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Mulheres na Ciência: Desafios e Perspectivas

A abertura do mês da Ciência e Tecnologia de Niterói terá mesa-redonda com o tema  “Mulheres na Ciência: Desafios e Perspectivas’, da qual participará a pesquisadora titular da Fiocruz e Doutora em Divulgação Científica pela UFRJ Danielle Grynszpan, entre outras. O evento será realizado no dia 4/10, às 17h, no Auditório Caminho Niemeyer, na av. Jornalista Rogério Coelho Neto, s/n.

Danielle é coordenadora do pólo do Rio de Janeiro do Programa ABC na Educação Científica da Academia Brasileira de Ciências e enviou o seguinte texto para a NABC:

Mulheres, desde meninas, curiosas e criativas

Em 2015 foi aprovado, pela Assembleia das Nações Unidas, o Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência: 11 de fevereiro . Vale lembrar que, se é necessário instituir-se um dia específico, certamente é porque há um desafio: estimular o acesso maior e a participação feminina em um quantitativo maior no mundo da pesquisa.

Não seriam elas tão ávidas por saber quanto os meninos e homens? Seriam elas menos curiosas? Dados da Unesco de setembro de 2018 evidenciam que menos de 30% dos cientistas no mundo são mulheres, sendo que a própria palavra cientista nem requer adequação de sufixo para a diversidade de gênero.

Este potencial feminino inexplorado não pode nem deve ser perdido, especialmente em um planeta que precisa de mais mentes brilhantes para melhorar a qualidade de vida: desde incrementar os tratamentos, o sistema de prevenção e a promoção da saúde, até a possibilidade de intervir para o melhor encaminhamento de questões socioambientais, passando por tantas outras descobertas e invenções que dependem de
cérebros sensíveis ao apelo humanista.

Apesar das conquistas educacionais e da maior presença feminina no mundo do trabalho, o quadro denota haver (relativamente) um baixo percentual no campo da tecnociência – além de persistirem problemas ligados ao reconhecimento de sua atuação. Desta forma, procuraremos contribuir para a reflexão e o debate acerca do papel da educação na igualdade de gênero, especialmente no que tange à valorização da inventividade e criatividade entre mulheres e meninas – desde a Educação Básica.

Diretor do Museu Nacional diz que em três anos visitantes podem voltar

RIO DE JANEIRO Um mês após o incêndio que atingiu o Museu Nacional, na zona norte do Rio, o diretor da instituição, Alexander Kellner, disse estar “extremamente confiante” com o que viu ao entrar na área afetada pelo fogo logo após a tragédia.

“Não sou um cara de natureza otimista nem pessimista, mas estou extremamente confiante com o que eu vi. Porque teve parte que colapsou, não queimou, então aquilo que ficou embaixo temos chance de preservar”, disse o paleontólogo nesta terça (2) em entrevista em frente ao museu. “Teve outra área que queimou tudo, ali a chance de eu conseguir resgatar alguma coisa é menor.”

O diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner

O diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner – Zô Guimarães – 21.mai.2018 /Folhapress

Os trabalhos de resgate do acervo ainda não começaram, por questões de segurança. Desde o dia 21 de setembro, uma empresa contratada pela UFRJ (Universidade Federal do RJ), que gere o museu, vem realizando obras para estabilizar a estrutura do prédio.

O palácio de 200 anos está rodeado por tapumes, e a entrada está sendo controlada. Cerca de 25 funcionários trabalham ali dentro diariamente. O processo vai incluir, além da estabilização, a colocação de uma cobertura provisória sobre o antigo palácio, onde ficavam as grandes exposições do museu e muito de seu acervo.

Todo esse trabalho deve durar até seis meses e, conforme cada área do prédio for considerada segura, começarão os trabalhos de resgate. “Vamos entrar à medida em que eles forem escorando e essas áreas forem sendo liberadas. A Luzia [crânio humano mais antigo do Brasil] não está nesse primeiro caminho”, afirmou Kellner, questionado se algum setor seria priorizado.

Para essa fase, estão sendo usados R$ 8,9 milhões liberados emergencialmente pelo Ministério da Educação, que estão sendo empregados também no isolamento da área e na instalação de contêineres para abrigar os pesquisadores que perderam seus locais de trabalho com o desastre.

Depois disso, o diretor do museu disse estar tentando conseguir um valor de R$ 50 milhões a R$ 100 milhões, que o Congresso Nacional precisaria incluir no Orçamento do ano que vem, para reconstruir a infraestrutura básica do edifício, com paredes e teto definitivo.

