A cerimônia de entrega dos diplomas dos novos membros afiliados eleitos para o período 2012-2016 da Vice-Presidência Regional do Rio de Janeiro da Academia Brasileira de Ciências foi realizada no dia 7 de novembro de 2012, dentro do evento Avanços e Perspectivas da Ciência no Brasil, América Latina e Caribe.
O presidente da ABC Jacob Palis abriu a sessão, declarando sua alegria em receber esse novo grupo de jovens pesquisadores de excelência na ABC, manifestando especial contentamento pela presença de duas mulheres no grupo. Palis valorizou o acerto por parte da ABC na criação dessa categoria de membros afiliados em 2007 e ressaltou a importância da participação desses jovens nos eventos e nas ações da ABC. “Nossa expectativa é que, mais à frente, vocês se tornem membros titulares e continuem conosco.”
O membro afiliado Stevens Rehen, biólogo da UFRJ eleito para o período de 2008 a 2012, fez o discurso de boas vindas aos novos membros. Ele destacou que a categoria é interessante por elegê-los “acadêmicos mortais, com prazo de validade”, o que de início parece frustrante, segundo ele, “pois dá um gostinho de quero mais”, mas que, por outro lado, estimula a vontade de interagir e atuar junto à ABC. “Nós vamos descobrindo aos poucos o privilégio que é fazer parte da Academia por um período específico, pois é um fórum extremamente rico para debates, troca de ideias e discussão científica e de políticas científicas.”
Rehen destacou alguns temas que foram discutidos entre os afiliados nesses anos em que ele conviveu na ABC e outros que considera importantes de serem discutidos agora. Citou o debate sobre avaliação, que em sua opinião deve ter continuidade. “Precisamos debater os formatos de pareceres ad hoc do CNPq, por exemplo, e buscar transparência no retorno desses pareceres.” Referiu-se também à internacionalização da ciência brasileira, ponto que considera extremamente importante para o crescimento do país. “Ouvi do meu orientador do doutorado e sempre repito essa frase: internacionalizar a ciência brasileira internalizar a ciência internacional no país.” Rehen observou que o programa Ciência sem Fronteiras é muito importante, mas que apenas 1,5% das bolsas oferecidas podem ser usadas para convidar pesquisadores estrangeiros e que isso deveria ser ajustado. Ele citou uma matéria publicada em outubro na Scientific American que aponta o maior índice de cooperação nos EUA como sendo a cooperação interna, entre pesquisadores e instituições norte-americanas. “O Reino Unido e a Alemanha, por exemplo, também investem mais em cooperação interna do que externa.”
O presidente da ABC aproveitou o gancho para apresentar aos afiliados os convidados estrangeiros seniores presentes: a astrônoma mexicana Silvia de Peimbert, a bióloga chilena Mary Arroyo e o matemático argentino Juan Tirao. “É muito importante alimentar a cooperação regional com os países da América Latina, interagirmos com os cientistas vizinhos com quem temos muito que trocar”, apontou Palis. Ele reforçou as palavras de Rehen. “O Stevens tocou em pontos importantes, queremos realmente ter vocês participando dos eventos da ABC. Temos dois grandes eventos por ano: esse de novembro, do qual vocês estão fazendo parte hoje, e a Reunião Magna, em maio. Teremos dois ou três detentores do prêmio Nobel presentes. É uma oportunidade preciosa de interação, esperamos contar com a presença de todos.”
Rehen resumiu sua mensagem final: “Não se contentem em apenas sentir-se honrados com o título recebido em reconhecimento ao seu mérito científico. Aproveitem essa oportunidade única para discutir ciência e gestão de ciência, entre vocês e com destacados líderes, membros seniores dessa Casa. É uma chance de contribuir para os rumos das políticas públicas e de grande amadurecimento para nós.”
Foi procedida então a entrega dos diplomas aos membros afiliados, seguida pelos seminários individuais, em que cada um dos afiliados apresentou sua pesquisa. Conheça mais sobre os novos Afiliados nas matérias a seguir.
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