Nascida e criada no interior de Minas Gerais, Taís de Sousa sempre gostou de estudar, e aprendeu a se dedicar e ter disciplina para conquistar seus objetivos logo cedo. Atualmente, a nova afiliada da Academia Brasileira de Ciências tem direcionado seus esforços para a área de pesquisa, tratamento e diagnóstico molecular da malária.
Natural de Ipatinga, na região do Vale do Aço de Minas Gerais, Taís nasceu em 18 de novembro de 1980. Morou em sua cidade natal até o fim do ensino médio, já que logo depois foi para Belo Horizonte fazer um curso preparatório para o vestibular da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Apesar de ter seguido carreira na área das ciências biológicas, Taís lembra que na escola, suas matérias favoritas eram matemática e química. Fora das salas de aula, gostava de brincar com os amigos de pique-pega, esconde-esconde e pique-bandeira.
Foi no último ano do ensino médio que Taís decidiu pela biologia, graças a uma aula de genética. “Nesse caso, foi amor à primeira vista! ”, lembra a cientista. Entre 1999 e 2004, Taís realiza a graduação em ciências biológicas, com bacharelado em bioquímica e imunologia. E mais uma vez, foi na sala de aula que Taís decidiu por qual caminho seguiria: após uma aula sobre malária na UFMG, ela opta então por trabalhar na área da saúde humana.
Ao longo da faculdade, a afiliada da ABC participou de programas de estágio voluntário em botânica e microbiologia. Mas, após a entrada no bacharelado em bioquímica e imunologia, teve a oportunidade de trabalhar com o que realmente lhe fascina, fez então sua iniciação científica na Fiocruz Minas e passou a pesquisar biologia molecular aplicada à malária.
Logo depois de terminar a graduação, Sousa inicia o mestrado na Fiocruz Minas, mas só permanece pouco mais de um ano no programa. Isto porque, orientada pela professora Cristiana de Brito, reuniu todos os requisitos necessários para passar direto do mestrado para o doutorado no período de um ano.
Entre 2004 e 2009, conclui o doutorado em ciências da saúde com ênfase em biologia celular e molecular pela Fiocruz Minas. Durante este tempo, Taís casou e seu marido foi aprovado em um concurso público federal em Tocantins, e os dois tiveram de viver dois anos separados. Ela lembra: “Apesar de não ser uma situação confortável para nenhum dos dois, ele sempre me apoiou a continuar os estudos e entendia a dedicação exigida pela carreira que eu havia escolhido”.
No período de 2009 a 2011, a cientista faz pós-doutorado no Laboratório de Malária da Fiocruz, e nos três anos seguintes atua como Pesquisadora Visitante por lá. Hoje, a acadêmica atua como pesquisadora do Laboratório de Malária e investiga o tratamento e o diagnóstico molecular da malária. “Dentro de tratamento da malária, estamos investigando alguns dos fatores humanos e também do parasito que podem levar à falha terapêutica”, explicou Sousa.
Sobre o diagnóstico molecular da malária, a cientista explicou que pretende desenvolver um protocolo mais sensível de detecção e quantificação de DNA do parasito na saliva do paciente, utilizando um droplet digital PCR. Este projeto recebeu financiamento internacional da Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene, em 2017.
“A minha maior motivação em fazer ciência é a possibilidade de gerar conhecimento que contribua para o bem-estar das pessoas”, compartilhou Sousa. Sobre o título de membro afiliada da Academia Brasileira de Ciências, a cientista se mostrou muito feliz por poder representar outros tantos jovens pesquisadores que se dedicam a ciência, em um país onde a pesquisa ainda é tão desvalorizada. E completou: “Como membro afiliada da ABC, a minha expectativa é contribuir para o fortalecimento da participação dos jovens pesquisadores na ciência brasileira”.
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