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Carlos Nobre é entrevistado pela GloboNews

A Amazônia teve o maior número de focos de incêndio em um único dia dos últimos 15 anos. O recorde negativo ocorreu em 22 de agosto e foi registrado pelo Programa de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Para falar desse assunto, o membro titular da Academia Brasileira de Ciëncias (ABC) e pesquisador do Inpe Carlos Nobre foi entrevistado pelo GloboNews Especial de Domingo, que foi ao ar em 4 de setembro.

Nobre alertou que a floresta está perto de um ponto de não-retorno. “Se não zerarmos o desmatamento, a degradação e o fogo em no máximo 20 anos, a floresta se tornará um ecossistema degradado, aberto e deixará de armazenar toneladas de carbono, tornando impossível cumprir os objetivos do Acordo de Paris”, disse.

O Acadêmico falou também sobre o aumento na frequência dos eventos climáticos extremos e os efeitos desse processo na economia brasileira. “Quando juntamos as mudanças climáticas com a degradação dos biomas, estamos ameaçando a posição do Brasil como grande produtor de alimentos”, afirmou, “É muito importante reverter essa tendência, o Brasil tem um dos maiores potenciais de armazenamento de carbono do mundo”.

O Painel Científico para a Amazônia (SPA), do qual Nobre é co-presidente, planeja lançar um megaprojeto de recuperação florestal durante a COP27, a ser realizada este ano no Egito. A iniciativa visa criar um arco de restauração no sul da Amazônia com mais de um milhão de quilômetros quadrados. “Precisaremos de investimentos dos países ricos e colaboração dos países amazônicos. As primeiras estimativas prevêem um custo de 30 bilhões de dólares, então será crucial uma forte colaboração internacional”, finalizou.

Carlos Nobre com os jornalistas Fernando Gabeira e Leila Sterenberg

MP que limita uso do FNDCT é pauta do Jornal Hoje

A edição de 31 de agosto do Jornal Hoje trouxe uma reportagem sobre a Medida Provisória 1.136/22, que limita o uso de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). A MP altera a Lei nº 11.540, de 12 de novembro de 2007, indo contra o que foi decidido pelo Congresso na Lei Complementar nº 177, de 2021, que proíbe o contingenciamento orçamentário do Fundo.

O ex-afiliado Brenno Amaro foi entrevistado pela reportagem (Fonte: Jornal Hoje)

A reportagem visitou o Instituto de Química da Universidade de Brasília (UnB) e entrevistou o ex-afiliado da Academia Brasileira de Ciências Brenno Amaro Neto. O professor destacou que os recursos do FNDCT são usados em todas as etapas de pesquisa, desde a aquisição de equipamentos, materiais de bancada e pagamento de bolsas. “Esses recursos estão contribuindo para a formação de pessoas que vão dar retorno para a sociedade e alavancar o país, tornando-o independente tecnologicamente em áreas como saúde e agricultura”, afirmou.

A MP prevê que o dinheiro do Fundo só volte a ser aplicado integralmente em ciência, tecnologia e inovação em 2027. “Os projetos tendem a ser paralisados, com prejuízos e atrasos que podem chegar a uma década’’, alertou Amaro.

Porcentagem de recursos do FNDCT a serem liberadas s[o ser[a integralizada em 2027, de acordo com nova MP (Fonte: Jornal Hoje)

A Iniciativa para a Ciência e Tecnologia no Parlamento (ICTP.br), da qual a ABC faz parte, criticou a MP em nota oficial e enviou uma carta para o presidente do Congresso Nacional pedindo que seja barrado mais esse avanço do governo federal sobre os recursos da ciência brasileira.

USP assina parceria para a produção de hidrogênio renovável

A Universidade de São Paulo (USP), em parceria com Shell Brasil, Raízen, Hytron e o SENAI CETIQT, assinaram um acordo de cooperação para desenvolvimento de plantas de produção de hidrogênio renovável (H2) a partir do etanol. A parceria tem como foco a validação da tecnologia através da construção de duas plantas dimensionadas para produzir 5 kg/h de hidrogênio e, posteriormente, a implementação de uma planta 10 vezes maior, de 44,5 kg/h.

