A importância dos oceanos no clima do planeta é o tema que o diretor-geral do Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas (INPO), professor [e Acadêmico] Segen Estefen, apresentará em 20 de fevereiro, durante a Reunião Regional da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência no Espírito Santo. O diretor do INPO participará da mesa-redonda “Oceano, Exploração e Preservação de Biomas”, das 9:00 às 11:30h, no Cine Metrópolis, no Campus Goiabeiras da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), em Vitória.
“O oceano é um regulador climático vital e um sumidouro de carbono. Ele funciona como uma espécie de ar-condicionado do planeta. Entre 1971 e 2020 os oceanos absorveram aproximadamente 89% do excesso de calor gerado pelo aquecimento global. Isso ignifica que a maior parte do calor adicional foi armazenado no oceano. Sem o oceano a temperatura global do nosso planeta seria insustentável”, explica o diretor do INPO.
No entanto, o oceano está cada vez mais quente, mais ácido, com menos oxigênio, e o nível do mar aumenta a cada ano. Em 2024, segundo o Programa de Observação da Terra da União Europeia (Copernicus), a temperatura do oceano foi a mais alta da história: a média diária global da superfície do mar atingiu 21,09°C.
Segundo Estefen, oceano e clima são interdependentes. Mudanças no oceano alteram o clima e vice-versa. O aquecimento do Atlântico provoca ondas de calor marinhas que influenciam fenômenos climáticos causando grandes impactos nos ecossistemas marinhos e no clima global. Afetam a pesca, devastam recifes de corais e intensificam ciclones tropicais, furacões e tempestades, tornando-os mais destrutivos.
“Precisamos com urgência investir cada vez mais em pesquisas para conhecermos melhor os oceanos, prever e entender os fenômenos para indicar soluções para mitigar e adaptar as cidades, tornando-as mais resilientes para enfrentar os eventos extremos da mudança do clima e proteger as pessoas”, afirma o professor.
No ano de 2024, durante o G20, o INPO assinou um acordo de cooperação com a Prefeitura do Rio de Janeiro para o monitoramento da temperatura, agitação marítima e elevação do nível do mar na área costeira do Rio de Janeiro. A cidade está entre os municípios brasileiros que serão mais afetados pelas mudanças climáticas, de acordo com alerta recente da Organização das Nações Unidades (ONU). O acordo prevê estudos para a implantação de um sistema de monitoramento da costa do Rio de Janeiro. Os resultados desse projeto piloto poderão ser replicados em outras cidades do país vulneráveis aos eventos extremos provocados pelas mudanças climáticas.
Sobre o INPO
O Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas é a mais nova Organização Social vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Começou a operar em 2023 e é inteiramente dedicado à pesquisa e desenvolvimento do oceano.
Conta com uma rede de cerca de 100 pesquisadores ligados às principais universidades e institutos de pesquisa do país
O INPO tem como missão promover as ciências do mar viabilizando o enfrentamento dos desafios nacionais nessa área, incluindo às mudanças climáticas. Com base em conhecimento técnico-científico, o INPO contribuirá na elaboração de políticas públicas que beneficiem a sociedade brasileira e amplie o papel do Brasil no cenário internacional, em prol de um oceano sustentável.