O Acadêmico Ricardo Galvão, presidente do CNPq, concedeu entrevista para o Jornal da Unesp. Confira:
A impressão que se tem ao final de 50 minutos de entrevista com o professor Ricardo Galvão é de que, com menos de dois meses no cargo, o novo presidente do CNPq tem se esforçado para administrar as restrições orçamentárias e a ansiedade da comunidade científica. “É ingênuo pensar que vai entrar um novo governo e resolver logo todos os problemas”, desabafa.
A inquietação dos colegas é compreensível. Ao longo da última década, o principal órgão responsável pelo financiamento da ciência brasileira sofreu com sucessivos cortes no orçamento e viu seu quadro de servidores ser reduzido pela metade. Após tomar posse, em 17 de janeiro, entretanto, Ricardo Galvão se surpreendeu positivamente com o que viu. “O CNPq tem um corpo de servidores de carreira muito qualificado e que procurou sempre sustentar o funcionamento do órgão”, afirmou.
Para quem tem mais de cinco décadas dedicadas à ciência e poderia estar pensando em desfrutar a aposentadoria, os últimos anos do físico foram bastante movimentados. Em 2019, entrou em atrito com o governo Bolsonaro ao defender o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) de ataques referentes aos dados do desmatamento na Amazônia. Acabou demitido. Em 2022, aceitou o convite de Marina Silva para se candidatar a deputado federal nas eleições, tateando essa área ainda pouco conhecida pelos cientistas, a política. Agora, o físico assume a gestão do CNPq após anos de desestruturação.
Todos esses temas foram tratados pelo professor da USP na entrevista concedida ao Jornal da Unesp pouco antes da Aula Magna proferida no último dia 10 de março, no Instituto de Física Teórica (IFT) da Unesp. Galvão ainda falou sobre as primeiras ações da gestão, os planos em busca de maior igualdade de gênero e raça na distribuição de bolsas, e os critérios de avaliação da agência.
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