Leia arigo do Acadêmico Alexander Kellner, editor-chefe dos Anais da ABC (AABC):

A vida não tem andado nada fácil durante esses tempos de pandemia. São poucos os que não tenham sido afetados de forma negativa pela covid-19, sendo os grupos mais vulneráveis da população os que mais sofrem.

No campo da ciência, a preocupação aumenta na medida em que o déficit econômico se aprofunda. Mesmo com todo trabalho das entidades científicas como a Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), incansavelmente repetindo para os nossos governantes que aplicação de recursos em ciência não é gasto, mas sim investimento de retorno certo, a situação não parece desanuviar a curto e médio prazo.

Nesse momento difícil, acaba de ser divulgada a lista do fator de impacto (IF, na sigla em inglês) dos periódicos científicos pelo Journal Citation Report (JCR) – algo que os editores esperam ansiosamente todos os anos. Para a nossa felicidade, enfim, uma boa notícia! Os Anais da Academia Brasileira de Ciências (AABC) obtiveram o mais alto índice de impacto desde que a revista foi incluída na lista do JCR: 1.280! Apenas em dois anos anteriores, o IF dos AABC estiveram acima de 1.0 – que é tido como um número  mágico: 2009 (1.074) e 2011 (1.094).

Essa bela marca alcançada anima a todos que atuam na revista – os editores, os assistentes editoriais e a Diretoria da ABC, que sempre apoiou muito o periódico. A sensação é deque estamos no caminho certo.

Fizemos muitas mudanças ao longo dos anos, visando a modernização da revista. Além de um bom sistema de submissão eletrônica, que temos graças ao SciELO, o periódico é de acesso aberto, e, a partir desse ano, de publicação contínua. Embora totalmente disponível on-line, um pequeno número de fascículos físicos ainda é impresso. A principal motivação se deve ao fato de que a versão impressa dos AABC configura a revista de circulação contínua mais antiga do nosso país – um título interessante que não queremos perder. São 92 anos seguidos publicando resultados nas mais diferentes áreas do saber, fazendo com que os AABC sejam a única revista multidisciplinar (no sentido mais amplo) do país. São quatro publicações regulares e suplementos, totalizando em 2018 e 2019 sete fascículos anuais. O número de trabalhos publicados aumentou de forma contínua, de 61 em 2018 até 300 em 2018, ficando estável (por contenção de despesas) no ano passado: 301 artigos. Esperamos publicar ainda mais nesse ano.

Também houve um grande aumento na submissão. Em 2019, outro recorde foi alcançado: 1512 manuscritos processados! Quase 10 vezes a mais do que o recebido em 2018 (176). Não precisamos enfatizar a preocupação que a questão de recursos nos traz. Assim, temos que ser mais rígidos na seleção dos artigos que vamos publicar. Com esse respeitável IF, sendo de acesso aberto e gratuito (uma política que dificilmente poderá ser mantida) podemos – e devemos – ser mais rigorosos! Ainda existe um grande contingente de trabalhos que não recebem nem uma única citação!

Além da questão financeira, nos preocupa, também, a lista Qualis. Confesso que não temos sido muito bem tratados por esse sistema de avaliação que, involuntariamente, é totalmente desfavorável a uma revista multidisciplinar como os AABC. Em uma lista chamada de “pré-Qualis único” que tem circulado, a perspectiva também é boa: os AABC estão como A2! Não será difícil entender que, se esta classificação for mantida por pelo menos um quadriênio, o potencial de impacto dessa revista será tremendo e o IF irá facilmente triplicar.

Porém, o ponto principal do sucesso dos AABC é a atuação de uma geração de jovens pesquisadores na comissão editorial. São eles que nos animam, com seus questionamentos, novas ideias e dedicação. Eles são o futuro da revista!

Aproveitando o bom momento que o IF recorde dos AABC proporciona, convido todos os Acadêmicos a olharem com mais atenção para a revista publicada pela entidade à qual pertencem! Peço que a divulguem para os seus alunos e colegas – tanto do país como do exterior – e a examinem com mais cuidado. Certamente irão encontrar vários artigos interessantes que podem ajudar na propulsão de suas próprias pesquisas. Nesse particular, cabe um lembrete sobre a política editorial do periódico: não tem fila nos AABC! Se um trabalho se destaca dos demais, depois de uma rígida avaliação por pares, ele será publicado de forma expedita em prol do desenvolvimento científico.

Convidamos a todos para acessar os artigos publicados nos AABC – sem custo – no portal do SciELO e sugerimos consultar a newsletter do periódico. Bom proveito!