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Ciências Físicas | MEMBRO CORRESPONDENTE

George Bemski

(BEMSKI, G.)

20/05/1923
Brasileira
29/03/1984

Começou a estudar Engenharia, primeiro na UNAM do México, logo na Universidade da California em Berkeley. A transição ocorreu durante o serviço militar (1946-1947) quando decidiu que o seu interesse estava mais ligado à Física, por ser esta uma atividade mais fundamental.
A tese do Ph.D. concluída em 1953, estava ligada a feixes moleculares. A sua primeira experiência profissional consistia do trabalho em semicondutores no Departamento do Desenvolvimento da Bell Telephone Laboratories em Murray Hill, N.J. Este período coincidiu com o rápido desenvolvimento de transistores e do silício e germânio utilizados na produção de transistores. Estava envolvido nos estudos de tempo de vida dos elétrons nestes materiais, em função dos defeitos, principalmente das impurezas. Este foi um típico exemplo de pesquisa aplicada. Em um certo momento começou a estudar os defeitos produzidos pela irradiação com feixes eletrônicos. Esta linha evoluiu na direção da pesquisa básica na qual se tentava identificar os defeitos produzidos. Foi então transferido para o Departamento de Pesquisa.
Depois do período excitante na Bell Telephone começou a desviar-se na direção da Biofísica o que coincidiu com a sua saída da Bell e ida ao Brasil (1960-1964).
Sua permanência no Brasil foi muito interessante, já que foi simultânea com o começo das atividades experimentais no campo da Matéria Condensada neste país. Sua experiência resultou ser útil no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas no Rio de Janeiro e na Universidade de São Paulo onde administrou os primeiros cursos de Matéria Condensada oferecidos nesta Universidade. É interessante notar que estas duas atividades foram apoiadas por dois físicos teóricos: José Leite Lopes no CBPF e Mario Schemberg na USP. Os dois eram conscientes da importância da Matéria Condensada no futuro desenvolvimento da Física no Brasil.
Em 1963 começou a trabalhar com bacteriófagos no CBPF, sua primeira atividade experimental na Biofísica. Por razões pessoais voltou aos Estados Unidos onde continuou o trabalho com bacteriófagos e se interessou em hemoglobinas no Albert Einstein College of Medicine em Nova York (1964-1967).
Continuou a trabalhar na Biofísica, primeiro no Albert Einstein, depois no IVIC na Venezuela e em seguida na PUC-RJ. Foi um caminho curioso que o levou de volta ao CBPF, depois de 18 anos.
Seu conselho é de não temer mudar de campos de atividade, ainda que às vezes isso pareça difícil. Acredita que existe algu humanamente satisfatório em não se restringir a um campo específico a vida inteira e não se tornar um especialista com interesses estreitos, fato infelizmente comum.