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13ª Mentoria da ABC discutiu o papel das Sociedades Científicas

Ildeu Moreira, ex-presidente da SBPC

Associe-se à Sociedade científica de sua área” – essa foi a principal mensagem da edição de outubro das Mentorias da ABC. Voltada principalmente para os pesquisadores em início de carreira, a discussão reuniu o presidente da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM) Paolo Piccione; a vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI) Karina Bortoluci e o ex-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) Ildeu Moreira. A moderação ficou por conta do membro afiliado da ABC Marcelo Mori.

Após uma rápida apresentação das associações, os convidados debateram o papel central que as sociedades científicas têm em coordenar o ecossistema da ciência no país, fornecendo suporte institucional para que os cientistas brasileiros sejam ouvidos e dialoguem com autoridades públicas no Brasil e no exterior. “O capítulo de ciência e tecnologia da Constituição de 88 foi elaborado a partir do trabalho conjunto de diversas sociedades”, pontuou Ildeu Moreira.

Paolo Piccione, presidente da SBM

O professor fez um breve histórico da SBPC, criada após a Segunda Guerra Mundial e eixo a partir do qual muitas sociedades científicas de áreas específicas proliferaram. Destacou também seu papel crucial na luta pelo fomento à ciência brasileira, atuando diretamente na criação de órgãos como o CNPq e a Capes. “Atualmente, a luta é para que a Chamada Universal do CNPq ocorra, garantindo a permanência dos jovens pesquisadores, e pelo FNDCT”.

A participação dos jovens nas lutas contra o desmonte da ciência foi reconhecida, sobretudo em mobilizações como as Marchas pela Ciência, que aconteceram em 2019. Entretanto, isso não se reflete na filiação de cientistas em início de carreira às associações. Paolo Piccione alerta que a solução para esse problema é uma via de mão dupla. “No momento, o elo mais fraco dessa crise são os jovens cientistas, então as associações precisam atuar mais nesse sentido, ir ao encontro dessas pessoas”, destacou.

As razões para a baixa adesão são variadas. “O Brasil não possui uma cultura participativa da sociedade civil organizada”, refletiu Ildeu Moreira. “Nossa estrutura democrática é rígida, centralizada, e, até por isso, vivemos uma crise de representatividade”. Outro ponto abordado foi a falta de conhecimento sobre o trabalho dessas instituições. “Pouco se fala sobre as sociedades científicas dentro da universidade”, alertou Karina Bortoluci, sugerindo que as entidades tivessem a oportunidade de se apresentar durante as aulas inaugurais.

Karina Bortoluci, vice-presidente da SBI

A professora Silvia Velasques, presidente da Sociedade Brasileira de Biociências Nucleares (SBBN), trouxe uma importante reflexão sobre o diálogo com as humanidades na formação dos cientistas. “Com o aprofundamento das especialidades, criamos muitos técnicos voltados apenas às suas áreas. Precisamos voltar a ensinar filosofia, política e outros temas das ciências humanas nas faculdades de ciências exatas e naturais”, afirmou.

Por fim, Karina Bortoluci reforçou a mensagem central do evento. “Pertencimento às sociedades é representar a ciência que fazemos. É coordenar esforços e lutar contra o desmonte. Não é apenas sobre benefícios individuais, mas sobre apoiar a própria comunidade científica brasileira”.

Mentorias da ABC: O papel das sociedades científicas e a atuação dos jovens nestas sociedades

A representação dos membros afiliados da ABC convida para mais uma Mentoria da ABC, coordenada pela afiliada da ABC Jaqueline Mesquita, eleita para o período 2018-22.

No dia 29 de outubro (6ª feira), às 14h30, será realizado um novo encontro, com a temática “O papel das sociedades científicas e a atuação dos jovens nestas sociedades”.

O evento contará com a participação do físico Ildeu Moreira, ex-presidente da Sociedade Brasileira para Progresso da Ciência (SBPC); Karina Bortolucci, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI); e Paolo Piccione, presidente da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM). A mediação será feita pelo membro afiliado Marcelo Mori (Unicamp).

Conheça os participantes:

ldeu de Castro Moreira

Professor do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) desde 1976 e de programas de pós-graduação em História da Ciência, Ensino de Física e Comunicação Pública da C&T. Foi diretor do Departamento de Popularização da C&T do MCTI e coordenador da Semana Nacional de C&T (2004 a 2012). Foi editor científico da revista Ciência Hoje durante vários anos e membro de conselhos da Sociedade Brasielira de Física (SBF), SBPC e Sociedade Brasileira de História da Ciência (SBHC), do Conselho Superior da Capes e de Comitê de Assessoramento (CA) do CNPq. Foi presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC (2017-2021), da qual é presidente de Honra.

