A ciência do mundo inteiro ainda enfrenta um abismo no caminho pela igualdade de gênero, mas vem lutando a cada ano para mudar esse cenário. Por isso, a Unesco celebra, em 11 de fevereiro, o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, uma data criada em 2015 para mostrar que o gênero não define quem pode ser cientista.  

Dados da Unesco estimam que apenas 30% das cientistas do mundo sejam mulheres. No Brasil, a proporção é semelhante: as mulheres representam menos de um terço (26%) dos profissionais do mercado de STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática, na sigla em inglês), segundo estudo do ano passado coordenado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em programas de pós-graduação, a igualdade também ainda não foi alcançada. Um estudo do Grupo de Estudos Multidisciplinares de Ação Afirmativa (Gemaa), com base em dados da Capes, identificou que apenas 42% dos 105.575 docentes ligados a cursos de mestrado e doutorado são mulheres. 

Atenta às urgências e tendências da ciência, a Academia Brasileira de Ciências (ABC) vem trabalhando na dura tarefa da busca por igualdade de gênero. Em 2021, pela primeira vez na história, a Academia Brasileira de Ciências (ABC) elegeu mais mulheres que homens como novos membros titulares, ou seja, os que passam a integrar o quadro titular de acadêmicos. A posse oficial dos novos Acadêmicos é sempre durante a Reunião Magna da ABC, em maio de  2022.

Na categoria, foram escolhidos 13 nomes, dos quais oito são mulheres: Débora Peres Menezes, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC);  Liane Marcia Rossi, da Universidade de São Paulo (USP); Ana Tereza Ribeiro de Vasconcelos, do Laboratório Nacional de Computação Científica do Rio de Janeiro (LNCC/ RJ); Thereza Christina Barja Fidalgo, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj); Ester Cerdeira Sabino, da USP; Fatima Maria de Souza Moreira, da Universidade Federal de Lavras, em Minas Gerais (UFLA); Claudia Lee Williams Fonseca, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e Niéde Guidon, da Fundação Museu do Homem Americano, no Piauí (FUMDHAM/ PI). 

A ABC também tem abordado o tema dentro da série de vídeos animados ​​#CiênciaGeraDesenvolvimento, com episódios que contam a trajetória de acadêmicas como a agrônoma Veridiana Victoria Rosseti e a engenheira agrônoma Johanna Döbereiner

“O mundo precisa da ciência e a ciência precisa das mulheres”. Vamos em frente!