Confira trechos da matéria do Valor Econômico, publicada em 28/4, com entrevista do pesquisador Fábio Klamt, responsável por estudo que utiliza o plasma de imunizados para o tratamento precoce de pacientes com COVID-19 leve. A pesquisa foi apresentada por Klamt na 35ª edição do Webinários da ABC, com o tema “Soro hiperimune, plasma convalescente e imunoterapia para a Covid-19“, em 27/4. Acesse aqui a transmissão completa pelo Youtube.
Pesquisadores do Rio Grande do Sul vão estudar a eficácia do plasma – a parte líquida do sangue – de pessoas já vacinadas para tratar doentes de covid-19. A ideia é que, ao transferir anticorpos de uma pessoa para outra, o tratamento estimula a resposta imune e pode prevenir formas mais graves da doença, além de reduzir a necessidade de internações.
Segundo o pesquisador Fábio Klamt, do Departamento de Bioquímica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que coordena o projeto, o plasma de pessoas vacinadas pode ser mais eficaz que o plasma convalescente, que é retirado de indivíduos recuperados da doença, este um procedimento autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e que vem sendo usado em alguns hospitais.
Segundo Klamt, a experiência com o plasma convalescente mostra que essa terapia pode impedir a progressão de 70% dos casos para formas mais graves da doença e reduzir a mortalidade em 50%. “Esperamos melhorar esses indicadores com o plasma de vacinados”, diz. Esses resultados foram alcançados usando-se a terapia em doentes já em estado grave e, por isso, a ideia do estudo é aplicar o plasma de vacinados na fase inicial da doença, em até 72 horas do início dos sintomas.
Outra variável que deve determinar a eficiência do tratamento é a quantidade de anticorpos presentes no plasma, que precisa ser grande, o que é mais provável de ocorrer em pessoas vacinadas. Segundo o pesquisador, os estudos de fase três das vacinas Coronavac e AstraZeneca registraram o chamado plasma hiperimune, com alto número de anticorpos.
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