Karina Ramalho Bortoluci 
Professora associada do Departamento de Farmacologia da Escola Paulista de Medicina (EPM) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Possui graduação em ciências biológicas pelo Instituto Mackenzie, doutorado direto em imunologia e pós-doutorado em imunologia pela Universidade de São Paulo (USP). Faz parte do Keystone Symposia Programming Consultants e é a atual vice presidente da Sociedade Brasileira de Imunologia (2020-21). Atua na área da imunidade inata, com foco no estudo de vias moleculares envolvidas na ativação dos inflamassomas e o seu impacto para o controle de infecções.

Paolo Piccione

Graduado em matemática pela Università Degli Studi Di Roma La Sapienza (Itália), doutorado em matemática pela Pennsylvania State University (EUA), livre docente na Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, é presidente da Sociedade Brasileira de Matemática (biênio 2019-2021), professor titular da USP, membro titular da Academia Brasileira de Ciências, membro do Comitê Executivo da International Mathematical Union, membro da Comissão Especial Regimes de Trabalho da USP, membro da Coordenação da Área de Matemática e Estatística da Fapesp.

Marcelo Mori

Graduou-se em ciências biológicas/modalidade médica pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), com doutorado em biologia molecular pela mesma instituição. No exterior, realizou estágios de pós-doutoramento em 2007, no Centro Max-Delbrück de Medicina Molecular, na Alemanha, e no Centro de Diabetes Joslin, da Faculdade de Medicina de Harvard, nos EUA, entre 2008 e 2011. É professor doutor de biologia do envelhecimento no Departamento de Bioquímica e Biologia Tecidual do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Em 2020, liderou a força-tarefa da Unicamp contra a Covid-19. É membro afiliado da ABC, eleito para o período 2018-2022.


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12ª Mentoria da ABC aborda a capacitação de novas lideranças científicas

A 12ª Mentoria da ABC ocorreu em 24/9 e teve Liderança Científica como pauta de debate. Nesta edição de setembro, Jaqueline Mesquita, membro afiliada da ABC e professora da da Universidade de Brasília (UnB), mediou o bate-papo entre os Acadêmicos Claudio Landim, do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), e Gregório Pacelli, da Universidade Federal do Ceará (UFC). Os Acadêmicos, ambos graduados em matemática, possuem um extenso currículo de colaborações e pós-doutorados internacionais.

“Meu primeiro conselho é: saiba dizer não”, introduz Landim, doutor em matemática pela Universidade Paris Diderot. “É sempre difícil saber em que direção caminhar, em que área investir. Cada área possui impactos e competências diferentes.”

Para o diretor adjunto do Impa, o melhor caminho a seguir é aproveitar a liberdade enquanto ainda é um jovem pesquisador para viajar e adquirir experiências no exterior, para depois começar a assumir responsabilidades. “A ideia é que, aos poucos, você se torne um chefe de orquestra”, explica o Acadêmico. “Talvez você não esteja propriamente mostrando as desigualdades, mas como já tem bagagem, você tem uma visão que os jovens não têm. Você se torna capaz de estimular os jovens a aprender novas técnicas para o que se sente velho demais pra aprender.”

Landim incentiva os pesquisadores a planejarem sua vida científica e acadêmica através da perspectiva de que suas funções irão mudar ao longo da carreira. Com os anos de pesquisa, é esperado que os profissionais deixem de atuar diretamente na resolução do problema, assumindo responsabilidades administrativas e tornando-se orientadores.

Pacelli completou a fala anterior, afirmando que o jovem cientista precisa aproveitar o entusiasmo do começo da carreira para abraçar oportunidades e fazer sua própria medida. “No começo, você pode trabalhar 60, 80 horas por semana. Eventualmente, você declina”, alerta o professor. Pacelli, que concluiu pós-doutorados na Alemanha, na Itália, na Espanha e nos Estados Unidos, acredita que apesar de os tempos de pandemia terem encurtado as oportunidades de viagens, os seminários virtuais ampliaram as redes de contatos. No entanto, os estágios de longa duração – entre um e dois anos – seguem sendo essenciais na formação de líderes. Para Landim, o momento de apostar em novos estágios é agora: “É preciso aproveitar a reabertura para tentar viajar o mais rápido possível. É o que eu faria se tivesse 20 anos”, aconselha o pesquisador. 

Como atributos necessários para que um jovem cientista se torne um líder, os Acadêmicos concordam que é indispensável realizar um bom trabalho, ter disposição e promover um ambiente agradável entre seus colegas de profissão. Pacelli recomenda que evitem as tarefas de administração e burocracia o quanto puderem, para poderem continuar pensando. “Não há uma fórmula para ser considerado um líder científico, mas a dedicação é um requisito fundamental”, destaca Landim. Na matemática, afirmam que há diferentes caminhos que os pesquisadores podem seguir para se tornarem lideranças, desde a elaboração de teoremas até a formação de novos profissionais. 

