Diante das dimensões da Covid-19, o papel da ciência ganhou relevância nos mais variados estratos da população brasileira e mundial. De outro lado, porém, a ocorrência da pandemia desencadeou um movimento sem precedentes de descrédito da ciência, com a criação abundante de fake news.

Esse conflito foi uma das motivações para a realização do 1º Congresso Brasileiro de Divulgação Científica, que ocorrerá de 27 a 30 deste mês, totalmente gratuito e online.  O tema central é “Divulgação Científica e negacionismo em tempos de desinformação”.

O objetivo do evento é ampliar o debate sobre a ciência e a divulgação científica e promover o diálogo entre seus agentes – jornalistas de todas as áreas, cientistas, professores, divulgadores, pesquisadores e estudantes. A programação será preenchida com palestras, mesas-redondas, apresentação de trabalhos e de cases, minicursos e homenagens a jornalistas científicos e pesquisadores-divulgadores já falecidos.

Entre os palestrantes estarão Renato Janine Ribeiro, presidente da SBPC; Natália Pasternak, presidente do Instituto Questão de Ciência (IQC); Margareth Dalcolmo, pesquisadora da Fiocruz; Claudia Collucci, jornalista da Folha de S. Paulo; Wilson Bueno, jornalista de ciência e professor sênior da USP; Carlos Vogt, ex-reitor da Unicamp e coordenador do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor/Unicamp); Hugo Aguilaniu diretor presidente do Instituto Serapilheira; Douglas Falcão Silva, presidente da Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciência (ABCM), entre outros cientistas e jornalistas que são referência em pesquisa e em divulgação científica.

O congresso é organizado pela Acadêmica Agência de Comunicação, especializada na divulgação de ciência, tecnologia e inovação, com sede na cidade de São Paulo, e tem o patrocínio da Agência Fapesp, do Instituto Serrapilheira, da Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia (FDTE) e do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM). A iniciativa tem o apoio da Academia Brasileira de Ciências, SBPC, USP, Academia de Ciências do Estado de São Paulo, Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor/Unicamp) e das sociedades de âmbito nacional de Biologia Experimental, Química, Matemática e Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom). Tem o apoio também da Agência Bori, RedeComCiência e Jornalistas & Cia.

Reflexões, formação e práticas

Para seu idealizador e coordenador, o jornalista e diretor da Acadêmica José Roberto Ferreira, o propósito maior da iniciativa é contribuir para o incremento da comunicação pública da ciência no Brasil. “Queremos que a divulgação científica tenha no congresso um meio para apuração de seus desafios, propostas para o seu enfrentamento e incentivo para a sua prática, considerando tanto jornalistas, cientistas e pesquisadores como instituições de pesquisa e empresas de comunicação”.

No dia 27, haverá atividades a partir das 19h. Nos três dias seguintes, nas manhãs, tardes e noites. A programação está organizada em três eixos:  história e reflexões sobre a DC no Brasil; formação de pessoas para atuar em DC; e práticas em DC. Haverá quatro mesas-redondas exclusivas sobre a pandemia. 

O que dizem jornalistas e cientistas

“É um evento inédito e importante”, avalia a cientista biomédica Helena Nader, vice-presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e Presidente de Honra SBPC. “O congresso vai trazer para a sociedade não só o olhar do cientista, mas também dos envolvidos na divulgação científica, como jornalistas e divulgadores. Espero que seja um marco”. Para Helena Nader, a pandemia mostrou a importância da divulgação científica, e a divulgação, por sua vez, tem mostrado aos jovens as profissões e atividades ligadas à ciência.

“O momento é absolutamente relevante; esse debate tem que ser ampliado para unir as áreas acadêmica e profissional e enfrentarmos esta avalanche de desinformação”, diz o jornalista Wilson Bueno, professor da USP e autor da primeira tese no Brasil sobre jornalismo científico. Bueno participa do “Diálogo entre gerações” na noite de abertura do congresso, quando debaterá com a jornalista Luiza Caires, editora do Jornal da USP e da newslewtter Polígono.

Para a química Vanderlan Bolzani, presidente da Academia de Ciências do Estado de São Paulo (Aciesp), a divulgação científica é capaz de minimizar as distorções do negacionismo e da desinformação, como as falsas informações divulgadas sobre a cloroquina. “Em determinados momentos da história, a divulgação científica se faz mais importante. Neste momento de pandemia, ela ganhou maior destaque. E é bom lembrar que o negacionismo não existe só no Brasil”, observa.

Helena Nader e Vanderlan Bolzani farão a abertura oficial do 1º CBDC, no dia 27/09, às 19h, juntamente com José Roberto Ferreira.


1º Congresso Brasileiro de Divulgação Científica (CBDC)

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