Em sua 34º edição, o Prêmio Almirante Álvaro Alberto para a Ciência e Tecnologia será concedido, este ano, para o químico Jailson Bittencourt de Andrade, professor aposentado da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e atuante no Centro Universitário Senai-Cimatec. O prêmio, uma parceria do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Ministério da Ciência Tecnologia e Inovações (MCTI) com a Marinha do Brasil, é um dos maiores reconhecimentos a pesquisadores e pesquisadoras do país, concedido anualmente a uma das três grandes áreas do conhecimento, em sistema de rodízio. Em 2022, a premiação contempla a área de ciências exatas, da Terra e engenharias.
 
Jailson Bittencourt durante seminário de avaliação do Programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia do CNPq. Foto: CNPq/Divulgação

Apreciador de uma boa leitura, fã de dar aulas, de pescar e de navegar, é um dos importantes nomes da pesquisa brasileira. O Prof. Jailson Bittencourt de Andrade é bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq e, atualmente, coordena o INCT em Energia e Ambiente do programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia, do CNPq/MCTI, e o Estudo Multidisciplinar da Bahia de Todos os Santos – Projeto Kirimurê, estudo planejado para durar 30 anos e que no momento está no 15º ano, sem interrupção.

Licenciado, bacharel e mestre em química pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), obteve seu doutorado em ciências pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Em 1988, realizou estudos de pós-doutoramento no Laboratório Nacional Brookhaven, em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Atua em pesquisa científica envolvendo a química inorgânica, química analítica, química ambiental e energia e combustíveis.

Recebeu a Ordem Nacional do Mérito Científico do Governo Brasileiro em duas ocasiões: em 1998, no grau Comendador, e em 2009, no grau Grã-Cruz. Recebeu a Medalha Fritz Fiegl (2004), do Instituto de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IQ-UFRJ), e, em 2013, deu nome a um novo laboratório na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), o Laboratório de Cromatografia Prof. Dr. Jailson Bittencourt de Andrade.  Além disso, recebeu a inédita medalha dos 70 anos da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), instituição na qual fez o doutorado. A homenagem foi dada a professores de cada setor da instituição, com exceção de Jailson, escolhido pelo Departamento de Química como ex-aluno.

É membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e é fellow da Real Sociedade de Química do Reino Unido (RSC), além de possuir associações com a Sociedade Brasileira de Química (SBQ), a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Sociedade Americana de Química (ACS, na sigla em inglês).

Jailson foi presidente da Sociedade Brasileira de Química (SBQ), recebeu a Medalha Simão Mathias. Em 2016, a SBQ criou o Prêmio QNInt “Jailson Bittencourt de Andrade”, que é conferido a professores e estudantes que tenham contribuição original e criativa para a formação do químico, sob forma de texto, experimento, vídeo, música ou imagem, compreendendo todas as áreas da química.

O CNPq é parte relevante da trajetória do pesquisador. Jailson tornou-se bolsista de Produtividade em Pesquisa (PQ) em 1988, no nível 2C, e, desde então, mantém a bolsa PQ, atualmente na categoria mais alta, 1A, nível em que se encontra há cerca de 20 anos.

“Em resumo, desde 1988 o CNPq me apoiou com inúmeros projetos de pesquisa individuais e coletivos, sendo o do Programa INCT o mais relevante e de grande abrangência nacional envolvendo grupos de pesquisas importantes das regiões NE, CO, SE e Sul. Agora, culminando neste reconhecimento máximo do CNPq a um pesquisador, que é o Prêmio Almirante Álvaro Alberto!!”, celebrou Jailson.

Esta semana, o Prof. Jailson foi eleito vice-presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC) para o período 2022-2024.

O Prêmio

O Prêmio Almirante Álvaro Alberto para Ciência e Tecnologia leva o nome do fundador e primeiro presidente do CNPq e foi instituído em 1981. É atribuído ao pesquisador que tenha se destacado pela realização de obra científica ou tecnológica de reconhecido valor para o progresso da sua área. O vencedor recebe medalha e diploma e R$ 200 mil em espécie, oferecidos pelo CNPq e MCTI, além de uma visita ao Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (ICT) e uma viagem à Antártica, a critério do agraciado, oferecidas pela Marinha do Brasil.

A cerimônia de premiação acontecerá durante a posse dos novos membros da Academia Brasileira de Ciências (ABC) no dia 4 de maio, no Museu do Amanhã (RJ).