Apesar do consenso sobre a sobrecarga da profissão de cientista no Brasil, dado que os profissionais precisam lidar com extensão, pesquisa e projetos no começo da carreira, Pacelli acredita que o caminho de seguir apenas com a pesquisa não seja uma solução. Como exemplo, ele menciona o caso francês, onde o profissional pode escolher entre ser pesquisador-professor ou apenas pesquisador – o que acaba levando-os à improdutividade muito cedo. Segundo ele, a saída é “incorporar projetos mistos, que facilite que o pesquisador tenha ambas as experiências.” 

Entre as ações de destaque, os palestrantes mencionaram o grupo de trabalho em liderança científica da ABC. O GT vêm realizando surveys, propondo intervenções e levantando debates sobre o que é necessário para a capacitação de novas lideranças. Conheça mais sobre o grupo de trabalho aqui.

“Nós somos privilegiados”, afirma Landim. “Somos pagos para fazer o que gostamos de fazer. Temos que ter noção da honra que é ser pesquisador no mundo atual. Não tenho outra mensagem senão consciência de tentar e fazer por merecer.” 


Fique atento no site da ABC para acompanhar as novidades sobre as próximas mentorias!

12a Mentoria da ABC: Liderança Científica

A 12a Mentoria da ABC vai tratar do tema LIDERANÇA CIENTÍFICA. O evento será no dia 24 de setembro, 6a feira, às 14h30

Os palestrantes serão os Acadêmicos Cláudio Landim, do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), e Gregório Pacelli, da Universidade Federal do Ceará (UFC).

A mediadora será a professora Jaqueline Mesquita, da Universidade de Brasília (UnB), membro afiliada da ABC.

Landim é graduado em matemática pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (Puc-Rio), com mestrado em estatística e probabilidade pelo Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa) e doutorado em matemática pela Universidade Paris Diderot, na França. Fez pós-doutorado no Instituto Courant da Universidade de Nova Iorque, nos EUA. É pesquisador titular e diretor adjunto do Impa, coordenador geral da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP), membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e da Academia Mundial de Ciências (TWAS, na sigla original em inglês). É Cientista do Nosso Estado da Faperj.

Pacelli fez graduação e mestrado em matemática pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e doutorado em matemática pela Universidade do Estado de Nova Iorque em Stony Brook. Fez estágios de pós-doutorado no Instituto Max Planck de Matemática em Bonn, na Alemanha; no Centro Internacional de Física Teórica (ICTP, na sigla em inglês), na Itália; na Universidade de Murcia, na Espanha e na Universidade da Pensilvânia, nos EUA. É professor titular da UFC e membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC). Tem interesse por mestrados e doutorado profissionais relacionados com a educação básica.

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11ª Mentoria da ABC teve como tema a Escrita Científica de Alto Impacto

Os participantes da 11ª edição das Mentorias da ABC

 

No dia 27 de agosto aconteceu a 11ª edição das Mentorias da ABC e o tema da vez foi “Escrita Científica de Alto Impacto”. O encontro foi mediado pela afiliada Andreza Fabro de Bem, e contou com apresentações de Simone Sarmento, coordenadora adjunta do Programa de Pós Graduação em Letras da UFRGS; Valtencir Zucolotto, físico e coordenador do curso ZucoEscrita para escrita científica, além de ter sido membro afiliado da ABC no período 2009-14; e Gilson Volpato, biólogo e cofundador do Instituto Gilson Volpato de Educação Científica (IGVEC).

Línguas de publicação

A primeira palestra ficou a cargo de Simone Sarmento e trouxe um panorama da utilização do inglês e português nas publicações científicas brasileiras. A pesquisadora apresentou um levantamento de publicações anexadas ao currículo Lattes de cientistas brasileiros, mostrando uma clara prevalência do inglês nas ciências exatas e naturais e um aumento no uso do português a medida que nos deslocamos para as humanidades.

A explicação mais óbvia para esse fenômeno está no objeto de estudo. Resultados obtidos em hard sciences devem ser reprodutíveis e aplicáveis em qualquer lugar do mundo, e as pesquisas naturalmente dialogam mais com outras nacionalidades. As chamadas soft sciences geralmente lidam com temas mais locais e específicos e, portanto, são mais acessíveis a interlocutores regionais se publicadas em português.

A professora ressaltou também que nas humanidades existe uma maior ênfase no discurso, e as habilidades de escrita tendem a se sobressair. Já nas ciências exatas e naturais o papel do escriba tende a ser de apenas expor seus resultados da forma mais clara e direta possível.