O acordo inclui também uma estação de abastecimento veicular (HRS – Hydrogen Refuelling Station) no campus da USP, na cidade de São Paulo. Um dos ônibus utilizados pelos estudantes e visitantes da Cidade Universitária deixará de utilizar diesel e os tradicionais motores a combustão interna para começar a utilizar hidrogênio produzido a partir do etanol e motores equipados com células a combustível (Fuell Cell). Com início da operação prevista para 2023, a iniciativa surge como uma solução de baixo carbono para transporte pesado, incluindo caminhões e ônibus, com o primeiro posto a hidrogênio de etanol do Brasil e no mundo.

O hidrogênio a partir de etanol será produzido de forma inovadora com o biocombustível fornecido pela Raízen e a tecnologia desenvolvida e fabricada pela Hytron, que atualmente pertence ao grupo alemão Neuman & Esser Group (NEA Group), com suporte do Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos e Fibras do SENAI CETIQT, com financiamento da Shell Brasil. “Estamos empolgados em ver que um projeto que se iniciou como um sonho de estudantes dentro da universidade agora se torna uma solução de alto impacto para a transição energética do País e do mundo”, aponta o CEO da Hytron, Marcelo Veneroso.

Atualmente, o hidrogênio tem uso predominante na indústria química e é produzido em unidades industriais próximas a refinarias a partir do gás natural. No futuro, existe a expetativa que o H2 produzido a partir de energia elétrica renovável, como solar e eólica, terá um papel importante para a descarbonização de vários setores industriais e de transporte pesado. Porém, o transporte deste produto é complexo, pois exige a compressão ou liquefação para armazenamento em cilindros ou em carretas, encarecendo a logística. Neste cenário, a produção do hidrogênio via conversão do etanol representa um avanço na disponibilidade de combustíveis renováveis por meio de uma nova rota tecnológica para expansão de soluções sustentáveis no País e no mundo. “Esta iniciativa é pioneira na produção de hidrogênio renovável, em grande escala, a partir do etanol” sintetiza Julio Romano Meneghini, diretor-executivo e científico do Research Centre for Greenhouse Gas Innovation (RCGI) da USP.

“A produção local, descentralizada e de baixo investimento de hidrogênio renovável por meio da reforma do etanol, é uma alternativa interessante para setores como o de transporte pesado, que tem uma perspectiva de crescimento expressiva na utilização dessa solução, cuja disponibilidade e escalabilidade são essenciais. Além de transporte pesado, neste momento, estamos buscando por parceiros que possuem interesse em aplicar esta tecnologia para a descarbonização de outros setores”, aponta Mateus Lopes, diretor de Transição Energética e Investimentos da Raízen. A empresa será, ao lado da Shell, a responsável pela liderança do desenvolvimento do mercado de H2 a partir de etanol.

Por meio deste acordo para a produção de hidrogênio verde, as empresas iniciam uma nova etapa na produção de renováveis, contribuindo com a descarbonização da economia e ampliando seus portfólios de produtos. “A tecnologia pode ser facilmente instalada em postos de combustíveis convencionais, o que não exigiria mudanças na infraestrutura de distribuição, garantindo que o hidrogênio estará pronto para abastecer os veículos de forma rápida e segura”, explica Alexandre Breda, gerente de Tecnologia em Baixo Carbono da Shell Brasil e vice-diretor executivo do RCGI. “O uso do hidrogênio não está restrito ao setor de transporte e beneficiará outros segmentos no país, no que diz respeito à substituição de fontes de energia fóssil.”, afirma. O projeto será financiado pela Shell Brasil, por meio da cláusula de Pesquisa e Desenvolvimento da ANP, com investimento de aproximadamente R$ 50 milhões.

Com a produção de hidrogênio a partir de etanol, as empresas e instituições parceiras iniciam uma nova etapa na produção de combustíveis renováveis, contribuindo com a descarbonização não só no setor de transportes, como também na siderurgia, mineração e agronegócio. “A trajetória do etanol no Brasil começa na década de 1950, mas tem um grande incentivo entre os anos 1980 e 2000, quando diminuímos nossa dependência da gasolina”, aponta o Acadêmico Marcos Buckeridge, pesquisador do RCGI, considerado uma autoridade internacional em bioenergia. “Entre 2000 e 2020 começamos a produzir o etanol de segunda geração e entramos em uma segunda fase. Agora, devemos iniciar uma nova fase dessa história de sucesso”.

