Leia matéria de Phillippe Watanabe para a Folha de S.Paulo, publicada em 18/11:

Com receio de represálias, pesquisadores de instituições federais brasileiras decidiram não assinar um estudo recentemente publicado sobre o aumento das queimadas sob o governo Jair Bolsonaro.

“Alguns colaboradores recusaram a coautoria neste trabalho para manterem-se no anonimato. Lamentamos que isso fosse necessário e gostaríamos de agradecê-los por sua importante contribuição”, diz o estudo, em seus agradecimentos, publicado na revista científica Global Change Biology na sexta (15).

À Folha os autores que mantiveram o nome na pesquisa preferiram não identificar as instituições dos pesquisadores que optaram pelo anonimato.

Segundo o estudo —que se baseou em dados do Inpe, um dos institutos que foi alvo de ataques de Bolsonaro e seus ministros—, o número de incêndios em agosto deste ano foi quase três vezes maior do que em 2018. Além disso, trata-se do valor mais alto desde 2010.

Jos Barlow, também da Universidade de Lancaster e pesquisador da Universidade Federal de Lavras, diz que, como o estudo acaba por bater de frente com o discurso oficial do governo, alguns cientistas ficaram com medo.

“Há um clima de perseguição”, diz Erika Berenguer, pesquisadora da Universidade Oxford e da Universidade de Lancaster, que optou por aparecer como uma das autoras do estudo. “Dados e evidências podem gerar um descontentamento no governo.”

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