Leia o texto do Acadêmico Alexander Kellner, editor-chefe dos Anais da ABC e diretor do Museu Nacional:
 
Dia das Mães! Um momento que aproveitamos para lembrar e comemorar com quem tanto fez ou ainda faz pela gente.
 
Mesmo levando em conta que toda figura materna é especial, hoje gostaria de falar sobre uma, que muito fez por todos nós: a Imperatriz Maria Leopoldina! Nascida em Viena, em 22 de janeiro de 1797, ela veio ao Brasil para se casar com D. Pedro (1798-1834). Na realidade, eles já tinham contraído matrimônio alguns meses antes da chegada dessa austríaca por nascença, mas brasileira de coração, por meio de procuração, na capital austríaca em 13 de maio de 1817 — na data de aniversário de seu sogro, D. João VI (1767-1826).
 
Ao chegar no Brasil em 05 de novembro de 1817, Maria Leopoldina teve que se acostumar a diferentes hábitos e culturas, além do clima. Trouxe uma Comitiva Nupcial Real, com naturalistas de destaque em missão científica. Ela era muito culta, falava diversas línguas e possuía especial interesse pelas ciências naturais, particularmente mineralogia e botânica.
 
Há quem diga que foi sob sua influência que o seu sogro criou o Museu Nacional, na época chamado de Museu Real. Aliás, em breve essa instituição comemora 205 anos de existência.
 
Tendo sido preparada politicamente pelo pai, ela foi conselheira do marido e, muitas vezes, foi ela quem regeu a colônia enquanto D. Pedro era obrigado a se ausentar. Em uma dessas ocasiões, em 2 de setembro de 1822, coube à Leopoldina presidir o Conselho de Ministros, e enviar os documentos para seu marido — o que culminou na Independência do Brasil.
 
Não à toa, Pedro II, seu filho, seguiu os caminhos da mãe, dedicando-se ao campo das ciências e mantendo no palácio também o Museu do Imperador e uma vasta biblioteca.
 
Independente de ter sido uma representante de uma monarquia absolutista, Leopoldina procurou ajudar aos mais necessitados, sendo também por esse motivo admirada por todos. Quando em 11 de dezembro de 1826 foi divulgado o seu falecimento, o povo, que já antes se compadecia de sua doença, passou a chamá-la de a “Mãe dos Brasileiros”. Uma história importante que poderá ser retratada nas novas exposições do Museu.