Eduardo Cantera Marino
(MARINO, E. C.)
Desde a infância sentiu uma atração muito forte pela ciência e um interesse muito grande no entendimento dos fenômenos da natureza. Aos quatorze anos decidiu seguir a carreira científica, tendo escolhido pouco tempo depois a Física Teórica. Ingressou no curso de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul em Porto Alegre em 1972, tendo-se classificado em priemiro lugar no concurso vestibular. Graduou-se como Bacharel em Física em 1975, recebendo uma bolsa-prêmio concedida pela Secretaria Estadual de Eduacação e Cultura aos dez alunos que se graduavam naquele ano com melhores currículos acadêmicos do estado em todas as áreas do conhecimento. Decidindo trabalhar na área de Teoria Quântica de Campos, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde, sob a orientação de Jorge André Swieca, concluiu o mestrado em 1978 e o doutorado em 1980, na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Nesta época, desenvolveu a formulação da teoria da dualidade ordem x desordem na Teoria Quântica de Campos e a sua relação com a quantização de excitações topológicas. No período de 1981 a 1983 realizou Pós-Doutoramento na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Poucos anos depois começou a interessar-se pelas aplicações da Teoria de Campos na Física da Matéria Condensada, tendo sido um dos introdutores desta área no Brasil com um artigo sobre a dinâmica de polarons publicado no Physical Review Letters em 1985. Desde então tem ministrado diversos cursos e proferido inúmeras conferências sobre esta área, no Brasil e no exterior. Em 1986 ingressou como Professor Associado da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, através de concurso público em que foi classificado em primeiro lugar. Nos anos seguintes, desenvolveu a teoria quântica para vórtices e monopolos magnéticos não abelianos com base na estrutura de dualidade ordem x desordem. Também obteve a bosonização completa do campo de Dirac em duas dimensões espaciais, o que até então só era conhecido em uma dimensão. Em 1992 e 1993 esteve como Professor Visitante da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, onde ministrou o curso de Física Básica. Em 1994, prestou concurso público para Professor Titular do Departamento de Física Teórica do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Foi aprovado em primeiro lugar, tendo assumido a posição que ocupa desde então. No período que se seguiu, dedicou-se principalmente a formular uma teoria contínua para os supercondutores de alta tempertaura, com base na metodologia da Teoria Quântica de Campos. Desenvolveu, em particular, uma teoria para a dopagem que explica a destruição da ordem antiferromagnética nestes sistemas. Ao longo da sua vida acadêmica, foi convidado a proferir conferências nos Estados Unidos, Alemanha, França, Itália, Índia, Portugal, Argentina, Chile e Uruguai. De 1995 a 1999, foi o Coordenador Científico da área de Física e Astronomia da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro. Desde 1995 é Pesquisador 1A do CNPq. É casado com Norma Dornelles Marino e tem duas filhas.