“Se nós conseguirmos essa dotação orçamentária e ela não for contingenciada, eu acredito que em três anos já vamos ter alguma coisa bacana [e as pessoas poderão voltar a visitar o museu]”, calculou ele. Uma outra verba de R$ 5 milhões, já garantida pelo Ministério da Educação, será usada depois para formular um projeto de redefinição das áreas internas do prédio.

“Não foi todo o acervo que se perdeu, felizmente, porque já havia uma programação do museu de sair do palácio”, frisou. “A gente tem muito acervo ainda, e esse acervo dá um museu de história natural. Não tenho múmia, mas estamos conversando com outras instituições, por exemplo, sobre empréstimos a longo prazo.”

Uma das prioridades agora é voltar a atender as crianças –segundo ele, cerca de 20 mil alunos de 600 escolas visitavam o local anualmente. O Museu Nacional está fazendo uma campanha de financiamento coletivo para arrecadar R$ 50 mil e permitir que funcionários possam visitar colégios levando itens do acervo.

Em um segundo momento, ainda com essa verba, a instituição quer criar um roteiro de visitação focada em botânica e zoologia, usando os jardins históricos do Horto Botânico do museu e reformando um pequeno edifício que existe ali. “Será para alunos, não será o grande público nesse primeiro momento”, disse o diretor.

ABC discute cooperação internacional com a Academia Chinesa de Ciências

Representantes da Academia Brasileira de Ciências e da Academia Chinesa de Ciências

A Academia Brasileira de Ciências (ABC) recebeu em sua sede, na quinta-feira (27), representantes da Academia Chinesa de Ciências (CAS, na sigla em inglês) para debater a cooperação entre as duas academias. Da comissão brasileira, estiveram presentes o presidente da ABC, Luiz Davidovich, o presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Marcos Cintra, e os Acadêmicos Helena Nader, Elíbio Rech, Wanderley de Souza, Carlos Morel e Ricardo Galvão. Da delegação chinesa, participaram o vice-presidente da CAS, Yaping Zhang, os professores Yin Li e Yi Shi, e a representante do Departamento de Cooperação Internacional da academia chinesa, Ting Tong.

Durante o encontro, os cientistas discutiram vários temas para a cooperação. Como resultado, alguns projetos já foram agendados para o ano de 2018, como um workshop sobre ciência na agricultura, a ser realizado na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), e outro sobre ciências espaciais na China. Estão sendo organizados também workshops nas áreas de biotecnologia e nanotecnologia.

O professor Davidovich explicou que a partir dessas atividades podem surgir projetos conjuntos de pesquisa, e destacou o papel da ABC nas colaborações internacionais: “as colaborações da Academia Brasileira de Ciências com outras academias é especialmente importante para dar um componente científico à colaborações que já possam existir entre governos, por exemplo, na área de ciências espaciais, onde a cooperação entre governos é basicamente de caráter tecnológico, enquanto a ABC junto com a CAS podem trazer para essa colaboração um componente científico importante.”

Membros da administração e da comunidade científica das academias discutem cooperação internacional

O presidente da ABC apontou o forte investimento que a China tem realizado em ciência e inovação tecnológica, independentemente da situação de crise econômica global. “A lição que nós pegamos disso é que países precisam investir em ciência e tecnologia, no mundo contemporâneo, para ter um protagonismo internacional e para a qualidade de vida de sua população”, concluiu Davidovich.

Para o vice-diretor da Academia Chinesa de Ciências, o Brasil deve assumir o protagonismo na cooperação científica com outros países. Sobre a colaboração entre Brasil e China, Yaping Zhang afirmou: “A China tem uma relação muito boa com o Brasil e com a América Latina, e a nossa frutífera colaboração científica já foi usada no enfrentamento dos nossos problemas em comum, como mudanças climáticas, doenças infecciosas, entre outros. Eu acredito que existe um grande potencial de expansão da colaboração entre o Brasil e a América Latina com a China.”

Pesquisando em harmonia com a natureza

Apaixonada pela natureza, a bióloga Juliana Schietti de Almeida não se distancia de seu campo de estudo nem no tempo livre, quando cuida do jardim que plantou em casa. Original de Londrina, no Paraná, Juliana foi do sul ao norte do Brasil para pesquisar sobre ecologia em Manaus, no Amazonas.

Juliana Schietti convive em harmonia com a natureza desde sua infância. Ela tem boas lembranças dos passeios no sítio da família: “Meu pai sempre me ensinou a olhar para as árvores, aprender os nomes populares e observar os animais e a natureza em geral”.