“A USP se transformará em um grande laboratório de pesquisa na área de energias renováveis e no desenvolvimento sustentável. Nesse projeto, estudaremos a viabilidade energética da extração do hidrogênio a partir do etanol e seu uso em ônibus circulares e as soluções encontradas poderão ser transferidas para nossas cidades. Tem sido fundamental para a USP a parceria com empresas que valorizem a pesquisa científica como modo de transformação social”, aponta Carlos Gilberto Carlotti Junior, reitor da USP.

Novo contingenciamento do FNDCT: Acompanhe a repercussão

Na segunda-feira, 29 de agosto, o Governo Federal editou uma Medida Provisória que limita o uso de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). A MP 1.136/22 altera a Lei nº 11.540, de 12 de novembro de 2007, que dispõe sobre o FNDCT, indo contra o que foi decidido pelo Congresso na Lei Complementar nº 177, de 2021, que proíbe o contingenciamento orçamentário do Fundo.

A Iniciativa para a Ciência e Tecnologia no Parlamento (ICTP.br), da qual a ABC faz parte, divulgou a nota conjunta “Governo Federal sacrifica a Ciência Brasileira”, na qual condena mais esse avanço inconstitucional sobre o FNDCT. O Fundo é hoje a principal fonte de fomento à inovação no país e sua garantia é uma das mais importantes bandeiras das entidades que defendem CTI no país.

 

Confira a repercussão da MP na mídia:

Bolsonaro edita MP que limita uso de recursos do fundo de ciência e tecnologia – Correio Braziliense, 29/08/2022

Bolsonaro edita MP e impõe limites para uso de recursos do fundo de ciência e tecnologia – Estadão, 30/08/2022

Bloqueio de recursos de fundo da ciência deve prejudicar mais de 70 projetos, dizem entidades – O Globo, 30/08/2022

Governo edita MP que limita verbas para o setor de inovação e ciência – Jornal Hoje, 30/08/2022

Governo limita uso de recursos do fundo de ciência e tecnologia – CNN Brasil, 30/08/2022

Verba de Cultura e Ciência e Tecnologia é adiada em favor do orçamento secreto – Estadão, 31/08/2022

Governo Federal sacrifica a Ciência Brasileira

Após a publicação, outras 79 entidades subscreveram a nota oficial do ICTP

 

NOTA DA INICIATIVA PARA A CIÊNCIA E TECNOLOGIA NO PARLAMENTO (ICTP.Br)

GOVERNO FEDERAL SACRIFICA A CIÊNCIA BRASILEIRA

A comunidade acadêmica, científica e empresarial brasileira vem a público denunciar mais uma manobra para retirar recursos do financiamento à Ciência brasileira, efetuada nesta segunda-feira, 29.08, quando o governo federal publicou uma Medida Provisória que, na prática, contingencia os recursos disponibilizados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – FNDCT.

A Medida Provisória nº 1.136, de 26 de agosto de 2022, altera a Lei nº 11.540, de 12 de novembro de 2007, que dispõe sobre o FNDCT, numa clara afronta ao Congresso Nacional que, no ano de 2021, aprovou, após derrubar o veto presidencial, a Lei Complementar nº 177, que proíbe o contingenciamento orçamentário do Fundo pelo governo federal.

Do total previsto na LOA 2022 para o FNDCT (R$ 9 bilhões), a MP autoriza a liberação de R$ 5,5 bilhões para o exercício. Desse montante, metade se destina às operações de empréstimos da Finep, com impactos no setor industrial do país, e a outra para o financiamento de programas, estratégias e fomento à ciência, tecnologia e inovação (CT&I). Considerando que já foram liquidados e pagos R$ 3,2 bilhões no fomento à CT&I, pode-se concluir que os valores empenhados de cerca de R$ 2,7 bilhões não serão mais honrados em 2022. Pune-se as instituições por serem eficientes no uso e transparência dos recursos públicos.

Isso significa que mais de 70 ações e programas que hoje são executados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, CNPq, Finep e das Organizações Sociais vinculadas ao Ministério, serão diretamente prejudicados, com um prejuízo impossível de avaliar para a Ciência brasileira.

