A farmacêutica Daiana de Ávila é graduada na Universidade Federal de Santa Maria, mesma instituição onde cursou o mestrado e o doutorado em ciências biológicas (bioquímica toxicológica), e pós-doutora pela Vanderbilt University, em Tennessee, nos EUA. Atualmente é professora na Universidade Federal do Pampa (Unipampa).
Sua pesquisa busca uma terapia mais eficaz para o tratamento da esclerose lateral amiotrófica (ELA), síndrome neurodegenerativa, progressiva e sem cura, que se caracteriza pela perda seletiva e contínua de neurônios motores. Mal com, aproximadamente, 12 mil pessoas atingidas no Brasil, possui apenas um medicamento disponível, o qual gera muitos efeitos colaterais.
A cientista investiga se compostos com o carboidrato trealose e a vitamina E podem ser utilizados como agentes terapêuticos, atrasando o desenvolvimento da doença e melhorando a qualidade e a expectativa de vida.
Daiana está utilizando como modelo os vermes não parasitas Caenorhabditis elegans, pois, segundo ela, para se ter uma ciência de qualidade é necessário reduzir os experimentos em animais. “Em nosso laboratório, levantamos a bandeira dos 3Rs (Replacement, Reduction e Refinement), isto é, focamos na substituição, redução e refinamento do uso de mamíferos em pesquisa”, diz. Para Daiana, o prêmio estimula a presença feminina no meio científico. “O reconhecimento é uma prova de que nossa contribuição é fundamental para a ciência”, comemora.