Leia o depoimento do Acadêmico Fernando Galembeck sobre o falecido amigo e companheiro de trabalho:

A Ciência acaba de perder um grande lutador. Faleceu um amigo leal, um professor exemplar, um desbravador e iluminador de caminhos para o futuro.

Oswaldo Luiz Alves, paulistano das Perdizes, forjou sua cidadania e seu espírito acadêmico no Colégio de Aplicação da USP, nas lutas dos anos 60. Formou-se químico na recém-criada Unicamp, em um ambiente rico em arrojo, em espírito criador, em desejos de mudança e, por isso mesmo, em conflitos.

Colocou suas metas bem alto: fez avançar a fronteira do conhecimento, formou novos cientistas e professores de alto padrão, ensinou com entusiasmo e qualidade sucessivas coortes de estudantes, transformou suas descobertas em produtos e processos necessários para a melhoria da vida humana. Empenhou-se em comunicar e difundir Ciência, explicando e prestando contas à sociedade do que dela recebeu, como estudante e professor de universidade pública.

Cidadão digno e engajado, afirmou sua negritude, nunca permitindo que ela o prejudicasse, nem que o alavancasse. Empenhou-se pelas causas da comunidade científica, servindo na Sociedade Brasileira de Química e na Academia Brasileira de Ciências. Sempre exercitou a crítica para construir e só desdenhou a mediocridade e o patrimonialismo.

Os resedás que rodeiam sua casa são testemunhas duradouras do seu senso de beleza e do seu apreço pela simetria e ordem.

Sempre apaixonado pela Isolete, cultivou nos últimos vinte anos uma paixão pela Nanotecnologia, como ferramenta de transformação. Fazendo, difundindo e ensinando Nanotecnologia, produziu legiões de novos apaixonados.

Católico fiel, está agora sentado à direita do Pai.