Iván Antonio Izquierdo
(IZQUIERDO, I.)
Seu interesse na pesquisa despertou no 2º ano do curso de Medicina. Em 1956, estavam voltando à Universidade de Buenos Aires figuras importantes que tinham sido excluídos dela na ditadura Perón: Houssay, De Robertis, Leloir etc. Entrou no mundo da pesquisa aos 19 anos, como auxiliar técnico no laboratório de Roberto Mancini. Nos últimos anos do curso médico começou a se interessar, através da Psiquiatria e da Neurologia, nas Neurociências. Por conselho de Eduardo De Robertis, aprendeu neurofarmacologia com seu pai, Juan Antonio Izquierdo, com quem fez a parte experimental de seu Doutorado, e depois fez um estágio pós-doutoral com José Segundo e John D. Green, em U.C.L.A. Em 1964 foi nomeado, por concurso, Professor Adjunto na Universidade de Buenos Aires, e em 1966, Titular de Farmacologia na Universidade de Córdoba. Nas duas conseguiu formar e estabelecer grupos de pesquisa importantes. Em Córdoba fundou o que por muitos anos seria considerado o melhor Departamento de Farmacologia da Argentina. Em 1973 decidiu se transferir para o Brasil; primeiro para a UFRGS, e depois (1975) para a Escola Paulista de Medicina. Nas duas também conseguiu criar grupos importantes de pesquisa. Retornou à UFRGS em 1978, com a incumbência de ajudar na criação da pós-graduação em Bioquímica e instalar a pesquisa nesse Departamento. As duas tarefas foram muito bem sucedidas, e tanto o CPG em Bioquímica como o Departamento de Bioquímica estão entre os mais produtivos do país, e mais conhecidos fora do mesmo. Contribuiu para a formação de numerosos discípulos, que ocupam posições de destaque no Brasil, na Argentina e em outros países.
Sua linha principal de pesquisa tem sido, desde 1966, a Biologia da Memória. Teve publicados 348 trabalhos em revistas ou livros especializados, com comitê editorial, a maior parte deles nessa área. Sua contribuição à mesma tem sido o estudo de numerosas drogas que afetam a memória (anfetamina, atropina, opioides); a descoberta de mecanismos neurohumorais (beta-endorfina, benzodiazepínicos) que regulam a formação e a evocação da memória, junto com mecanismos hormonais, em relação com processos emocionais ou afetivos; a seqüência bioquímica que subjaz à formação da memória no hipocampo, e sua interação com outras estruturas. Estes trabalhos são usados habitualmente como referência, no exterior, nesta área de pesquisa.
Nos últimos anos tem se dedicado paralelamente a escrever contos e ensaios, em português.