Leia matéria de Reinaldo José Lopes para Folha de S.Paulo, publicada em 31/3/2020:

Com a ajuda de pacientes cujo organismo já derrotou o novo coronavírus, cientistas coordenados por um pesquisador brasileiro vão tentar produzir anticorpos contra o Sars-CoV-2 em laboratório. Se tudo der certo, as moléculas poderiam defender as células de pessoas recém-infectadas pelo vírus, sem que o corpo delas precisasse aprender a contra-atacar sozinho.

O imunologista [e membro correspondente da ABC} Michel Nussenzweig, da Universidade Rockefeller, em Nova York, conta que sua equipe já conseguiu recrutar para o estudo 32 pessoas que se curaram da Covid-19. O objetivo é chegar a cerca de cem voluntários, que doarão seu sangue, contendo células e anticorpos produzidos naturalmente para enfrentar o coronavírus. (…)

“É praticamente certo que o nosso alvo serão os anticorpos que neutralizam a proteína da espícula do vírus [uma espécie de gancho bioquímico]. Como esse é o caminho que ele usa para invadir as células, é a abordagem que faz mais sentido”, explicou Nussenzweig, que nasceu em São Paulo e foi para os EUA no começo da adolescência com os pais, também cientistas, pesquisadores de ponta no estudo da malária —a mãe, Ruth, foi autora de uma descoberta fundamental para o desenvolvimento da vacina contra a doença. (…)

“Tenho a esperança de que o Brasil consiga levar em conta as lições da pandemia a partir da experiência de outros países. As pessoas precisam perceber que, uma vez que esse negócio começa a se espalhar, é muito difícil detê-lo quando não se leva o distanciamento social a sério”, diz o pesquisador.

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