Carminda da Cruz Landim

Nascida em Portugal, na província da Beira Litoral, distrito de Coimbra, veio com a família para o Brasil, como imigrante, no fim da década de 30, indo instalar-se em Presidente Venceslau, no sudoeste do Estado de São Paulo, onde o pai trabalhou, inicialmente como empregado, na exploração de madeira em uma fazenda e posteriormente adquiriu um bar na cidade. Fez o curso primário e ginasial em Presidente Venceslau e o colegial como aluna interna no Colégio Piracicabano, em Piracicaba, SP. Fez o curso superior na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (1955-1958) onde obteve a licenciatura e bacharelado em História Natural. Pretendendo empregar-se como professora dessa disciplina na rede pública, por essa época requereu sua naturalização. No entanto, logo após a formatura, foi convidada pelo Prof. Dr. Warwick Estevam Kerr para trabalhar na recém-instalada Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Rio Claro, SP. O convite foi aceito, e desde 1959 é docente da mesma instituição, atualmente transformada no Instituto de Biociências de Rio Claro, da Universidade Estadual Paulista (UNESP). Sempre trabalhando em tempo integral, doutorou-se pela FFCL da USP em 1963, fez o concurso de livre-docência na FFCL-Rio Claro em 1967, o de Professor Adjunto em 1975 e o de Titular em 1978, no já então Instituto de Biociências da UNESP. Desde sua vinda para Rio Claro, sua principal linha de pesquisa tem sido o estudo das glândulas exócrinas dos insetos sociais. Tem abordado aspectos anatômicos, histológicos, histoquímicos e ultra-estruturais de maneira comparativa entre espécies e levando em conta a função dessas glândulas no comportamento e na integração social, uma vez que os produtos de algumas delas são usados como feromônios e outros como alimento para a cria, a rainha e os machos. Instalou no Departamento de Biologia o Laboratório de Microscopia Eletrônica, tendo obtido todos os equipamentos com auxílios das agências financiadoras (FAPESP, CNPq e FINEP). Foi devido ao seu empenho que foram criados os cursos de pós-graduação no Instituto de Biociências, já em 1975. Coordenou a pós-graduação em Zoologia de 1975 a 1984. Foi por três vezes Chefe do Departamento de Biologia e diretora do Instituto de Biociências, no período de 1989 a 1992. Tendo já completado 36 anos de serviço, continua a fazer o que sempre fez: ministrar aulas para a graduação e pós-graduação, trabalhando na sua linha de pesquisa. Atualmente (1995) é Coordenadora da Pós-Graduação em Biologia Celular e Molecular do Instituto de Biociências.