Para agravar a situação, a MP ainda impõe um escalonamento até 2027 dos percentuais do Orçamento que serão liberados para o FNDCT. Na prática, todas as ações e programas que não forem honrados no exercício de 2022, serão transferidos para o ano de 2023, comprometendo, assim, o orçamento liberado deste ano, e assim por diante, até 2027.

Essa Medida Provisória afronta o Congresso Nacional que, em 2021, foi altivo e demonstrou seu respeito à Ciência brasileira, aprovando a Lei Complementar nº 177, derrubou o veto presidencial e manteve a obrigatoriedade do Governo Federal em executar todo o orçamento do FNDCT. A exposição de motivos que baliza a Medida Provisória, assinada pelo Ministro da Economia e pelo Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, justifica a necessidade de cumprir a regra constitucional do Teto dos Gastos (EC 1995/2016), quando a sociedade brasileira testemunha os vultosos recursos públicos pulverizados para outras finalidades, como o chamado Orçamento Secreto, em prejuízo de políticas estruturantes para o país, como Ciência e Tecnologia.

As entidades que compõem a Iniciativa para a Ciência e Tecnologia no Parlamento – ICTP.Br, conjuntamente com diversas outras associações e instituições que fazem parte do sistema brasileiro de ciência, tecnologia e inovação, conclamam o Presidente do Congresso Nacional, Senador Rodrigo Pacheco, a necessária devolução da MP nº 1.136, de 26 de agosto de 2022, sob pena de nosso País assistir ao colapso de sua produção científica, com retrocesso de várias e importantes políticas públicas de estímulo ao desenvolvimento tecnológico e inovação, e a desestruturação de um ecossistema sensível, produtor de riquezas e gerador de empregos com elevada qualificação.

Brasília, 30 de agosto de 2022.

A) Entidades da ICTP.Br:

  1. Academia Brasileira de Ciências (ABC);
  2. Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes);
  3. Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap);
  4. Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica (Confies);
  5. Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica(Conif);
  6. Conselho Nacional dos Secretários Estaduais para Assuntos de CT&I (Consecti);
  7. Instituto Brasileiro de Cidades Humanas, Inteligentes, Criativas e Sustentáveis (Ibrachics);
  8. Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

B) Além das entidades da ICTP.Br, assinam:

