Leia matéria do repórter Julio César Lyra para o jornal O Globo, publicada no caderno Rio em 26 de novembro:

Mensagens de carinho, anseios, universos coloridos de imaginação e a esperança de um mundo melhor. Um recado para a posteridade. Foi concretada em frente à sede do Museu Nacional, nesta sexta-feira, uma cápsula do tempo que somente poderá ser aberta em 2072, quando as próximas gerações vão revisitar os artigos ali colocados por pesquisadores e crianças de hoje. São mais de 100 itens, entre cartas, objetos, livros e pedidos com o objetivo de construir, na população do futuro, reflexões sobre os 50 anos passados.

Estudantes do Ensino Fundamental no Colégio Pedro II acompanharam de perto e contribuíram com o fechamento da urna de 55cm x 61cm x 43cm, feita em aço inoxidável com revestimento interno em polipropileno, projetada pelo Instituto Nacional de Tecnologia (INT), parceiro do Museu Nacional/UFRJ no projeto. 

Entre os objetos inseridos pelos pesquisadores do Museu Nacional, destaca-se uma réplica de Luzia, crânio de uma mulher que viveu há mais de 11 mil anos e foi recuperado dos escombros após o incêndio do museu, em setembro de 2018. Também foi enterrado na cápsula um dente de uma baleia cachalote de 15,5 metros e três pedras de quartzo — primeira doação de uma pessoa desconhecida para a reestruturação do museu. Além disso, o museu também inseriu na urna um livro com assinaturas e uma escultura feita com as cinzas do incêndio.

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O diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner conduziu, emocionado, a solenidade. Ele também colocou na cápsula uma carta, com conteúdo secreto, a ser lida somente pela pessoa que estiver ocupando a diretoria da instituição em 2072.

— Fizemos um documento para falar com as crianças do futuro, com a comunicação do futuro, com os curadores do futuro. Eu mesmo escrevi uma e só o diretor ou diretora vai ler. São momentos que não somente levam a gente a uma reflexão em 50 anos, mas que permitem pensar em tudo o que aconteceu. Nas coisas boas e nas que talvez não tenham funcionado — afirma o diretor.

E a cápsula carrega um simbolismo ainda maior para Kellner, que lembra do incêndio no Museu Nacional como um marco e considera o projeto um ato de renovação na busca pelo restabelecimento total das atividades na instituição, que está previsto para 2027, mas, segundo Kellner, promete surpresas antes de 2025.

— Justamente quando a instituição científica mais antiga do país estava completando 200 anos, vivenciamos essa tragédia que foi o incêndio de 2 de setembro de 2018, e isso certamente está refletido nos anseios, nas preocupações e nas reflexões. Temos que cuidar do patrimônio científico e cultural do país. Estamos trabalhando para devolver o Museu Nacional para a sociedade — lembra.

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Nota da editora: A convite da direção do Museu Nacional, a Academia Brasileira de Ciências também enviou material para ser colocado na urna. A publicação para os candidatos à Presidência do Brasil em 2022 e o livro Projeto de Ciência para o Brasil foram incluídos, assim como um pendrive com todas as publicações estratégicas da ABC mais recentes. Também foi inserida a matéria sobre a visita da Diretoria da Academia ao Museu Nacional, no último dia 20 de novembro, publicada no site da ABC