A escrita como parte integrante do trabalho científico

As palestras de Valtencir Zucolotto e Gilson Volpato destacaram que a escrita científica é tão importante quanto qualquer outra etapa da pesquisa. Nas palavras de Volpato, “qualquer estudo só passa a constituir conhecimento científico quando é publicado e lido”.

Zucolotto ressaltou que uma publicação só será de alto impacto se a ciência por trás também for, mas que mesmo bons trabalhos podem encontrar barreiras na hora de publicar se não estiverem bem redigidos. Para melhor desenvolver um artigo, é importante pensá-lo como um caminho que vai do geral para o específico, e depois retorna ao geral.

Ele exemplificou esse percurso. “Um bom artigo tem uma introdução que contextualiza o problema geral, identifica uma lacuna de conhecimento específica e expõe os objetivos daquele trabalho, visando preenchê-la. Após metodologias e resultados, a conclusão deve estar relacionada ao que foi observado, tentando contextualizar as novas descobertas dentro do panorama geral. Essa mesma linha de pensamento se aplica ao abstract, onde também conta muito a habilidade de síntese”, disse Zucolotto.

Os professores explicaram um pouco mais sobre a parte editorial das revistas científicas, destacando que o cientista deve entender o processo e o público do periódico escolhido para adequar seu texto .

Terminadas as palestras, foi aberto o espaço para debate com participação do público. Os temas variaram desde a divulgação de ciência para sociedade até aspectos mais técnicos do desenvolvimento de pesquisadores e orientação.

Diálogo com a sociedade

A pandemia da Covid-19 trouxe a ciência para o front. Se por um lado esse destaque fez com que a população discutisse o trabalho científico como nunca antes, por outro lado também trouxe sérios problemas, sobretudo relacionados a notícias falsas promovendo a desinformação, muitas vezes deliberada, por parte de agentes influentes. “O que aconteceu foi que, quando as evidências não bateram com o discurso, mudaram-se as evidências. Isso é um crime dentro da ciência”, sumarizou Volpato.

Os três palestrantes ressaltaram a necessidade de deixar os fatos em primeiro plano, sustentando as análises. A importância de dividir funções, sobretudo na hora de divulgar ciência, foi destacada. Contudo, a primeira etapa da difusão, que parte do cientista para seus pares e divulgadores, sempre estará a cargo do próprio pesquisador, e por isso é importante que os cientistas estejam sempre dispostos a explicar seus estudos e não se fecharem dentro dos seus laboratórios.

O papel do jornalista especializado em ciência também foi lembrado, “sem jornalismo científico não tem divulgação em massa”, salientou Zucolotto.

Pressões institucionais por quantidade e não qualidade

Foi levantada a questão do sistema de bonificações por quantidade de publicações e citações, que pode estimular a produção de artigos inócuos e sem objetivos claros. Volpato e Zucolotto explicaram que esse sistema deve ser melhorado, mas que ele não é um impeditivo para a produção científica de qualidade e que o cientista deve buscar sempre uma pesquisa relevante e de alto impacto.

Zucolotto terminou sua fala com uma mensagem importante para os jovens pesquisadores: “Deixem-se guiar pelos seus princípios, façam a melhor ciência que puderem, publiquem nas melhores revistas que puderem, independente de números. No médio e longo prazo, prevalecem as boas práticas”.

Orientação de jovens cientistas

Outro ponto discutido foi a orientação de alunos na hora de escrever artigos. Simone destacou que o orientador deve ter responsabilidade por desenvolver a escrita dos orientandos e que trocas e revisões de texto entre os próprios alunos é um bom incentivo para desenvolver o texto de todos. “Ciência é uma atividade de grupo”, resumiu.

Foi frisado que o orientador nunca deve descartar o texto de um aluno e que correções são mais eficazes quando feitas em conjunto, respeitando as escolhas do orientando quando estas não constituírem um erro crasso. Volpato sugeriu também desenvolver apresentações curtas sobre o tema, como forma de assentar ideias e identificar partes do processo que não fluem da forma ideal.

Imagens

Figuras são parte fundamental de uma publicação científica, e seu papel ganhou destaque ao longo dos anos, acompanhando a crescente facilidade em desenvolvê-las. O papel desses elementos visuais é dar ênfase às mensagens cruciais do texto, evidenciando da forma mais direta possível os resultados principais.

