Aprovado em primeiro lugar tanto para o mestrado quanto para o doutorado, a excelência tem acompanhado a formação de Luis Gustavo Pacheco a vida inteira. Instigado pela curiosidade científica desde criança, foram as ciências biológicas que ganharam prioridade em sua vida. E hoje, o novo afiliado da Academia Brasileira de Ciências (ABC) direciona seus estudos para os campos da genômica funcional e da biologia sintética.

Luis Gustavo  nasceu no interior de Minas Gerais, em Sete Lagoas, em 1982. Quando menino,  divertia-se com as brincadeiras pelas ruas da vizinhança com os amigos e os primos. Bom aluno, obtinha sempre as melhores notas nas provas de matemática.

O biólogo sempre foi muito interessado pelas áreas da ciência, tecnologia e engenharias, tendo essa aptidão muito estimulada por seus pais e professores. Ele conta que a mãe, observadora atenta do desempenho escolar dos filhos, acompanhava de perto as atividades extraclasses. Participou ativamente de todas as feiras de ciências e competições vivenciadas pelos filhos.” Meu pai, aos domingos, sempre me trazia um recorte de jornal com alguma coluna que tratava de ciência e educação”.

Ele lembra que, em 1999, às vésperas do ingresso na universidade, as preocupações comuns eram com a virada do milênio e um possível fim do mundo, previsto para agosto daquele ano. Mas, em sua mente, só havia a dúvida de que carreira seguir. Ele relata que foram as notícias sobre os avanços da pesquisa genômica brasileira anunciadas naquela época que o fizeram seguir pelo caminho das ciências biológicas. “‘Quero fazer o que esse cientista faz’ – foi a minha constatação quase ingênua frente ao deslumbramento que me causavam aquelas novidades da pesquisa brasileira nas áreas de genética e biologia molecular”, contou o Acadêmico.

Em março de 2000, ingressou então na que ficou conhecida como “a última turma do milênio” da graduação em ciências biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Lá, fez iniciação científica no Laboratório de Genética Celular e Molecular e optou por finalizar o bacharelado no campo da genética.

Poucas semanas após concluir a graduação, Luis Gustavo já começou a assistir as aulas do mestrado em genética, também na UFMG. Quase finalizando o mestrado, o Acadêmico ingressou no doutorado em bioquímica e imunologia da UFMG, com período sanduíche na Universidade de Warwick, em Cambridge, na Inglaterra. Lá, foi orientado pelo professor Christopher Dowson e, aqui no Brasil, contou com a mentoria dos professores Sérgio Costa Oliveira e Vasco Ariston de Carvalho Azevedo, que o orientou durante a graduação e o mestrado.

Atualmente, Pacheco exerce a função de docente na Universidade Federal da Bahia (UFBA), onde coordena o Grupo de Estudos em Genômica Funcional e Biologia Sintética. Ele explica que a genômica funcional trata da relação entre o conteúdo genético dos organismos e a expressão das suas características, enquanto a biologia genética se dedica ao design e a construção de novos elementos para realizar novas funções, utilizando princípios da biologia e das engenharias. No grupo de pesquisa, os cientistas mesclam as duas áreas, “identificando novos alvos moleculares que podem ser usados para diagnóstico de agentes infecciosos ou para terapia de doenças inflamatórias, e desenvolvendo novas ferramentas como sistemas biossensores ou biomoléculas recombinantes que podem ser aplicados para estes fins”.

O biotecnólogo se diz muito interessado no impacto social e econômico que sua área pode gerar para o país, e tem buscado compreender o processo de translação do conhecimento acadêmico para produtos ou atividades que cheguem a sociedade. “Sem dúvida, a atuação como membro afiliado da Academia Brasileira de Ciências vai me permitir ter contato direto com pesquisadores de diversas áreas que compartilham desse mesmo desejo de transformar o país através da atividade científica”, declarou o cientista.