A Academia Brasileira de ABC promoveu a Conferência Internacional “Como Ciência e Tecnologia Podem Contribuir para a Redução da Pobreza e da Desigualdade”, entre 27 e 29 de março, no Museu do Amanhã. O evento teve o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da Coordenação de Desenvolvimento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do próprio Museu.

Esta atividade é resultado da atuação da ABC na coordenação do Comitê de Ciência para Erradicação da Pobreza (SPEC, na sigla em inglês) da Parceria InterAcademias (IAP), que é uma rede global de academias de ciências e de medicina. O SPEC tem por objetivo engajar as academias nos esforços em prol da redução da pobreza e da desigualdade no mundo. O foco atual é nos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS):

ODS 1: Erradicar a pobreza em todas as suas formas em todas partes.

ODS 2: Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar, melhorar a nutrição e promover a agricultura sustentável.

ODS 3: Assegurar vida saudável e promover o bem-estar de todos, em todas as idades.

ODS 4: Garantir uma educação de qualidade e equitativa, e promover oportunidades de aprendizagem permanente para todos.

ODS 5: Alcançar a igualdade de gênero e a autonomia de todas as mulheres e meninas.

ODS 6: Garantir a todos a disponibilidade e a gestão sustentável da água e do ar.

ODS 7: Garantir a todos o acesso a uma energia adequada, confiável, sustentável e moderna

ODS 8: Promover crescimento econômico, sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos.

ODS 9: Construir infraestruturas flexíveis, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação.

ODS 10: Reduzir a desigualdade dentro e entre países.

ODS 11: Converter as cidades e assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis.

ODS 12: Assegurar padrões de consumo e produção sustentáveis.

ODS 13: Adotar medidas urgentes para combater as mudanças climáticas e seus impactos.

ODS 14: Conservar e utilizar de maneira sustentável oceanos, mares e recursos marinhos.

ODS 15: Proteger, restaurar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, o manejo sustentável das florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda da biodiversidade.

ODS 16: Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, facilitar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis.

ODS 17: Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a aliança mundial para o desenvolvimento sustentável.

 

Ciência para servir à sociedade

A sessão de abertura contou com o presidente da ABC, Luiz Davidovich; a Acadêmica Elisa Reis, coordenadora do evento; o presidente da Academia Mundial de Ciências (TWAS), Mohamed Hassan; o presidente da IAP, Volker ter Meulen; e o diretor de Desenvolvimento Cientifico do Museu do Amanhã, Alfredo Tolmasquin.

Davidovich ressaltou a importância do enfrentamento dos temas pobreza e desigualdade, “fonte de inúmeros outros problemas que o mundo enfrenta hoje”. Esclareceu que a IAP é líder do SPEC, sendo que Elisa Reis é membro do referido comitê, assim como o Acadêmico Ricardo Paes de Barros, palestrante do evento. Agradeceu a presença de Tolmasquin, observando que a parceria com o Museu é que possibilitou a reunião de todas aquelas pessoas, em busca de um amanhã melhor.

Hassan destacou que o secretário-executivo da TWAS – que na atual gestão é o presidente da ABC –  é quem controla os programas e faz os relatórios, sendo o posto mais importante da entidade, em sua visão. Relembrou que uma das fundadoras da TWAS foi a brasileira e Acadêmica Johanna Döbereiner e que a academia mundial teve seis presidentes desde sua fundação, em 1983, dos quais dois eram brasileiros: José Israel Vargas (1992-1995) e Jacob Palis (2007-2012). Ressaltou o papel relevante do Brasil na entidade, chamando atenção para uma das suas grandes reuniões anuais, realizadas no país, em 2007. “O tema deste evento é muito relevante para nossa Academia, porque os países que a TWAS envolve e cujo crescimento científico estimula inclui os mais pobres do mundo”, apontou.

Elisa Reis enfatizou que o evento era caracterizado pela interação entre ciências sociais e outras ciências. “Essa integração é fundamental, assim como a integração da comunidade cientifica internacional aqui representada, que demonstra nossa prioridade: servir à sociedade.”

Tolmasquin comentou que a parceria com a Academia foi uma das primeiras que o Museu estabeleceu e que tem gerado resultados excelentes. “O foco do museu é mostrar os cenários de futuro com base em informação cientifica e despertar nos visitantes a consciência sobre que tipo de futuro eles querem e o que temos que fazer para obtê-lo”, destacou. “Porque o futuro depende de cada um de nós.”

 

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