A gerente de comunicação da ABC Elisa Oswaldo-Cruz participou do debate, ressaltando a necessidade de profissionais de design durante essa etapa. “A ciência precisa se aproximar dos profissionais especializados. Um cientista sabe fazer gráficos, expor seus dados, mas na hora de divulgar isso de uma forma eficiente, com infográficos e outros tipos de imagens comunicativas, quem sabe fazer realmente é o designer, que se especializou na área. Contratem estagiários de design e de jornalismo para os seus departamentos, muitas vezes um de cada pode atender a vários laboratórios. Aproveitem os cursos que as suas universidades oferecem e promovam a interdisciplinaridade, de fato”.

Futuro das publicações

Finalizando o evento, foram discutidas as tendências futuras para publicações científicas. Volpato acredita que o formato do artigo científico tende a ficar mais flexível, assim como os requerimentos para publicação em periódicos de destaque. O pesquisador afirmou também que nas próximas décadas as barreiras linguísticas tendem a ser superadas, com o avanço das ferramentas de tradução de texto.

Simone acrescentou que ferramentas de auxílio a escrita, sobretudo em inglês, estão cada vez mais aprimoradas e podem contribuir muito com a escrita científica. Da mesma forma, Zucolotto lembrou que também existem plataformas  para auxiliar no processo editorial das revistas que podem aprimorar o tempo e a qualidade das revisões no futuro.

Comunicação Científica é tema de mais uma edição das Mentorias da ABC

Os participantes da mentoria (1/2)

No dia 30 de julho foi realizada mais uma edição das Mentorias da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e o tema da vez foi “Comunicação Científica”. O evento contou com a participação de diversos afiliados e ex-afiliados da ABC e também teve inscrições abertas ao público. 

O evento foi organizado pela afiliada Jaqueline Mesquita e a mediação ficou por conta de Elisa Oswaldo-Cruz Marinho, gerente de comunicação da ABC. As apresentações foram feitas pela jornalista Catarina Chagas, uma das autoras do livro “Manual de sobrevivência para divulgar ciência e saúde”; e pelo jornalista Herton Escobar, atualmente no Jornal da USP, que trabalhou com cobertura científica por 20 anos no jornal O Estado de São Paulo. 

Palestras 

A primeira apresentação foi feita por Catarina Chagas, que debateu alguns dados recentes sobre a percepção dos brasileiros quanto à ciência e tecnologia. Os números apontam para uma ideia majoritariamente positiva, porém superficial, do que é o trabalho científico, destacando que a grande maioria dos entrevistados não sabia citar um cientista ou instituição de pesquisa brasileira relevante. 

Ela também elencou alguns pontos importantes para se ter em mente na hora de divulgar ciência. “É crucial entender o público para o qual se fala, sabendo que o cientista não é o único ator discutindo esses temas e, portanto, não será o único a exercer influência no modo de pensar da população”, ressaltou Catarina. Por fim, ressaltou que fornecer ferramentas para tomada de decisões é mais eficaz do que simplesmente impor uma ideia que deve ser aceita. 

Herton Escobar destacou as diferenças entre divulgação científica e jornalismo científico. Embora a zona de atuação das duas áreas seja muitas vezes convergente, lidam com coisas distintas. “Nem tudo que é cientificamente importante é notícia, e vice-versa”, explicou. 

Escobar destacou  que o jornalismo científico de qualidade é crucial numa época de desinformação, que é preciso disputar a atenção do público contra correntes de pensamento anticientífico. “A pandemia deixou isso muito claro ao trazer para a luz tratamentos e práticas sem comprovação, mas que foram muito difundidas por partes interessadas”, ilustrou. 

Debate 

Após as apresentações foi aberto espaço para comentários e perguntas do público. 

O primeiro tema que surgiu foi a questão da simplificação de informações: até onde ir? Os convidados relembraram a necessidade de conhecer seu público e entender até onde descomplexificar um assunto pode ser didático ou paternalista. 

Aproveitando o comentário de um participante, que lembrou das dificuldades institucionais de se implementar práticas de divulgação dentro das universidades, a mediadora sugeriu a criação de uma rede integrada com as assessorias de universidades e institutos públicos. Elisa ressaltou a importância da interação para a especialização dos profissionais. “Essas assessorias poderiam se tornar grandes laboratórios para estudantes de jornalismo”, apontou. 

Com relação à difusão da ciência na mídia, os palestrantes afirmaram que o jornalismo científico pode ser feito pelas próprias instituições de pesquisa, sem depender da grande mídia para interlocução com o público. Essa prática permitiria uma maior independência no que se divulga, e pode, não obstante, render pautas para os jornais de maior circulação. Um participante expressou preocupações de que a utilização na íntegra dos materiais produzidos por jornais universitários poderia ser considerada “parasitária”. Herton Escobar discordou da afirmação, enfatizando que a divulgação da ciência para um público amplo deve ser estimulada. “O importante é que a ciência feita nas universidades, com dinheiro público, repercuta na sociedade. Se os jornais ganham com isso, ótimo. É  bom para todos os envolvidos”.

