Juliano Moreira, segundo presidente da ABC

Um artigo publicado no The British Journal of Psychiatry, no dia 14 de outubro, pelos pesquisadores brasileiros Naomar de Almeida, Lilia Schwarcz e Jair Mari, trouxe luz à história excepcional de um renomado membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC). Juliano Moreira foi um cientista negro que, numa época onde ainda ressonavam ideias de racismo científico, se tornou um profissional renomado, um dos fundadores da ABC e seu segundo presidente.

Intitulado “Exceptional racism at the dawn of scientific psychiatry in Brazil: the curious case of Juliano Moreira”, os autores argumentam que Juliano Moreira foi vítima de um tipo muito particular de racismo, o que chamam de “racismo excepcional”, tendo sua proeminência constantemente utilizada para mascarar o cruel racismo estrutural brasileiro, ao mesmo tempo em que se sobrevalorizava a ideia de mérito, culminando por justificar o próprio racismo.

“Ao lançar luz sobre a vida de Moreira, podemos entender melhor o papel histórico do racialismo (a ideia derrubada de que a humanidade se divide em raças) ao moldar o progresso médico e científico em um país social e institucionalmente periférico, ainda atormentado pelo racismo e outros traços opressivos do colonialismo (tradução livre)”, concluem os autores.

Leia o artigo na íntegra.