A Rede InterAmericana de Academias de Ciências (Ianas), da qual a Academia Brasileira de Ciências (ABC) faz parte, divulgou um comunicado condenando a escalada autoritária que vem ocorrendo na Nicarágua desde 2018. A presidente da ABC, Helena Bonciani Nader, é co-presidente da Ianas.
Há um ano, a Academia de Ciências da Nicarágua foi fechada por um Decreto Legislativo aprovado pela assembleia nacional do país, dominada por apoiadores do governo de Daniel Ortega. A medida ainda afetava outras 50 organizações da sociedade civil e se somava a outras investidas do governo contra direitos civis no país. Em novembro de 2021, Ortega se reelegeu presidente após prender outros sete candidatos que lhe faziam frente, o pleito não foi considerado legítimo pela comunidade internacional americana.
Cientistas e acadêmicos estão entre os principais alvos da repressão, com universidades sendo fechadas por todo o país. A Agência das Nações Unidas para refugiados estima que mais de 100 mil nicaraguenses já pediram asilo em outros países. Entre os exilados, está a então presidente da academia nicaraguense, Maria Luisa Acosta. Desde então, centenas de outras vozes dissidentes já tiveram cidadania cancelada e foram presos ou expulsos do país.
O comunicado da Ianas se soma a outros apelos da comunidade internacional pelo cessar imediato da repressão e a reconstrução de um Estado democrático e de direito no país.