Dentre as disciplinas da escola, suas favoritas eram química, matemática, português e ciências. A Acadêmica recorda até hoje de quando uma amiga a introduziu à graduação em biologia, onde “os alunos passavam dias no campo e andavam no Departamento de botas, com equipamentos de coleta e cheios de lama”. Sua reação não poderia ter sido mais entusiasmada: “Pensei: é isso aí que quero fazer! Escolhi ser bióloga pela possibilidade de trabalhar em contato com a natureza.”

Em 1997, Juliana ingressou na licenciatura e bacharelado em ciências biológicas da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Entre 2003 e 2005, já no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), faz o mestrado em biologia (ecologia). AEla diz que o mestrado na Amazônia foi para o marco de início na vida acadêmica. “Foi a partir daí que tive maior contato com a pesquisa em ecologia e vi que era essa a linha que queria seguir”. De 2009 a 2013, realizou o doutorado na mesma área e instituição, com período sanduíche na Universidade do Arizona, nos Estados Unidos.

Hoje, a bióloga atua em duas linhas de pesquisa: a das relações entre plantas e ambiente, e a da relação entre as plantas e os seres humanos. Sobre o primeiro tema, ela relata que conduz uma investigação de como características de árvores e cipós estão relacionadas com o ambiente em que vivem. A cientista afirma que estas respostas podem ajudar na previsão de mudanças na distribuição e abundância das plantas em consequência das mudanças globais.

Tratando da relação entre plantas e pessoas, o grupo de pesquisa de Juliana tem buscado entender como o homem desde o período pré-colombiano pode ter alterado características do local e, com isso,  a disponibilidade de plantas úteis na floresta. “Essa pesquisa pode contribuir para o entendimento da relação harmônica antiga entre o homem e floresta e a quebra do paradigma de que a floresta amazônica é antiga em suas áreas não ocupadas atualmente”, explica a bióloga.

Sobre ter sido eleita para a categoria de membros afiliados da Academia Brasileira de Ciências (ABC), a representante da Regional Norte celebra: “Significa um reconhecimento dos pares pelo trabalho que estou desenvolvendo, mas também uma oportunidade de conexão com novos colegas na pesquisa e de buscar meios para avançar a ciência no Brasil”.

Transformando a biologia em dados computacionais

Como para muitos jovens recém-formados no ensino médio, a certeza de que carreira seguir não veio de primeira para Rommel Thiago Jucá Ramos. O cientista chegou a tentar o vestibular para direito até descobrir a computação como sua verdadeira paixão. Hoje, formado em engenharia da computação, o novo afiliado da Academia Brasileira de Ciências (ABC) desenvolve pesquisa nas áreas de processamento de dados biológicos, desenvolvimento de pipelines (sequência de procedimentos) e ferramentas computacionais.

Nascido em Belém, no Pará, Rommel Ramos teve grandes perdas em sua vida, ainda criança: seu pai e seus avós paternos. Ainda assim, o engenheiro guarda ótimas recordações da infância em família: “Os Natais na casa de minha tia Zenir com todos os primos reunidos sempre foram espetaculares. Como o quintal da casa parecia um mundo quando éramos crianças, era o lugar de muitas brincadeiras e dos Natais mais felizes de que tenho recordação”.

Na escola, Rommel se interessava tanto por disciplinas das ciências humanas quanto das exatas, tendo entre as favoritas história, geografia, português e matemática. Nas férias, aproveitava o tempo livre jogando futebol e empinando pipa com os amigos.

Sob influência materna, o primeiro vestibular prestado por Rommel foi para direito. Sem conseguir aprovação, decidiu fazer o curso de análise de sistemas na Universidade da Amazônia (Unama), e após a conclusão em 2002, realizou a graduação em engenharia da computação na Faculdade Estácio de Belém, de 2003 a 2007. Lá, o Acadêmico lembra do apoio que recebeu do professor José Felipe de Almeida, que o incentivou a seguir a carreira científica quando ele mesmo não via a profissão como possibilidade.

Em 2008, ingressou na Universidade Federal do Pará (UFPA) para fazer o mestrado em genética e biologia molecular. Seguiu no doutorado e terminou a formação em 2012. Lembrando o período da pós-graduação, o engenheiro comenta com gratidão o aprendizado que obteve de seus professores Artur Luis da Costa da Silva, membro afiliado da ABC entre 2008 e 2012, e Vasco Azevedo.