Os debatedores citaram projetos de sucesso em comunicação científica no Brasil e no mundo. Catarina Chagas acredita que a oferta de cursos e oportunidades de especialização vem crescendo no país e outros participantes lembraram as recentes alterações curriculares nas universidades que deram bastante destaque a prática da extensão, espaço considerado no debate de grande interesse para cursos de comunicação e divulgação de ciência. 

Uma pergunta surgiu sobre a ênfase dada pelo jornalismo científico aos resultados em detrimento dos métodos, que se torna um problema quando inverdades começam a circular amparadas em metodologias erradas. Catarina e Elisa reconheceram a atualidade do tema e enfatizaram a necessidade de desenvolver nas pessoas senso crítico que lhes permita diferenciar estudos fortes e fracos. Herton complementou que isso é necessário, porém complicado num mundo em que a informação é muitas vezes superficial e que, dependendo do assunto, um argumento de autoridade pode ser a forma mais rápida de convencimento. 

Por fim, a coordenadora agradeceu a todos os participantes pelo interesse e destacou que eventos similares estão sendo pensados para o futuro.

Assista ao evento na íntegra pelo canal da ABC no YouTube.

 
Os participantes da mentoria (2/2)

Mentorias da ABC: Open Science

A representação dos membros afiliados da ABC convidam para mais uma Mentoria da ABC, coordenada pela afiliada da ABC Jaqueline Mesquita, eleita para o período 2018-22.

O evento contará com a participação dos professores Concepta Margaret McManus, da Univerisade de Brasília (UnB); João Batista Teixeira da Rocha, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e Roberto Moraes Barros, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). 

A pesquisadora Cláudia Figueiredo, afiliada da ABC no período 2015-19, será a mediadora. 

 

Conheça os participantes:

Claudia Figueiredo (UFRJ)

Atua na área de neurociências, buscando entender o impacto das doenças infecciosas sistêmicas sobre o sistema nervoso central. É professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), além de conselheira do Conselho Superior de Ensino para Graduados e coordenadora do curso de pós-graduação em Ciências Farmacêuticas da UFRJ. É Jovem Cientista do Nosso Estado da FAPERJ, ex-membro afiliado da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e Young Affiliate da The World Academy of Sciences (TWAS). 

Concepta Margaret McManus (UnB)

Professora titular da Universidade de Brasília (UnB), com bolsa de produtividade 1A do CNPq. Tem experiência na área de genética e melhoramento dos animais domésticos bem como em conservação de recursos genéticos animais e genética de paisagem, utilizando diversas ferramentas de estatística.

João Batista Teixeira da Rocha (UFSM)

É professor associado do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Atualmente, trabalha nas áreas de bioquímica, toxicologia e farmacologia de organocalcogênio, papel do estresse oxidativo em patologias humanas e experimentais e educação em ciências. Participa de atividades relacionadas ao ensino de ciências e como melhorar o ensino de ciências por meio da interação entre cientistas, estudantes e professores do ensino fundamental e médio.

Roberto Moraes Barros (Unifesp)
Roberto R. Moraes Barros é doutor em microbiologia e imunologia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Desde 2017 lidera o projeto “Utilização de Plasmodium knowlesi como modelo para pesquisa de malária in vitro” na mesma universidade, com financiamento da FAPESP e CNPq. Este projeto tem o objetivo de estabelecer a cultura de P. knowlesi no Brasil e utilizar este modelo para estudo de malária humana, em especial causada por P. vivax (espécie que não pode ser cultivada in vitro por longos períodos). 

 

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Mentoria da ABC aborda principais conflitos na universidade

Rosana Pinheiro-Machado, palestrante do evento

 

Em 28 de maio, ocorreu mais uma edição do Programa de Mentorias da ABC, organizada pelos membros afiliados, intitulada “Vaidades Acadêmicas”. O evento, voltado para membros e ex-membros afiliados da ABC, ocorre mensalmente, sempre na última sexta-feira,  e tem como objetivo contribuir para o progresso profissional dos Acadêmicos através do debate de diversos aspectos da vida científica com profissionais renomados.

A palestra foi ministrada por Rosana Pinheiro-Machado, doutora em antropologia social na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Ela é a investigadora principal do projeto global “No longer poor, not middle class”, desenvolvido entre quatro instituições de ensino localizadas no Brasil, Canadá, Filipinas e México. Em seu último livro, “Amanhã Vai Ser Maior” (Editora Planeta, 2019), Pinheiro-Machado analisa a crise brasileira, a ascensão da extrema-direita e as possíveis rotas de fuga.