  1. Associação Brasileira das Instituições Comunitárias de Educação Superior (Abruc)
  2. Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica e Inovação (Abipti)
  3. Associação Brasileira de Antropologia (ABA)
  4. Associação Brasileira de Ciência Ecológica e Conservação (Abeco)
  5. Associação Brasileira de Cristalografia (ABCr)
  6. Associação Brasileira de Editores Científicos (ABEC Brasil)
  7. Associação Brasileira de Educação em Engenharia (ABENGE)
  8. Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn)
  9. Associação Brasileira de Ensino de Biologia (SBEnBio)
  10. Associação Brasileira de Estatística (ABE)
  11. Associação Brasileira de Estudos de Defesa (ABED)
  12. Associação Brasileira de Estudos Sociais das Ciências e das Tecnologias (Esocite)
  13. Associação Brasileira de Limnologia (ABLimno)
  14. Associação Brasileira dos Economistas pela Democracia (Abed)
  15. Associação Brasileira dos Reitores das Universidade Estaduais e Municipais (Abruem)
  16. Associação dos Empregados da Financiadora de Estudos e Projetos (Afin)
  17. Associação dos Servidores do CNPq (ASCON CNPq)
  18. Associação Nacional de Ensino, Pesquisa e Extensão do Campo de Públicas (ANEPCP)
  19. Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec)
  20. Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei)
  21. Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Turismo (ANPTUR)
  22. Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas (ANPAP)
  23. Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (ANPAD)
  24. Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (ANPOCS)
  25. Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia (ANPEGE)
  26. Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Letras e Linguística (ANPOLL)
  27. Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional (ANPUR)
  28. Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia (ANPOF)
  29. Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG)
  30. Centro de Estudos, Sociedade, Universidade e Ciência (Sou_Ciência)
  31. Clube de Engenharia
  32. Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (Crub)
  33. Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (Proifes)
  34. Federação de Sociedades de Biologia Experimental (Fesbe)
  35. Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia (Fortec)
  36. Instituto Serrapilheira
  37. Observatório do Conhecimento
  38. Sindicato Nacional dos Servidores Públicos Federais da Carreira de Gestão, Planejamento e Infraestrutura em Ciência e Tecnologia (SindGCT)
  39. Sociedade Astronômica Brasileira (SAB)
  40. Sociedade Brasileira de Administração Pública (SBAP)
  41. Sociedade Brasileira de Biofísica (SBBF)
  42. Sociedade Brasileira de Biologia Celular (SBBC)
  43. Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular (SBBq)
  44. Sociedade Brasileira de Carcinologia (SBC)
  45. Sociedade Brasileira de Computação (SBC)
  46. Sociedade Brasileira de Economia Política (SEP)
  47. Sociedade Brasileira de Ecotoxicologia (Ecotox Brasil)
  48. Sociedade Brasileira de Eletromagnetismo (SBMAG)
  49. Sociedade Brasileira de Engenharia Biomédica (SBEB)
  50. Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos (SBEC)
  51. Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (INTERCOM)
  52. Sociedade Brasileira de Etologia (SBE)
  53. Sociedade Brasileira de Farmacognosia (SBFgnosia)
  54. Sociedade Brasileira de Farmacologia e Terapêutica Experimental (SBFTE)
  55. Sociedade Brasileira de Física (SBF)
  56. Sociedade Brasileira de Fisiologia Vegetal (SBFV)
  57. Sociedade Brasileira de Genética (SBG)
  58. Sociedade Brasileira de Geoquímica (SBGq)
  59. Sociedade Brasileira de Herpetologia (SBH)
  60. Sociedade Brasileira de História da Ciência (SBHC)
  61. Sociedade Brasileira de História da Educação (SBHE)
  62. Sociedade Brasileira de Ictiologia (SBI)
  63. Sociedade Brasileira de Malacologia (SBMA)
  64. Sociedade Brasileira de Mastozoologia (SBMz)
  65. Sociedade Brasileira de Matemática (SBM)
  66. Sociedade Brasileira de Matemática Aplicada e Computacional (SBMAC)
  67. Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT)
  68. Sociedade Brasileira de Micro-ondas e Optoeletrônica (SBMO)
  69. Sociedade Brasileira de Microscopia e Microanálise (SBMM)
  70. Sociedade Brasileira de Ornitologia (SBO)
  71. Sociedade Brasileira de Ótica e Fotônica (SBFoton)
  72. Sociedade Brasileira de Pesquisa em Materiais (SBPMAT)
  73. Sociedade Brasileira de Protozoologia (SBPz)
  74. Sociedade Brasileira de Psicologia (SBP)
  75. Sociedade Brasileira de Química (SBQ)
  76. Sociedade Brasileira de Telecomunicações (SBrT)
  77. Sociedade Brasileira de Zoologia (SBZ)
  78. Sociedade Brasileira para o Estudo de Quirópteros (SBEQ)
  79. Sociedade Brasileira para o Estudos de Elasmobrânquios (SBEEL)

Acesse a nota original em PDF

“O combate à pobreza depende da conservação”, afirma Carlos Joly

O membro titular da ABC Carlos Alfredo Joly concedeu uma longa entrevista para o Instituto Humanitas Unisinos – IHU. O Acadêmico abordou sustentabilidade, meio ambiente, agricultura, ciência, tecnologia e política no atual contexto brasileiro:

“A conservação da biodiversidade está na base da redução da pobreza”, afirma Carlos Joly. Simples e direto, o pesquisador e presidente da Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos lembra que, no mundo, “cerca de 1,5 bilhão de pessoas vivem do uso direto da biodiversidade. Ou seja, vivem de coletar organismos, sejam eles marinhos – e uma grande parcela vive desses organismos – ou de frutos, animais silvestres e outras formas de vida”, explica em entrevista por videoconferência ao Instituto Humanitas Unisinos – IHU.

Os dados acima se opõem ao discurso dominante, ainda que falso, de que o combate à miséria depende dos grandes produtores ligados ao agronegócio que, ao fim e ao cabo, é nocivo à agricultura. “O que nós temos é crescimento e uma condição de não desenvolvimento. Estamos aumentando a quantidade de alimentos produzidos, mas provocando uma destruição que vai reduzir a nossa própria capacidade de produzir alimentos”, assevera Joly.

