Leia artigo publicado pelo Acadêmico Alexander Kellner, que é diretor do Museu Nacional, no jornal O Globo, em 18/8:

Apoio ao ‘Louvre brasileiro’

Como um museu brasileiro pode querer se equiparar a uma das instituições mais influentes do gênero no mundo, que tem até uma filial nos Emirados Árabes Unidos, o Louvre Abu Dhabi? Já registro uma grande diferença: para usar a marca francesa, existe um acordo de € 450 milhões, divididos ao longo de 30 anos. Esse valor é mais de quatro vezes o custo estimado para a reconstrução do Museu Nacional/UFRJ, no Rio de Janeiro, que se recupera do incêndio de 2 de setembro de 2018. Essa data deveria entrar para o calendário nacional como reflexão sobre a importância das coleções científicas e históricas de uma nação.

Ainda para listar as singularidades, o museu francês foi fundado em 1793 e o brasileiro 25 anos depois, em 1818, diferença pequena se levarmos em conta que ambos são bicentenários. O Louvre é essencialmente um museu de arte, apesar dos muitos artefatos arqueológicos, como os da cultura greco-romana e do Egito antigo. O Museu Nacional, que também tem esse tipo de acervo, em número bem mais modesto, é ligado à História natural e à antropologia. A instituição francesa tem 500 mil objetos, dos quais 36 mil estão expostos numa área de 72 mil m2. O museu brasileiro tinha 20 milhões de exemplares, agora reduzidos a menos de 3 milhões. Antes do incêndio, as galerias expositivas de 3.278m2 abrigavam 5.774 itens; após a reforma, serão aproximadamente 10 mil exemplares distribuídos em 7 mil m2. A visitação anual do Louvre gira em torno de 9 milhões, uma das maiores do mundo; a do Museu Nacional está projetada para 1 a 2 milhões e deverá ser a maior do Brasil.

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Neste momento da passagem dos seis anos da tragédia, porém, é importante obtermos apoio crescente da sociedade. Além do governo, é fundamental maior envolvimento do empresariado para mostrar ao mundo que o Brasil pode fazer melhor. Nunca é demais enfatizar que, além da contribuição à cultura, à ciência e à educação, a reconstrução movimentará a economia, trazendo milhões de turistas, recursos para a cidade, o estado e nosso país, além de proporcionar uma imagem positiva do Brasil. Com maior participação, poderemos transformar o Museu Nacional no “Louvre brasileiro”.

Leia o artigo na íntegra em O Globo.