Confira trechos do artigo escrito pela Acadêmica Débora Foguel e pela ex-reitora da Unifesp Soraya Smaili, publicado na coluna do jurista Conrado Hübner Mendes na Folha de S. Paulo. O espaço foi cedido como parte da campanha #ciencianaseleições, que busca dar visibilidade para temas relacionados ao processo científico.

No último dia 26 de junho, Gilberto Gil completou 80 anos e fomos nós que ganhamos um presente, seu artigo “Brilho da ciência e da cultura vai nos tirar da escuridão”. Gil defende que cientistas e artistas comungam de fazeres comuns: desbravam o desconhecido, esquadrinham os mistérios do universo e da alma, imaginam mundos distintos e futuros possíveis. Ciência e cultura nos ajudam a enxergar e reencontrar nossa humanidade, ingredientes necessários para desenhar um novo projeto de país.

É nas universidades que as energias criativas da ciência, da arte e da cultura se encontram e se misturam num ambiente diverso e plural, gerador de ideias, forças e vidas. São essas instituições que teimam em persistir e resistir a esses tempos sombrios e a seus cavaleiros do apocalipse que pregam o descaso, o desmando, o desmonte.

Em 2022, após três anos de grandes perdas, muitas universidades federais já anunciaram que não terão recursos para deixar suas portas abertas até o fim do ano e as salas de aula ocupadas presencialmente, bem como manter em atividade os laboratórios e grupos de pesquisa, os hospitais que atendem à população doente pelo Sistema Único de Saúde e os projetos de extensão que levam a universidade para além-muros.

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No Mês da Ciência, o Sou_Ciência, em parceria com o Instituto Serrapilheira, lança um painel que evidencia a derrocada do financiamento e deterioração das estruturas dessas mesmas universidades federais e institutos de pesquisa.

Apesar do dinheiro curto, é de fato impressionante tomar conhecimento da riqueza de ações que as universidades promoveram durante a pandemia, capilarizando suas iniciativas pelos vazios do país, batendo na porta dos invisíveis e levando informação confiável a favor da vida ao longo de dois anos de trabalho, de soluções baseadas em evidências científicas e necessidade. Esse esforço e apoio solidário, somado àquele dos profissionais de saúde e do SUS, foram reconhecidos pela sociedade brasileira, mas não pelo governo federal.

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Nem todas as luzes foram apagadas. As muitas que sobraram, felizmente a maioria, servem de farol para nos guiar de volta ao caminho do desenvolvimento e ao encontro de um novo Brasil, onde educação, ciência e cultura sejam prioridades.


Leia a coluna completa na Folha de S. Paulo.