Pinheiro-Machado deu início a sua fala contando sua trajetória acadêmica, quando teve que lidar com colegas competitivos e professores agressivos desde o início da graduação – uma experiência ainda muito comum para grande parte dos universitários. A então graduanda de ciências sociais lembrou dos preconceitos que teve que enfrentar naquela época, com professores que se achavam “proprietários” dos autores – como o “dono de Foucault”, que ela menciona em seu popular artigo para a Carta Capital – e deslegitimavam suas citações pelo pouco tempo de vida acadêmica.

Ela destacou pesquisas apontando que, para estudantes de todo o mundo, o maior gatilho para suicídio ou depressão é advindo do momento da escrita. “Existem novos estilos de estudantes que muitas vezes já não conseguia mais lidar com o modelo institucional da academia”, afirmou. Visando melhorar a qualidade de vida dos estudantes, em 2020, Rosana lançou um curso de escrita acadêmica dividido em 13 módulos, que pode ser conferido aqui. 

Fetichização do ethos acadêmico e saúde mental

A pesquisadora sugeriu que os professores que integravam o público levassem esse debate sobre saúde mental para a sala de aula, visando o estabelecimento de um diálogo com os alunos. “Muitos vão ficar surpresos com a quantidade de jovens com depressão, querendo abandonar o curso ou tirar a própria vida”, disse. Conversar com os alunos sobre isso e dar apoio e orientação pode ser uma maneira interessante de aplacar esse sentimento.

Ela ressaltou que a universidade possui um modelo estrutural próprio que, para ser debatido, precisa incluir também a ameaça de desmonte e o capitalismo racial. “A opressão acadêmica é reflexo de opressões maiores.” Rosana completou afirmando que o sistema se modificou, mas o ethos acadêmico, não. “O ethos não mudou, mas os prazos diminuíram. Muitos profissionais estão trabalhando com depressão”, afirmou, destacando a grande pressão pela produtividade (teses, publicações, artigos) e o tempo para entrega, em contraste, cada vez menor.

O que ocorre dentro das salas de aula é a fetichização do ethos, fruto da resistência dos professores aos novos conflitos e necessidades dos alunos. Frases como “sempre foi assim”, “também sofri com isso” e “se não aguenta isso, é porque você é fraco” acabaram sendo normalizadas pelos alunos. Esse tipo de tratamento, somado à falta de perspectiva dos jovens diante do sucateamento de suas instituições de ensino, podem acarretar em graves problemas de saúde mental.

“A academia concentra privilégios desde sempre, por conta do modelo aristocrático, onde carreiras são construídas e destruídas após a defesa de uma tese. É uma opressão específica de deslocamento da sociedade e uma sensação de poder ilimitado de alguns professores”, explicou Rosana. 

Práticas abusivas levam pesquisadores a vivenciar o sucesso e o fracasso e despertarem novos complexos: obsessões por métricas e consultas intermináveis ao Lattes dos colegas figuram entre os novos vícios.

Rosana recordou de quando publicou o artigo na Carta Capital, há cinco anos, e recebeu 311 respostas de alunos retratando suas experiências dentro da academia. Após catalogar todas as respostas, ela observou que 146 delas retratavam experiências em grupos de pesquisa, mencionando práticas como humilhações recorrentes, favorecimento, formação de linhagem e estímulo a competição. O “orientador inimigo” foi também uma figura frequentemente citada: professores estimulam seus orientandos a competirem com os orientandos de seus rivais, gerando mal estar entre os colegas.  

Apesar da rivalidade e dos sentimentos ruins, o ambiente acadêmico é muito fechado. É como se todos os professores se odiassem, mas se protegessem – o que dificulta as denúncias de assédio sexual e moral, piadas racistas e comentários misóginos.

Ser um “idiota” na academia, a princípio, é um caminho que só proporciona vantagens: a longo prazo, ser cruel com os alunos e despertar o medo acaba produzindo respeito e admiração. Professores empáticos e generosos – grupo majoritariamente composto por mulheres – podem acabar sendo vistos como fracos.

A questão é: até que ponto vale a pena colocar a saúde mental dos alunos em jogo para favorecer o próprio ego? 

Desatando os emaranhados

Segundo Rosana, é fundamental que os professores saibam quais são as vivências acadêmicas que mais amedrontam seus alunos. Ela listou alguns: o sentimento de descaso por parte dos orientadores; a dor causada por colegas de classe que se acham melhores, mais inteligentes e mais produtivos e que incorporam essa lógica muito cedo; e o mito da genialidade. Para ela, esses mitos fazem parte de realidades distorcidas: “Gênios são raríssimos. É uma guerra subjetiva e silenciosa, pois alguns acreditam que essa genialidade, essa ‘iluminação’, é herdada, não adquirida.” E a antropóloga aponta que este é um problema com solução técnica: “O nível dos estudantes é em geral, muito parecido. É possível se equiparar treinando todos os dias, escrevendo e reescrevendo textos acadêmicos.” Essa disputa por “poder e coisas intangíveis” prejudica principalmente mulheres, pessoas negras e transgênero.

