Confira a carta escrita pelo Acadêmico e diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner, publicada na seção “Leitores” do jornal O Globo, em 1º de janeiro de 2020:
Que ano! Não se pode dizer que tenha sido bom para a ciência, cultura e educação no nosso país. Para o Museu Nacional/UFRJ, foram 12 meses de recuperação e trabalho árduo, depois da cruel tragédia de 2018. Muitos foram os avanços: conquista de um terreno da União para as novas instalações laboratoriais, esforço quase insano de aplicação de necessários recursos que se “esvairiam” ao final do ano e múltiplas ações mirando no futuro. Futuro esse que chega com o ano novo e que será de definição para a instituição.
A meta é entregar parte do palácio incendiado no ano do bicentenário da independência do país, em 2022. Como dizemos: sem o Museu Nacional, a festa será incompleta. Já imaginaram o “papelão” de comemorar essa data significante, tendo o local onde “tudo começou” fechado? O corpo social do Museu está se preparando: o resgate de peças dos escombros tem revelado verdadeiros tesouros julgados perdidos; até mesmo a Luzia, essa grande brasileira que já viu de tudo, foi recuperada!
Mas agora falta a sua restauração. Uma campanha de arrecadamento de fundos para o reparo do acervo resgatado que fará parte das novas exposições foi feita ao final deste ano, obtendo muito sucesso! Tudo demonstrando que é possível abrir o Palácio em 2022! Basta que os atores, alguns com poder decisório maior até mesmo do que o próprio Museu, se dediquem a essa tarefa. Um desafio e tanto, que, ao ser alcançado, será uma grande conquista e demonstração singular de superação por parte do nosso país! 2020 será um ano crucial para o Museu Nacional. Que venha, trazendo sabedoria e bom senso para todos!