“Guerra e Paz é mais do que uma magnífica obra de arte – é o chamado de Portinari para a ação. Graças a ele, todos os líderes que entram nas Nações Unidas veem o terrível pedágio de guerra – e o sonho universal para a paz”. O início do discurso do secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, na cerimônia de reinstalação do painel na sede das Nações Unidas, ressaltou a importância da obra na busca pela paz.
A reinstalação do importante painel de Cândido Portinari na sede da ONU, após um período de restauração, é simbólica, em tempos de crise mundial, e reafirma a necessidade de uma colaboração mútua, entre todas as nações, para se chegar à paz.
“Guerra e Paz é um símbolo maior da humanidade e, como brasileiros, sempre nos emociona e nos enche de orgulho”, comentou o presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Jacob Palis. As palavras emocionaram o filho do artista e diretor-geral do Projeto Portinari, João Cândido Portinari: “Nem sei como agradecer as palavras de Jacob, que nos enchem de orgulho, uma honra para nós todos”.
“A reinstalação da obra, o discurso [de Ban Ki-Moon] e as imagens do garoto sírio [bebê encontrado morto em uma praia turca após deixar a Síria com a família para fugir da guerra civil] mostram o quanto ainda estamos longe do sonho de Portinari”, afirmou a Acadêmica Helena Nader, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
Em seu discurso, Ban Ki-Moon também citou o falecido pensador brasileiro e membro da Academia Brasileira de Ciências Celso Furtado: “O desafio que se coloca no umbral do século XXI é nada menos do que mudar o curso da civilização, deslocar seu eixo da lógica dos meios a serviço da acumulação num curto horizonte de tempo para uma lógica dos fins em função do bem-estar social, do exercício da liberdade e da cooperação entre os povos. (Furtado, em “Brasil: A construção interrompida”)