Janine Inez Rossato nasceu em Nova Palma, no Rio Grande do Sul, em 1978. É graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), onde concluiu o mestrado em Bioquímica Toxicológica. Cursou doutorado em Ciências Biológicas (Bioquímica) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atualmente é bolsista de pós-doutorado na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS).

Atua, principalmente, na área da Neurociência, com ênfase em memória, no Centro de Memória da PUC-RS. Em 2006 recebeu a Honra ao Mérito da Federação das Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE). Recebeu o prêmio do Programa Para Mulheres na Ciência pelo projeto Um Estudo Sobre a Interação entre o Sistema Dopaminérgico e BDNF na Persistência da Memória de Longa Duração.

O objetivo do projeto é aprofundar o conhecimento acerca da fase de persistência da memória de longa duração. Para isso, o projeto estudará de forma detalhada o papel desempenhado pelas cascatas de sinalização intracelular engatilhadas pela ativação do sistema dopaminérgico e do BDNF (Brain-Derived Neurotrophic Factor) do hipocampo.

“Meu projeto é sobre persistência de memória e quais os fatores que contribuem para que uma memória persista por mais tempo. Nós estamos estudando e descobrimos recentemente uma proteína – a BDNF – que participa desse fenômeno de persistência e estamos querendo, com esse projeto, desvendar quais os mecanismos que fazem essa proteína fazer com que a memória dure mais tempo”, explicou a cientista.

A contribuição direta para a sociedade, segundo Janine, ainda demora um pouco, porque seu trabalho é de pesquisa básica. “Mas, a princípio, desvendar esses mecanismos básicos faz com que se entenda a estrutura de funcionamento normal de persistência de uma memória e, a partir daí, é possível se compreender como uma doença afeta esses mecanismos.”

A agraciada ainda não sabe direito no que vai investir o prêmio. “Mas com certeza vai contribuir para a implementação de equipamento e materiais no laboratório e para a formação de pessoal.”

Para Janine, o prêmio da L’Oréal, Unesco e da Academia Brasileira de Ciências faz com que algumas mulheres fiquem em evidência o que leva a comunidade científica e a sociedade a perceber como o trabalho das mulheres é importante. “Em geral, os pesquisadores homens mais proeminentes e conhecidos. Essa é uma oportunidade para reverter essa situação.”