No dia 14 de janeiro, as Conferências Banting, ciclo de palestras semanais do Programa de Pós Graduação em Ciências Farmacêuticas (PPGCF) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), recebeu os membros afiliados da Academia Brasileira de Ciências (ABC), professores Marcelo Alves da Silva Mori (Unicamp) e Rodrigo Nunes da Fonseca (UFRJ). A mesa redonda foi moderada pela professora Claudia Pinto Figueiredo, do PPGCF da UFRJ, que foi também afiliada à ABC (2014-2019).

Os três jovens pesquisadores debateram sobre os desafios impostos pela pandemia e os resultados das iniciativas cientificas de combate ao COVID-19 capitaneada pelos jovens docentes.

Marcelo Mori é o coordenador da Força-Tarefa Unicamp contra a COVID-19. Ele destacou a importância da grande colaboração entre os grupos brasileiros, e desses com grupos de pesquisa no exterior, em contraponto à competição direta. Para Mori, a pandemia de SARS-CoV2 trouxe a necessidade de respostas rápidas para o desenvolvimento urgente de diagnósticos mais eficientes e baratos, de acompanhamento epidemiológico do vírus e de pesquisas básicas e aplicadas sobre a natureza dessa nova doença. Somado à alta competitividade na área e escassez de recursos, a colaboração foi essencial para a velocidade nos avanços no combate à COVID-19.

Rodrigo Fonseca é diretor do Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade (Nupem/UFRJ), em Macaé. Ele coordenou a testagem ampla realizada por meio de parceria do Nupem com a Prefeitura local e destacou o grande valor das doações feitas por pessoas físicas e por empresas para os fundos para as ações contra o novo coronavírus. O dinheiro permitiu a compra rápida de equipamentos que aceleraram o ritmo e aumentaram a capacidade da testagem da população sintomática, além de permitir o avanço na vigilância epidemiológica, incluindo sequenciamento do vírus. Além disso, o gerenciamento dos fundos por Fundações Universitárias (a Coppetec, no caso do Nupem) permitiu um uso ágil e menos burocratizado dos recursos.

Tanto Mori quanto Fonseca concordaram que esses legados devem servir de aprendizado para a ciência brasileira e serem incorporados à rotina pós-pandemia.

Assista ao debate no canal do YouTube do PPGCF.