Nascida na França em 1928, Annie considerava o Brasil, sua segunda pátria, tendo vivido no país de 1952, quando chegou ao Rio de Janeiro com seu marido, o físico brasileiro Jacques Danon, a 1968, quando o recrudescimento do regime militar a forçou a deixar o país. Juntos tiveram 3 filhas, Irène, Lucia e Beatriz. Com formação em química, biologia, fisiologia e etnologia, Annie iniciou sua trajetória como pesquisadora no Instituto de Biofísica e Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Em 1954, recebeu um convite do Professor Haity Moussatché para trabalhar no Instituto Oswaldo Cruz, onde demonstrou a participação da energia metabólica nas reações alérgicas e descobriu a presença de imunoglobulina E (IgE) em camundongos. Após retornar à França, sua pesquisa continuou a se concentrar na compreensão dos mecanismos que causam a alergia. Ela trabalhou no Collège de France como assistente e mestre de pesquisa, com o Dr Bernard Halpern, na Cátedra de Medicina Experimental, por uma década. Em 1978, juntou-se à Unidade de Hipersensibilidade Imediata e Imunopatologia do Instituto Clamart. Mais tarde mudou-se para o Instituto Pasteur, onde atuou como pesquisadora da Unidade de Imunoterapia Experimental e Imuno-Alergia até o fim da sua vida. Annie manteve laços profissionais e pessoais com a comunidade científica brasileira, o que a levou a visitar o Brasil com frequência em missões mais ou menos longas, no período de 1975 a 1995. Faleceu em 1997.