A pesquisadora lembra que, em momentos como a atual pandemia, é fundamental incentivar os alunos e provocar momentos catárticos e de identificação. “Não é só você que está se achando burro, não é só você que não está conseguindo escrever. O mundo todo está pedindo pela extensão de prazos. Todo mundo está se sentindo assim, não é só no Brasil”, contou. O sonho acadêmico está sendo cada vez mais prejudicado por fatores como a síndrome do impostor, síndrome do pânico, alunos que se sentem culpados por dormir, angústia, falta de apoio da família, entre outros. Atualmente, no mundo, a academia reúne cerca de 30% de alunos com depressão e 50% com saúde mental precária – fator influenciado por demarcadores sociais.

É fundamental que a timidez e a tristeza não sejam mais tratados como tabu ou sinônimo de burrice. Além de os orientadores oferecerem mais suporte aos alunos, é fundamental que fomentem iniciativas inclusivas e de troca, como o #MulheresTambémSabem, além de suporte pedagógico de professores – que devem saber seu papel dentro da academia e a melhor forma de exercê-lo.

Debate

A afiliada Patricia Garcez se questionou se a agressividade do meio acadêmico não está associada à sua composição, majoritariamente de homens – o que talvez acentue a diferença entre as academias brasileiras e as europeias, onde a equidade de gênero vem sendo promovida há mais tempo e de forma mais ampla. O comentário fez todo sentido para a palestrante. Apesar de não ter dados que suportem a opinião da afiliada, Rosana afirmou concordar com ela. 

O debate seguiu com comparações entre o sistema britânico e o sistema brasileiro de ensino, o desafio da busca por respeito dentro do ambiente universitário e relatos de Acadêmicos que fazem parte de programas de acolhimento aos alunos em suas universidades. A pesquisadora Cristiane Leitão relatou já ter sofrido muito com as pressões acadêmicas e contou sobre sua experiência como uma das tutoras do programa de tutoria da Faculdade de Medicina da UFRGS. Semestralmente, alunos do penúltimo semestre elegem professores com perfil de tutores para mentorizar sete alunos durante todo o período da graduação. “A gente não vira pai e mãe, é só para orientar os alunos durante a formação”, relatou Cristiane. 

Fernanda Werneck, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), afirmou ter impressão de que, no Brasil, há um tipo de comunicação mais informal que abre brechas para a construção de relações mais próximas com orientandos, citando como exemplo o seu grupo de pesquisa, que acabou se tornando uma grande comunidade. Ela afirmou que essa ferramenta pode humanizar as relações, mas que há uma linha tênue entre criar um vínculo e acabar virando “mãe”, e pediu dicas para a palestrante sobre como equilibrar essa relação. “Isso é algo que eu me questiono muito até hoje”, disse Pinheiro-Machado, mencionando que, desde os seus tempos em Oxford, os alunos a procuravam para fazer desabafos por ser considerada uma professora “acessível” (approchable, do termo em inglês). “Ainda mais em tempos de pandemia… A gente é serviço essencial, temos um dever pedagógico com esses estudantes. Eu só posso concordar com você, mas ainda não sei como te aconselhar quanto a isso”, completou.

Werneck perguntou se Rosana enxerga alguma perspectiva de, em uma década, as instituições de ensino superior brasileiras incluírem o apoio psicológico em suas agendas. Rosana afirma que, desde que entrou nesta área, os avanços foram gigantescos. “Debates sendo feitos, coletivos falando sobre opressão, surveys sendo realizadas… O cenário mudou radicalmente. Mas acho que a gente tem um problema estrutural, que no Brasil é tabu, que é a formação didática dos professores. A gente precisa institucionalizar o modelo de formação de professores, especialmente da área de ciências humanas, no qual os professores, a menos que tenham feito licenciatura, não foram treinados para dar aulas.”

Raquel indagou como ser gentil e educado mas ao mesmo tempo ter firmeza para lidar com os alunos. Utilizando suas próprias atitudes como exemplo, Rosana destacou que impor regras é importante. No seu caso, ela pede cinco dias úteis para ler qualquer tipo de texto e enviar seu parecer. Ela afirma que, desta forma, é mais fácil conseguir respeito sem se afastar dos alunos.


Gostou do resumo da mentoria? Fique atento ao site da ABC para saber quais serão as próximas pautas a serem debatidas pelos nossos afiliados nos debates futuros!

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