Atualmente, Rommel Ramos é professor adjunto da Faculdade de Biotecnologia da UFPA e a de ferramentas computacionais e desenvolvimento de pipelines.

Sua primeira linha de pesquisa, de processamento de dados biológicos, tem o objetivo de “realizar o agrupamento dos fragmentos de DNA decodificados a fim de representar o genoma, o que chamamos de montagem de genoma”. E a segunda linha, de desenvolvimento de pipelines, trata de “dar suporte ao processamento e análise de dados biológicos, com interfaces de simples compreensão e utilização, a fim de facilitar a manipulação de dados biológicos por pesquisadores que não tem expertise em computação”.

O cientista afirmou que o uso da bioinformática integrada aos dados disponíveis em bancos de dados é de suma importância para boa parte das pesquisas que hoje fazem uso de biologia molecular, considerando o grande volume de dados produzido e a necessidade de relacioná-los, informa o cientista.

Como novo membro da Regional Norte para o período de 2018 a 2022, Rommel conta com entusiasmo que deseja divulgar a carreira científica tanto no ensino superior como no médio, para promover o engajamento da nova geração em fazer ciência para o progresso da sociedade.

Pesquisando a genética das paisagens do mundo

Filho de pai biólogo e criado em meio à natureza, para Rodolfo Jaffé Ribbi não haveria outro caminho senão apaixonar-se pela biologia. Seguindo seu destino, atua hoje como biólogo e pesquisador da área de genética da paisagem.

Rodolfo Jaffé nasceu em Caracas, na Venezuela. O novo afiliado da Academia Brasileira de Ciências (ABC) lembra com alegria da infância repleta de família e natureza, especialmente das aventuras que se propunha em meio à mata na companhia da irmã e dos primos. Ele conta que, no jardim de casa, sua família criava cachorros, gatos, galinhas e até mesmo macacos e jacarés.

Sobre os estudos quando criança, o biólogo confessa que nunca gostou muito da escola, mas sempre se interessou pelos laboratórios de química e biologia. Na Universidade Simón Bolívar (USB), onde seu pai trabalhava como professor de biologia, gostava de ficar no laboratório observando os experimentos em andamento.

Quando chegou o momento de ir para a graduação, o rapaz não teve dúvidas de que queria cursar biologia na USB, e então realizou a graduação de 1998 a 2004. Logo em seguida, Rodolfo participou de um curso de ecologia tropical e conservação da Organização para Estudos Tropicais, na Costa Rica. Ele recordou a importância desta experiência em sua carreira: “Esse curso mudou a minha perspectiva da ciência e acordou o meu interesse pelos insetos sociais”.

Entre 2005 e 2009, o cientista morou na Alemanha e lá faz o mestrado em ecologia molecular e o doutorado em ecologia comportamental. Na Martin Luther University, na cidade de Halle, Rodolfo realizou sua formação no laboratório de ecologia molecular do professor Robin Moritz.

Ainda em 2009, o biólogo ingressaou no pós-doutorado na University of Western Australia e quando finalizou o curso, entrou em outro programa de pós-doutorado, desta vez, na Universidade de São Paulo (USP).

Como pesquisador, o Acadêmico atua no Instituto Tecnológico Vale (ITV), em Belém. Ele busca quantificar o efeito de mudanças recentes da paisagem sobre os padrões de diversidade e fluxo genético em diversos organismos, além de tentar identificar as adaptações locais a ambientes sujeitos a mudanças. “É uma linha de pesquisa interdisciplinar, que mistura a genética de populações com a ecologia da paisagem, para entender como mudanças na paisagem influenciam padrões de diversidade e fluxo genético em diversos organismos”, explicou o biólogo.

Tendo passado pela Venezuela, Alemanha, Austrália e Brasil, Rodolfo valoriza a possibilidade que a ciência oferece de se ter uma “comunicação objetiva, baseada em fatos, com pessoas de diversas culturas e opiniões”. Sobre se tornar membro afiliado da ABC para o período entre 2018 e 2022, o cientista se sente honrado e espera poder contribuir com uma visão interdisciplinar, internacional e multicultural na Academia.

Aceitando os desafios de descobrir o novo

Aos 17 anos, Daniele Barbosa de Almeida Medeiros tomou conhecimento das pesquisas sobre saúde pública realizadas no Instituto Evandro Chagas (IEC) e teve a certeza de que um dia trabalharia lá. Hoje, a biomédica concretizou o sonho da estudante e trabalha no IEC pesquisando o impacto dos arbovírus na saúde pública.

