Em 2022, apenas 23% dos brasileiros entre 21 e 34 anos cursavam ou haviam concluído o ensino superior, metade do percentual médio dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Dos alunos no ensino superior, apenas 22% estudavam em instituições públicas.
É urgente ampliar a educação pública de ensino superior brasileira, criando vagas aos milhões, tarefa nada simples. Para isso, precisamos reconsiderar o perfil das instituições federais de ensino superior. Das matrículas nessas instituições, 82% estão concentradas nas universidades federais, todas elas de pesquisa. Também oferecem cursos de pós-graduação e respondem pela maior parte do conhecimento no país. Além disso, atuam na extensão universitária e nas atividades de inovação e interação com o setor produtivo. É preciso valorizar esse sistema exitoso e modernizá-lo.
Mas seria viável ampliar e democratizar o ensino superior público por meio das universidades federais? Achamos que não. Em nenhum país a democratização do ensino superior ocorreu só pelas dispendiosas universidades de pesquisa. Diferentemente do nosso modelo quase exclusivo de universidades de pesquisa, em diversos países predomina a diversificação de instituições: universidades, faculdades, faculdades comunitárias, instituições de ensino vocacional ou técnico de nível superior, entre outras. Essa diversificação atende melhor à demanda da sociedade, dos estudantes e promove a mobilidade. É comum o estudante concluir um curso de curta duração numa faculdade ou instituição vocacional e completar um bacharelado numa universidade.
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*Rodrigo B. Capaz, Adalberto Fazzio, Ado Jorio de Vasconcelos, Alaor Chaves e Jorge A. Guimarães são professores universitários e integrantes do Grupo de Trabalho sobre o Ensino Superior Brasileiro da Academia Brasileira de Ciências