatório Abrahão de Morais (Valinhos, SP) que constituíram as primeiras observações infravermelhas no país. Foi efetuado mais tarde um “survey “de estrelas T Tauri no Observatório do Pico dos Dias, que permitiu a descoberta de centenas de estrelas jovens, que deram origem a diversas pesquisas para revelar sua natureza exata. Foi presidente da Sociedade Astronômica Brasileira de 1987 a 1988, e duas vezes chefe do depto. de Astronomia do IAG, de 1994 a 1998 (reeleito em 1996). De 1998 a 2001 foi Membro do “Board de Diretores” do projeto SOAR, telescópio de 4m de diâmetro instalado no Chile, do qual o Brasil dispõe de 1/3 do tempo. Foi responsável pelo pedido SOAR à FAPESP, e organização de workshop de avaliação do SOAR por aquela Fundação.Foi Diretor do IAG-USP de 2001 a 2005, realizando em sua gestão a mudança do Instituto para a Cidade Universitaria.Desde 1998 é investigador principal (PI) do projeto de um espectrógrafo ainda em construção, que é o instrumento brasileiro junto ao telescopio SOAR. Articulou a candidatura do Brasil para receber em seu território o maior projeto internacional de radioastronomia, o SKA (Square Kilometer Array), organizando os estudos necessarios, inclusive campanha de medidas de radio-interferencias no Brasil (no final, outros paises apresentaram condições melhores). Orientou 7 teses de doutoramanto e 15 de mestrado. Fez parte do comitê organizador de diversos simpósios internacionais realizados no pais. Desde 2007 é membro do Comitê Assessor de Fisica e Astronomia do CNPq.