Leia matéria de Roberta Jansen para o Estadão, com comentários do membro afiliado da ABC Bruno Solano (2024-2028):
A descoberta dos microRNAs por Victor Ambros e Gary Ruvkun foi crucial para a compreensão de como funciona regulação genética e, consequentemente, de como ocorre a formação de diferentes tipos de células e tecidos do organismo. A pesquisa, premiada com o Nobel de Medicina nesta segunda-feira, 7, foi crucial na compreensão do surgimento de tumores cancerígenos e abriu caminho para o estudo de novos tratamentos e métodos de diagnóstico.
“Temos observado que por trás de doenças crônicas, como câncer e infecções, podemos encontrar uma desregulação no funcionamento destes microRNAs”, afirma o médico e pesquisador da Ciência Pioneira, do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino, Bruno Solano.
“A descoberta dos microRNAs representa grande avanço na Medicina, porque abre portas para o desenvolvimento de métodos de diagnóstico mais precisos e de novas terapias para uma série de doenças”, continua Solano, também pesquisador da Fiocruz e membro afiliado da Academia Brasileira de Ciências [eleito para o período 2024-2028].
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Esse mecanismo permite, por exemplo, que células musculares, do intestino, do cérebro, entre tantas outras, exerçam suas funções específicas. Além disso, a atividade genética precisa ser o tempo todo muito bem ajustada para adaptar as funções celulares às mudanças contínuas que acontecem em nossos corpos e também no meio ambiente. Sem esse ajuste fino constante, doenças graves poderiam surgir.
“Os miRNAs revelaram um novo mecanismo de regulação pós-transcricional, onde pequenos RNAs silenciadores atuam no controle da expressão genética”, explicou Solano. “Isso abriu novas portas para o entendimento de processos biológicos fundamentais e patologias, como o câncer, doenças neurodegenerativas e outras condições em que se observa uma regulação gênica desordenada.”
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Saiba mais sobre o processo e o prêmio na matéria do Estadão.
Veja o momento do anúncio do prêmio no YouTube de The Nobel Prize.