Conselho Internacional de Ciência (ISC, da sigla em inglês) publicou na última sexta-feira (13/08) o seu Relatório Anual 2020. O ISC é formado por diversas entidades científicas nacionais e internacionais, entre elas a Academia Brasileira de Ciências (ABC). 

O ano de 2020 foi particularmente impactante para a ciência mundial. A pandemia trouxe o trabalho dos cientistas para o centro das atenções, seja no desenvolvimento de vacinas e tratamentos, seja na orientação de governantes e do público em geral. O relatório destaca o papel preponderante que as colaborações internacionais alcançaram, reforçando que tendências iniciadas com a Covid-19 podem se manter no futuro para as múltiplas crises que o planeta enfrenta. 

Elisa Pereira Reis, membro titular da ABC e vice-presidente do ISC

Dentre essas tendências está o esforço por uma ciência mais aberta e uma redefinição do sistema de publicações, que permita uma maior participação de cientistas do terceiro-mundo. “Todos esses objetivos já eram centrais antes do novo coronavírus. Não há dúvidas de que a pandemia conferiu mais urgência e visibilidade para essas questões. O compromisso do ISC vai persistir e o fato de que esses assuntos estão sendo mais discutidos pode colaborar para que sejam mais rapidamente implementados”, destacou Elisa Reis, vice-presidente do ISC e membro titular da ABC. 

O Brasil aparece no capítulo 2 do relatório, “Liberdade e Responsabilidade na Ciência”, que alerta para pressões e restrições indevidas sobre cientistas. Respondendo sobre esse posicionamento da entidade, Elisa ressaltou que “o ISC vai seguir defendendo os princípios da liberdade e responsabilidade na ciência e, na medida em que estejam ameaçados no Brasil ou em qualquer outro lugar, defenderá firmemente os direitos e deveres dos cientistas.” 

O trabalho da ABC e da comunidade científica brasileira também foi citado para o projeto “Repensando o Desenvolvimento Humano”, que foi tema da 28ª edição dos Webinários da ABC, e para o Painel Científico para a Amazônia (SPA, da sigla em inglês), que recentemente lançou a primeira versão do relatório integrado sobre a bacia amazônica

Leia aqui a íntegra do Relatório Anual ISC 2020.