Graduação em Ciências Biológicas (1993) e doutorado em Ciências Médicas (1999) pela Universidade de Buenos Aires, na Argentina. Pós-doutorado (2002) pela Universidade de Newcastle, na Austrália.
É Professor Titular de Psicofarmacologia no Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde coordena o Memory Research Laboratory. Suas pesquisas incluem assuntos como neuroquímica, neurofisiologia e neurofarmacologia com ênfase no estudo dos processos decorrentes da formação e evocação de memórias.
Em 2021 foi capa da revista Learning & Memory (01/2021).
[:en]Martín Cammarota iniciou suas atividades científicas sob a orientação de Jorge Medina, Diretor do Laboratório de Neuroreceptores fundado por Eduardo de Robertis, sendo ainda estudante de Ciências Biológicas na Faculdade de Ciências Exatas e Naturais da Universidade de Buenos Aires (UBA). Com o auxílio de duas bolsas de pesquisa para jovens destacados outorgadas pela Fundação Antorchas/Vitae e pela UBA, Cammarota descreveu, pela primeira vez, a existência de modificações plásticas nos receptores AMPA hipocampais em decorrência do aprendizado de uma tarefa aversiva. Já com uma bolsa de doutorado da UBA e junto com Iván Izquierdo, Cammarota começou uma série de experimentos que culminaram na elucidação do papel desempenhado pelas proteínas cinases CaMKII, ERK1/2 e PKC durante a consolidação de memórias, e a descoberta da presença funcional do fator de transcrição CREB em mitocôndrias sinápticas e não-sinápticas. Em 1998, após a obtenção do título de Doutor pela Universidade de Buenos Aires, Cammarota foi nomeado Research Fellow pela Gladys Brawn Foundation e iniciou seu Pós-Doutorado na Escola de Ciências Biomédicas da Universidade de Newcastle, Austrália, trabalhando nos grupos liderados por John Rostas e Peter Dunkley. Na Austrália, Cammarota estudou a modulação da atividade da CaMKII após a indução da potenciação de longa duração no hipocampo de ratos, descreveu os mecanismos que controlam a ativação de CREB e da tirosina hidroxilase mediada por angiotensina II e histamina em células neuroendócrinas e analisou as modificações plásticas na transmissão glutamatérgica durante o desenvolvimento pós-natal em aves. Cammarota chegou ao Brasil em 2002 como Professor Visitante do CNPq no Departamento de Bioquímica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Atualmente, é pesquisador do Centro de Memória da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, na qual também se desempenha como Professor Adjunto de Medicina Interna (Neurologia) da Faculdade de Medicina e exerce o cargo de Diretor Assistente do Instituto de Pesquisas Biomédicas. Desde sua chegada ao Brasil, Cammarota trabalha em estreita colaboração com Iván Izquierdo, Jaderson Costa da Costa, Marco A. Prado e Vilma Martins, visando elucidar as conseqüências comportamentais e bioquímicas decorrentes da evocação de memórias bem como os efeitos que o envelhecimento e a progressão de distintas doenças neurogenerativas têm neste processo. Assim, nos últimos anos, Cammarota e seus colaboradores demonstraram que é possível desinstalar comportamentalmente uma memória já consolidada, descreveram e caracterizaram bioquimicamente a participação do hipocampo na reconsolidação de memórias espaciais e de reconhecimento e descobriram a existência de uma fase no processamento mnemônico durante a qual se determina a persistência das memórias de longa duração. Cammarota é membro da Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento, da Sociedade Argentina de Neuroquímica, da Sociedade Argentina de Farmacologia Experimental, da International Society for Neurochemisty e da European Behavioural Pharmacology Society e tem publicado mais de 80 artigos científicos e trabalhos de revisão em revistas internacionais com corpo editorial formal, incluindo Journal of Neuroscience, Neuron, PNAS, Science, TiNS, Physiological Reviews, Journal of Neurochemistry, Learning & Memory, entre outros. Alem disto, Cammarota tem publicado 10 capítulos em livros sobre neuroplasticidade é memória e proferido, a convite, mais de 30 conferências e cursos de aperfeiçoamento sobre estes temas no Brasil e no exterior.