Foi com imenso prazer que a ABC e a Fapesp anunciaram, em 2 de dezembro, a reativação do Programa Aristides Pacheco Leão de Estímulo a Vocações Científicas (PAPL). Criado em 1994 e interrompido após 2019 por falta de recursos, o PAPL estimula o intercâmbio científico, permitindo que alunos de iniciação científica recebam treinamento nos laboratórios de renomados pesquisadores do país.

O nome é um reconhecimento ao neurofisiologista e ex-presidente da Academia Brasileira de Ciências, Aristides Pacheco Leão, tornado presidente emérito da ABC em homenagem póstuma. Ao longo dos anos, o programa atendeu mais de 700 alunos do Brasil todo e contribuiu para que grande parte se mantivesse na carreira científica.

Durante a cerimônia virtual de lançamento, o presidente da ABC, Luiz Davidovich, reforçou a necessidade de que o país forme mais pesquisadores e o potencial do PAPL em contribuir para isso. “Atualmente o Brasil tem entre 800 a 900 pesquisadores por milhão de habitantes, enquanto os países da OCDE têm entre 4 a 5 mil”, comparou.

Davidovich sugeriu que outras fundações de amparo à pesquisa (FAPs) estaduais sigam o exemplo da Fapesp e incorporem a iniciativa. Agradecendo aos membros de fundações do Brasil inteiro presentes no evento, o presidente da ABC espera que o lançamento sirva de estímulo para que se possa estender o programa com mais força para todo o país.

O vice-presidente da Fapesp, Ronaldo Pilli, avaliou que parte integral do desenvolvimento de um país vem da capacidade de formar novas gerações de cientistas. “Estamos certos que essa nova modalidade de bolsas transformará a vida de muitos jovens e a Fapesp tem muito orgulho de fazer parte dessa colaboração”.

Para o membro titular da ABC e diretor científico da Fapesp, Luiz Eugênio Mello, a solidez da fundação paulista permite e demanda que a entidade participe de iniciativas como o PAPL, reforçando a ciência de outros estados. O Acadêmico reforçou também a mensagem de Davidovich para que mais FAPs participem. “Estamos num período em que, mais do que nunca, precisamos do investimento estadual para prosseguirmos com as atividades da ciência”.

O vice-presidente da Fapesp, Ronaldo Pilli; o diretor científico da Fapesp, Luiz Eugênio Mello e o presidente da ABC, Luiz Davidovich

Sobre o Programa Aristides Pacheco Leão

O acordo entre a ABC e a Fapesp dará nova dimensão ao PAPL por um período de cinco anos, renováveis por mais cinco. A nova versão do Programa Aristides Pacheco Leão para Vocações Científicas (PAPL / ABC – Fapesp) ampliou o número de bolsas e agora contempla todas as áreas do conhecimento no âmbito da ABC. O acordo prevê que, a cada ano, 50 alunos de graduação possam estagiar durante as férias de verão em laboratórios liderados por membros titulares da Academia.

O público-alvo são estudantes de todas as instituições de ensino e pesquisa do Brasil, que terão a oportunidade estagiar por até 50 dias em laboratórios de excelência.