Confira a matéria veiculada no G1 e no Jornal Nacional de 26/01 sobre as repercussões da nota técnica antivacina e pró-hidroxicloroquina do Ministério da Saúde. O Acadêmico Luiz Carlos Dias foi entrevistado e fez duras críticas ao Ministério.

O Ministério da Saúde publicou uma nova nota técnica para substituir a da semana passada com orientações sobre tratamento da Covid. Mas continua lá a defesa da cloroquina, que foi o principal alvo das críticas dos especialistas e entidades médicas.

A nota técnica de sexta-feira (21) dizia que a hidroxicloroquina, que a ciência já descartou, é eficaz e condenava a vacina, que a ciência atestou.

Num quadro com o título “Tecnologias em saúde propostas para Covid”, fazia uma comparação entre o kit Covid e a vacina. Nos quesitos que perguntavam se há demonstração de efetividade em estudos controlados e randomizados – quando parte dos voluntários recebe medicamento e a outra parte, placebo – e se há demonstração de segurança em estudos experimentais e observacionais, as respostas eram “sim” para hidroxicloroquina e “não” para vacinas.

As reações foram imediatas. Logo após a publicação, entidades médicas fizeram duras críticas. A Associação Médica Brasileira chegou a dizer que o documento constitui afronta grave ao enfrentamento da pandemia.

O Ministério da Saúde revogou a nota de sexta-feira por considerar que ela ensejou incorretas interpretações e publicou nova retirando o quadro comparativo. O texto em que defende o uso da hidroxicloroquina foi mantido.

Na prática, ao retirar apenas a tabela, o ministério manteve a posição que o governo adota desde o início da pandemia, em afronta à ciência e às orientações da Organização Mundial da Saúde e das agências de saúde do mundo todo, e ainda desconsidera o resultado dos estudos encomendados pelo próprio ministério para a Conitec – a comissão que auxilia o governo na adoção de políticas públicas. Depois de meses de estudos, a Conitec rejeitou o uso do kit Covid. Especialistas afirmam que o texto publicado nesta quarta continua absolutamente sem nenhum respaldo científico.

Afronta à inteligência dos cientistas brasileiros, dos pesquisadores na área de saúde, de todas as sociedades médicas. Voltar a falar em hidroxicloroquina hoje, gente, depois do sucesso das vacinas, mostra que o Ministério da Saúde está se afastando da ciência, da informação correta, está se afastando da verdade. Essa nota vai totalmente na contramão da ciência, da defesa da vida, daquilo que está pregando a Organização Mundial da Saúde. Está indo contra todas as sociedades científicas e médicas brasileiras e mundiais. Parece que, infelizmente, não há limite para o charlatanismo no país”, diz o professor Luiz Carlos Dias, membro titular da Academia Brasileira de Ciências.

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Nesta quarta, a ministra Rosa Weber deu prazo de cinco dias para que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e o secretário apresentem explicações. O Ministério da Saúde disse que vai se manifestar dentro do prazo.

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Leia a matéria completa, com vídeo da matéria, no G1.