*Reportagem do Valor Econômico
O cientista Carlos Nobre, um especialista em clima reconhecido internacionalmente, estuda há muitos anos a Amazônia e, por força das circunstâncias locais, acabou se tornando também um conhecedor da dinâmica do crime organizado na região.
O crime organizado, diz ele, está por trás de desmatamentos e de fazendas de gado que ali se instalam, numa engrenagem pouco controlada que serve aos propósitos de lavagem de dinheiro ou outros crimes.
Essa vem sendo a crônica ambiental-policial em Estados da Amazônia e no Centro-Oeste. Mas para Nobre, o recorde de detecções de foco de incêndio neste mês no Estado de São Paulo pode ser um sinal perigoso de que o crime organizado decidiu expandir seu modo de agir nas áreas mais remotas da Amazônia, replicando em São Paulo sua forma de destruir biomas e de lucrar ilegalmente na cadeia agropecuária.
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