Elysiario Távora Filho
(TAVORA FILHO, E.)
Elysiário Távora Filho formou-se Agrimensor de Terras Públicas pela Escola Nacional de Minas e Metalurgia na Universidade do Brasil (1934) e Engenheiro de Minas e Metalurgia da UB(1938). Desde então, dedicou-se ao magistério superior. Foi Professor Adjunto de Mineralogia e Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade do Distrito Federal em 1938, ingressou na Faculdade Nacional de Filosofia (FNFi) da Universidade do Brasil (UB) em 1939 como Professor Auxiliar, permanecendo como Professor Catedrático Interino de 1942 a 1946. Com a aprovação em 1946 no concurso para a Cátedra de Mineralogia e Petrografia da FNFi da UB, conquistou o grau de Doutor em História Natural. A partir daí, consolidou uma carreira brilhante e fecunda, com bolsas de estudo, cursos de aperfeiçoamento, conferências sobre assuntos científicos e técnicos, concursos, publicações e pesquisas, numa atividade intelectual intensa e produtiva. Dirigiu seminários no Departamento de Geologia da Universidade de Columbia, Nova Iorque (1946), no Departamento de Geologia do Instituto de Tecnologia de Massachusets, Cambridge (1947), no Journal Club da Universidade de Columbia, Nova Iorque (1947), no Instituto de Física da Universidade de Cuyo, Argentina (1957) e no Departamento de Geologia da Pennsylvania State College (1964-1965). Possui vários trabalhos publicados sendo a maioria sobre seus temas preferidos: Mineralogia, Petrografia, Rádio-Cristalografia e Matemática. Efetivado no cargo de Professor Catedrático de Mineralogia e Petrografia da FNFi, nela trabalhou até sua transferência para o Instituto de Geociências da Universidade Federal do Rio de Janeiro (1966-1968). Ocupou, também, entre outros cargos, o de Engenheiro de Minas e Metalurgia do Quadro Permanente do DNPM de 1955 até sua exoneração, a pedido, em 1979. Nas suas pesquisas percebe-se o Professor Távora fundamentalmente matemático e geômetra, dublê de naturalista; daí a facilidade com que pesquisou no campo de cristais e dos minerais. Entre seus trabalhos deve-se mencionar o emprego do cálculo vetorial e de matrizes ao estudo do campo cristalino e da simetria da matéria. Um grande serviço prestado pelo Professor Távora à ciência brasileira foi a utilização intensiva dos métodos rádio-cristalográficos que desenvolveu nos gabinetes da Produção Mineral, transformando em operação corrente o que até então representava uma incursão perigosa e muito rara no domínio da pesquisa. Os estudos e pesquisas de Mineralogia se ressentiam da ausência de profundidade e precisão, pouco passando de uma sistemática algo duvidosa, sendo que a maior parte dos minerais novos caracterizados no Brasil foi descoberta por estrangeiros. Com seus estudos sistemáticos sobre a cela unitária, o Professor Távora emprestou a esse campo uma profundeza e um rigor que as investigações anteriores não possuíam, criando uma verdadeira escola de mineralogistas brasileiros. No Rio de Janeiro, foi responsável, também, pela criação de dois laboratórios de raios X: um na Universidade do Brasil e o outro no Departamento Nacional de Produção Mineral. Em 1978 a UFRJ concedeu-lhe o título de Professor Emérito. Entre muitos lauréis recebidos, foi agraciado com o prêmio José Bonifácio de Andrada e Silva, concedido pela Sociedade Brasileira de Geologia em 1960. Um outro momento de destaque foi, quando o mineral (fosfato de lítio e ferro) procedente do Brasil e estudado nos Estados Unidos por W.T. Pecora e M.L. Lindbergh, ambos do United States Geological Survey, foi, em sua homenagem denominado “tavorita”.