A série de Mentorias da ABC em 2021 chegou ao fim no dia 8/12, quarta-feira, com um debate sobre o tema “Funding and Opportunities for Collaboration in USA and United Kingdom” (Financiamento e Oportunidades de Colaboração nos Estados Unidos e Reino Unido). Para debater esse tema, a moderadora Jaqueline Mesquita (membro afiliado da ABC) conversou com representantes das principais instituições de financiamento de estudos em ambos países: Luiz Loureiro apresentou a metodologia da norteamericana Fulbright, onde atua como diretor executivo; e Ryan Ahmed, gerente de International Grants da The Royal Society, contou um pouco mais sobre o processo seletivo da britânica.

 

Por dentro dos processos seletivos da Fulbright

O Programa de Intercâmbio Educacional e Cultural do Governo dos Estados Unidos da América foi criado em 1946, por lei do Senador J. William Fulbright. Atualmente chamado apenas de Fulbright, a organização tem como objetivo proporcionar um mútuo entendimento entre Estados Unidos e Brasil, através da troca de conhecimento, da diplomacia e do diálogo. Seu foco é atuar em qualquer discussão relevante sobre cooperação bilateral e acadêmica entre as duas nações.

Com uma política de governança binacional balanceada, composta por 6 representantes de cada país, o programa é custeado por meio de incentivos do governo e das embaixadas, uma vez que há uma forte parceria entre os três pilares.

A Fulbright incentiva o surgimento de novas lideranças científicas em diferentes níveis e áreas, fornecendo cerca de 230 novas bolsas para estudantes por ano. Esses incentivos são distribuídos entre diferentes níveis de estudo, incluindo doutorado sanduíche, professor sênior, desenvolvimento profissional. O processo para concorrer a uma vaga é longo, mas vale a pena: a primeira fase é aplicar o projeto na chamada disponibilizada pelo programa. Depois basta prestar atenção às fases seguintes, que incluem peer review e entrevista. É necessário residir no Brasil durante todo o processo seletivo. Para saber quais editais estão abertos e quais virão a abrir futuramente, visite o site da Fulbright.

Do montante de 387.416 bolsas concedidas ao redor do mundo desde seu surgimento, 4.923 foram concedidas para brasileiros estudarem nos EUA.

 

As oportunidades para estudar no Reino Unido

Ahmed expôs os três principais braços do plano estratégico da The Royal Society para 2017-2022, sendo eles: promover excelência em ciência, apoiar colaborações científicas internacionais e demonstrar a importância da ciência. Suas principais modalidades de financiamento duram entre 3 meses e 2 anos, sendo oferecidas bolsas de até 12 mil euros.

O processo seletivo é constituído por 5 fases: aplicação, critérios de elegibilidade, peer review, debate, decisão. Já os quesitos mais analisados pelos avaliadores são o mérito científico, validade das hipóteses e criatividade. Para saber quais chamadas estão abertas, visite o site da Royal Society.

 

Após a apresentação dos programas, os afiliados tiveram aproximadamente uma hora para solucionar dúvidas com Loureiro e Ahmed. As principais questões foram sobre a competitividade das bolsas (se brasileiros competem entre si, apenas, ou com estrangeiros também), que tipo de experiências prévias são mais valorizadas pelas instituições e, claro, oportunidades para jovens cientistas – o público-alvo das Mentorias da ABC. Apesar de a maioria das bolsas da Fulbright serem para pesquisadores com pelo menos 7 anos pós-término do doutorado, Loureiro afirma que há sim, oportunidade de crescimento para jovens cientistas, que ainda estão cursando o doutorado ou iniciando-o agora. Quanto à competitividade, a maioria dos programas de ambas instituições não são abertos para todos os países, sendo direcionados para um país específico.