Nesta terça-feira (23/11), foi aberta em Brasília pelo presidente do CNPq, o Acadêmico Carlos Alberto Aragão, a 1° Reunião de Avaliação dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs). O encontro, que se estende até 24/11, reuniu cerca de 500 pessoas, entre pesquisadores, avaliadores e consultores, para fazer um balanço das ações desenvolvidas pelos Institutos nestes últimos dois anos.

Durante a abertura, Aragão afirmou que a reunião é um marco histórico para o país, pois agrega de forma articulada os melhores grupos de pesquisa em áreas de fronteira da ciência e ainda busca estimular o desenvolvimento da pesquisa científica associada a aplicações que promovam a inovação, a maior interação com o setor empresarial, além de buscar também parcerias no âmbito internacional.

“Pela primeira vez o Brasil lançou um programa desta dimensão na área de C&T. Os Institutos têm chamado atenção no cenário internacional, pois englobam projetos altamente articulados com as demandas da sociedade, e extremamente compromissados em desenvolver estratégias para o desenvolvimento sustentável do País”, disse Aragão.

O presidente do CNPq fez ainda um panorama da evolução e otimização dos recursos investidos nos INCTs e também sobre os desafios e perspectivas do Programa. “Os 122 Institutos contam com recursos de mais de R$ 600 milhões para custeio, capital e bolsas de diferentes modalidades. A meta é ampliarmos ainda mais o número de Institutos nos próximos anos. Já em 2011, dois novos Institutos serão criados na área de Ciência do Mar, mas temos ainda o desafio de estimular o dinamismo econômico e científico de maneira mais equilibrada regionalmente, e aumentar a interação da academia com o setor empresarial para incorporarmos de vez a Ciência e Tecnologia na produção do desenvolvimento nacional”, afirmou.

Os Institutos, presentes em todas as regiões brasileiras, realizam projetos que englobam diversas áreas, como: biotecnologia, nanotecnologia, tecnologia da informação e comunicação, energia, clima e meio ambiente, engenharias, ciências agrárias, humanas e sociais e ciências exatas e naturais. Segundo o secretário executivo do Ministério da Ciência e Tecnologia e também presidente do comitê de coordenação do programa INCT, Luiz Antonio Elias, apesar dos grandes avanços no setor, é necessário aprimorar cada vez mais a agenda da CT&I no cenário brasileiro.

“O ambiente é francamente favorável ao Brasil. A introdução do Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação como Política de Estado trouxe importantes avanços, tanto no que diz respeito à evolução dos níveis de investimento, quanto o aprimoramento dos instrumentos de incentivo e de apoio. Mas precisamos estimular ainda mais a capacidade de se fazer ciência no Brasil”, ressaltou Luiz Elias.

Nesse sentido, Luiz Elias pontuou a necessidade de aumentar a interatividade entre o conhecimento e o setor empresarial, melhorar a infraestrutura dos laboratórios, aprimorar o ambiente regulatório, ampliar a capacidade nacional de produção científica e principalmente fortalecer ainda mais os Institutos, pois, segundo Elias, os INCTs têm a capacidade de impulsionar a pesquisa científica e tecnológica de ponta para promover maior competitividade do Brasil em nível internacional.

Já o presidente do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), Mário Neto Borges, afirmou durante a solenidade que, para promover maior institucionalidade da Ciência e Tecnologia, é necessário conhecer as características e necessidades regionais e locais, respeitar a legislação estadual específica referente ao orçamento para as Fundações de Apoio à Pesquisa dos estados e principalmente fortalecer e ampliar a formação de recursos humanos qualificados nas regiões, desde nível técnico a doutor.

“Com essa articulação e sinergia dos Estados frente aos desafios da área de C&T, avançaremos de forma mais rápida e eficaz. A inovação deve se tornar um componente sistêmico em todo o território nacional, e não apenas em lugares pontuais. Tanto o Governo quanto a academia, o setor empresarial e a comunidade em geral devem perceber que investimento em Ciência e Tecnologia e Inovação é investimento no futuro”, destacou Borges.

Participaram da abertura também o representante da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Victor Hugo Odorcyk; o representante do Centro de Gestão de Estudos Estratégicos (CGEE), Acadêmico Fernando Rizzo, o secretário da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Reinaldo Guimarães; do CNPq participaram a vice-presidente, Wrana Panizzi, o diretor de Administração, Finanças e Planejamento (DAFP), Ernesto Costa de Paula, o diretor de Engenharias, Ciências Exatas e Humanas e Sociais (DEHS), Acadêmico Glaucius Oliva, o diretor de Ciências Agrárias, Biológicas e da Saúde (DABS), Acadêmico José Oswaldo de Siqueira, além de muitos outros dirigentes de outras entidades e pesquisadores renomados.

Exposição

Paralela ao Encontro de Avaliação, está sendo realizada uma exposição com os principais resultados das pesquisas dos INCTs. Os Institutos estão distribuídos em estandes, e o público pode assistir a vídeos e experimentos e se inteirar dos detalhes do funcionamento de cada Instituto. A exposição visa a proporcionar também maior integração e troca de informações entre os pesquisadores integrantes dos Institutos e a comunidade em geral.

Apoio

A criação dos institutos conta com parceria da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC) e as Fundações de Amparo à Pesquisa do Amazonas (Fapeam), do Pará (Fapespa), de São Paulo (Fapesp), Minas Gerais (Fapemig), Rio de Janeiro (Faperj) e Santa Catarina (Fapesc), Ministério da Saúde e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), além de recursos adicionais dos Ministérios da Educação, da Cultura, da Integração, da Saúde, das Minas e Energia e do Desenvolvimento, Indústria, e Comércio Exterior.