A bióloga Mercedes Bustamante, membro titular da ABC, foi entrevistada na edição de 10 de janeiro do podcast “O Assunto”, do G1. A pauta foi a crescente destruição do Cerrado, segundo maior bioma da América do Sul, que se estende por mais de 2 milhões de quilômetros quadrados.
O monitoramento do bioma, feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), corre o risco de ser descontinuado a partir de abril. Os R$ 2,5 milhões anuais necessários para a operação ainda não têm previsão de serem repassados pelo governo federal. Bustamante classificou o fim do monitoramento como “falta de visão estratégica” e danoso para a imagem do Brasil no exterior.
Durante o podcast, a Acadêmica salientou a importância do bioma no ciclo hídrico. “O cerrado contribui diretamente para 8 das 12 regiões hidrográficas brasileiras, está no coração do país distribuindo água para as diferentes partes”. Também lembrou que o bioma é a savana com maior biodiversidade do planeta.
Bustamante explicou que a substituição da vegetação nativa por monoculturas afeta a absorção de água pelo solo, impactando na dinâmica hídrica do bioma. Por fim, afirmou que a expansão da fronteira agrícola nas regiões entre os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia é um “tiro no pé” e contribui para intensificar os períodos de estiagem.