Os participantes do 11º Simpósio Científico dos Membros Afiliados: Bruno Ricardo de Carvalho, Jailson de Andrade, Gabriel Teixeira Landi, Eufrânio Nunes da Silva, Gabriela Barreto Lemos, Carolina Horta Andrade, Andrey Chaves, Simone Patrícia Aranha e Márcia Foster Mesko.

A série de Simpósios Científicos dos Membros Afiliados da ABC está chegando ao fim.  A penúltima edição ocorreu no dia 19/11 e reuniu jovens pesquisadores das áreas de química e física. Nas ciências químicas, temas como química verde, sustentabilidade, principais avanços no preparo de amostras biológicas e de alimentos para a determinação de elementos em baixas concentrações foram alguns dos principais assuntos expostos. Já na área das ciências físicas, foram apresentados tópicos associados a termodinâmica, a interseção da física quântica com a neurociência cognitiva e a utilização da espectroscopia óptica.

Para debater esses assuntos, foram convidados os especialistas Bruno Ricardo de Carvalho (UFRN), Eufrânio Nunes da Silva Júnior (UFMG), Gabriel Teixeira Landi (USP), Gabriela Barreto Lemos (UFRJ), Márcia Foster Mesko (UFPel) e Simone Patrícia Aranha da Paz (UFPA).

O coordenador das apresentações da área de química ficou por conta do vice-presidente para a região Nordeste e Espírito Santo da ABC, Jailson de Andrade. As da área da física foram coordenadas pelo Acadêmico Carlos Henrique Brito Cruz. Os debatedores são os Acadêmicos Carolina Horta Andrade e Andrey Chaves.

Conheça melhor os Acadêmicos que participaram do 11º Simpósio:

A qualidade questionadora da física 

Pesquisador da UFRN, Bruno Ricardo de Carvalho estuda como nanomateriais se comportam quando são irradiados por um feixe de luz, área conhecida como espectroscopia óptica.

Química para decifrar os segredos da natureza 

Professor da UFMG, o brasiliense Eufrânio Nunes da Silva Júnior pesquisa a descoberta de novas moléculas, que podem ser usadas contra parasitos e contra o câncer.

A física e a fronteira do conhecimento 

Professor da Universidade de São Paulo, o físico Gabriel Teixeira Landi atua no desenvolvimento da teoria de sistemas quânticos abertos e suas aplicações.

Os enigmas e quebra-cabeças da física 

Professora da UFRJ, a mineira Gabriela Barreto Lemos atua nas áreas de física teórica e física experimental, com ênfase em óptica e informação quântica. 

De mãos dadas com a química verde

A professora da UFPel Márcia Foster Mesko escolheu a química analítica e busca desenvolver métodos mais rápidos, sensíveis e seguros para a detecção dos elementos, utilizando reagentes menos tóxicos e com menor geração de resíduos.

Buscando processos tecnológicos mais sustentáveis 

Professora da UFPA, a engenheira química Simone Patrícia Aranha da Paz desenvolve  inovações no aproveitamento de rejeitos minerais para produzir novos materiais e busca otimizar métodos de controle na indústria mineral.

Debate

Provocada pelos debatedores, Márcia Mesko contou um pouco sobre a detecção do bromo no sistema biológico e seus impactos, e sobre a existência de legislação relacionada aos alimentos e cosméticos que possa controlar os níveis deste elemento nos produtos. 

A professora da UFPel afirmou que ainda há pouca informação quanto a função fisiológica do bromo. No entanto, na literatura, há relatos de que ele faz parte da síntese do colágeno, mas também compete com o iodo na glândula da tireoide – um interessante objeto de estudo para pesquisas futuras. “Está na hora de fazermos estudos para captar a proporção, para analisarmos o quão efetivamente esse halogênio afeta o metabolismo. Com a evolução do conhecimento, com novas possibilidades e informações, esperamos descobrir isso”, completou Mesko, que afirmou que não é raro ver locais onde a população possui uma maior concentração de um certo elemento em seus corpos, graças a globalização. Como exemplo, ela citou regiões onde há abundância de arsênio na água

Sobre os motivos de o Brasil ter grande carência de professores de química para ensino médio e superior, Eufrânio Nunes observou que o medo de não ser valorizado no mercado e não conseguir trabalhar na sua área é algo que desmotiva a formação de professores no Brasil, onde a carreira não é valorizada. 

Ele traçou paralelos entre o país e a Alemanha, onde adquiriu experiência como professor visitante. Como a Alemanha possui uma forte relação com a química, os profissionais da pós-graduação sabem que precisam ter uma formação muito boa, porque irão se tornar professores universitários, professores do ensino básico, trabalhar na indústria. Por isso, é fundamental que estejam conectados com todos os aspectos relacionados a química. “Na Alemanha, os cidadãos valorizam muito a formação de pessoas”, comenta o cientista. “Eles entendem o quanto é importante ter o entendimento de que, para saber química, também é preciso dominar fundamentos de física, biologia, entre outras disciplinas. Aqui no Brasil, há uma dificuldade de se alcançar essa consciência.” 

Confira a gravação completa do evento aqui.