Daniele Medeiros nasceu em Teresina, no Piauí. Cresceu na cidade até os 13 anos, quando mudou-se com a família para Belém, no Pará. Ela conta que teve uma infância alegre e recorda com carinho das brincadeiras no quintal de casa e dos encontros com os primos nas viagens para Recife.

Na escola, já dava indícios de que seguiria carreira científica: suas matérias favoritas eram biologia, física e matemática. Ela lembra que nessa época gostava de observar pequenos animais para comparar a anatomia e coletar plantas para identificar as espécies.

A escolha do curso de graduação se deu após uma feira de vestibular, onde conheceu o trabalho realizado pelo Instituto Evandro Chagas na área da saúde pública e optou pelo curso de biomedicina. Entre 1998 e 2002, concluiu sua graduação em biomedicina pela Universidade Federal do Pará (UFPA). “Entre livros e festas, lá encontrei grandes amigos que me acompanham até hoje”, comentou a cientista.

No mesmo ano em que terminou a graduação, ingressou no mestrado em biologia de agentes infecciosos e parasitários na UFPA. Terminou o programa em 2004, e em 2006, iniciou o doutorado na mesma área e universidade. Ela menciona a importância que seus orientadores tiveram em sua carreira, em especial o professor José Antônio Diniz, na graduação, e o Acadêmico Pedro Fernando Vasconcelos, no mestrado e doutorado.

Entre 2016 e 2017, Daniele foi para os Estados Unidos para um estágio de pós-doutorado na University of Texas Medical Branch. Lá, trabalhou no desenvolvimento da vacina contra o vírus da zika. Ela comenta que , sem sombra de dúvida, o sucesso do desenvolvimento do candidato a vacina veio de muito trabalho, dedicação “e principalmente da confiança que o Dr. Pedro Vasconcelos e a nossa equipe têm de fazer o melhor para o nosso país”.

Como pesquisadora, a nova afiliada da ABC tem atuado nos estudos da arbovirologia, buscando aprimorar técnicas laboratoriais para o diagnóstico sorológico e molecular dos arbovírus. Ela explica que sua pesquisa auxilia na identificação dos arbovírus, focando em sua capacidade de dispersão e no poder que eles têm de causar epidemias. “Essas pesquisas contribuem hoje de forma direta ou indireta para a saúde pública, embasando ações de vigilância e controle das doenças causadas por vírus transmitidos por mosquitos, as arboviroses”, conclui Daniele.

Enfrentando o “contínuo desafio da descoberta de algo novo”, como a cientista coloca, Daniele tem conquistado o reconhecimento de seu trabalho e foi eleita para a categoria de membro afiliado da ABC, para o período entre 2018 e 2022. Sobre integrar a Academia, a biomédica celebra: “Para mim é uma honra receber o título de membro afiliado da ABC e fico feliz de ser um dos representantes da região Norte. Pretendo atuar junto à ABC levando um pouco da expertise do grupo de arbovirologia do Instituto Evandro Chagas”.

Acadêmico Marco Antonio Zago é o novo presidente da Fapesp

O governador do Estado de São Paulo nomeou Marco Antonio Zago para exercer a função de presidente da FAPESP.

Em decreto de 28 de setembro de 2018, publicado no dia seguinte no Diário Oficial do Estado de São Paulo, Zago foi nomeado com fundamento no art. 10 da Lei 5.918-60, combinado com o art. 5º dos Estatutos da FAPESP, aprovados pelo decreto 40.132-62.

Zago compôs a lista tríplice definida em 3 de setembro de 2018 em reunião do Conselho Superior da FAPESP e entregue ao governador para a escolha do novo presidente da Fundação.

A lista foi composta pelos nomes dos conselheiros José Goldemberg e Marco Antonio Zago, em primeiro escrutínio, e José de Souza Martins, em segunda votação.

A lista foi definida em função do fim do mandato de presidente, em 7 de setembro, de Goldemberg, que ocupou a presidência da FAPESP desde 2015.

Marco Antonio Zago graduou-se pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, onde obteve títulos de mestre e de doutor, tendo realizado o pós-doutorado na Universidade de Oxford. É secretário de Estado da Saúde do Governo do Estado de São Paulo.

Foi reitor e pró-reitor de Pesquisa da USP. Foi presidente do CNPq, coordenador do Centro de Terapia Celular de Ribeirão Preto (CEPID FAPESP), diretor clínico do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto e membro da Comissão Nacional de Biossegurança.

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