“Há um outro modelo de desenvolvimento, em que você põe a biodiversidade como um dos sustentáculos”, propõe o pesquisador. “A pobreza e a fome são primordiais, vêm antes de tudo. O que nós entendemos é que não é preciso destruir ecossistemas da biodiversidade para resolvê-los. Pelo contrário, só estamos empurrando o problema para frente, só vai se agravar”, complementa.

Carlos Alfredo Joly possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade de São Paulo, mestrado em Biologia Vegetal pela Universidade Estadual de Campinas – Unicamp, PhD em ecofisiologia vegetal pela Universidade de Saint Andrews, Escócia e pós-doutorado pela Universidade de Berna, Suíça. É professor titular em Ecologia do Instituto de Biologia da Unicamp, membro titular da Academia Brasileira de Ciências, coordenador da Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos e membro do Painel Multidisciplinar de Especialistas/MEP da Intergovernamental Platform on Biodiversity and Ecosystem Services/IPBES e do Comitê Científico do Inter-American Institute for Global Change Research/IAI.

Leia a entrevista completa no site da Unisinos

Helena Nader fala sobre mulheres na ciência

No dia 23 de agosto a presidente da ABC, Helena Bonciani Nader, participou da “2022 Alumni Leadership Conference – Celebrating Australian Alumni Advances in STEM”, organizada pela Embaixada da Austrália no Brasil. O evento online reuniu pesquisadores australianos-brasileiros para seminários e oficinas, visando o desenvolvimento profissional e o estreitamento de laços entre as comunidades científicas dos dois países.

Helena Nader foi convidada para ministrar a palestra de abertura do primeiro dia da conferência, cujo tema foi “Mulheres em Ciência, Tecnologia, Engenharias e Matemática”. Durante sua fala, a presidente da ABC abordou a participação relativa de mulheres na ciência, na política e nos negócios brasileiros. De acordo com um relatório recente do Conselho Internacional de Ciências, feito com 65 academias nacionais, nas áreas com maior participação feminina a proporção ainda é menor do que 30%.

“Mulheres encontram desafios em todas as profissões, especialmente na carreira científica. Precisamos lidar com culturas institucionais predominantemente masculinas, responsabilidades familiares desproporcionais, e, como apontado por vários estudos, vieses negativos em financiamento, revisões e citações”, argumentou.

A pandemia agravou essa situação. De acordo com um artigo recente publicado na Nature, a participação de mulheres na produção científica caiu desproporcionalmente depois do novo coronavírus. Esses efeitos são ainda mais graves entre as pesquisadoras em início de carreira. “Ainda temos um longo caminho pela frente”, concluiu Nader.

Helena Nader durante apresentação na Conferência. Gráfico mostra a queda na participação de mulheres nos cargos mais altos da gestão de ciência

Helena Nader participará da 4ª edição do Mulheres na Ciência e Inovação

No dia 3 de setembro, a presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Helena Bonciani Nader, ministrará uma palestra sobre Ciência e Gênero no primeiro encontro da 4ª edição do Mulheres na Ciência e Inovação. O programa é uma iniciativa do British Council em parceria com o Museu do Amanhã | IDG, e busca estimular uma cultura de inovação, colaboração e empreendedorismo em pesquisadores do ensino superior e pós-graduação.

O evento é on-line e contará com palestras, oficinas e debates ao longo de cinco encontros a serem realizados todos os sábados a partir do dia 3. Ao longo das sessões, as pesquisadoras terão a oportunidade de criar contatos profissionais e aprendizados que contribuam no desenvolvimento de suas carreiras na academia e no mercado de trabalho.

Confira a programação do 1º dia:

03/09

09h – 09h30 Abertura com Bruna Baffa, diretora de Conhecimento e Criação do Museu do Amanhã; Diana Daste, Diretora de Cultura do Conselho Britânico no Brasil e Maria Angert, Gerente de Responsabilidade Social da Shell

9h30 – 10h30 Palestra Ciência e gênero com Helena Nader, presidente da Academia Brasileira de Ciências, e professora titular da EPM/UNIFESP

10h30 – 10h45 Intervalo

10h45 – 12h15 Palestra Tecnologia, gênero e raça: oportunidades e desafios para séc. 21 com Silvana Bahia, codiretora executiva do Olabi e Coordenadora da PretaLab

12h15 – 12h50 Diálogo entre as participantes (salas simultâneas)

12h50 – 13h Encerramento e próximos passos

Para mais informações, acesse.

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