Médico pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com mestrado em ciências biológicas/biofísica e doutorado em ciências biológicas/imunologia, ambos pela UFRJ, George Alexandre dos Reis fez estágio de pós-doutorado no Instituto nacional de Alergias e Doenças Infecciosas (NIH), nos EUA. Foi professor visitante do Howard Hughes Medical Institute (EUA), fellow da Fundação Guggenheim e presidente da Sociedade Brasileira de Imunologia (2002-2003).

George dos Reis era professor titular de Imunologia da UFRJ, desde 1992; Cientista do Nosso Estado pela Faperj, desde 1999; e bolsista de Produtividade Sênior do CNPq, desde 2015. Era membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e da Academia de Ciências do Mundo em Desenvolvimento (TWAS). Recebeu a comenda da Ordem Nacional do Mérito Científico do Governo Brasileiro em 2002. Atuou como revisor científico de mais de 50 revistas científicas internacionais.

Desenvolvia pesquisas na área de imunologia celular de doenças inflamatórias e parasitárias.

Começou na carreira científica como estagiário de iniciação científica do Prof. Gilberto de Oliveira-Castro, no Instituto de Biofísica da UFRJ. Na pós-graduação, o convívio com o orientador, Prof. Marcello Barcinski, despertou seu interesse pelas células do sistema imunológico. No mestrado, sua pesquisa lhe valeu o Prêmio Lafi de Ciências de 1981 (São Paulo). Já como médico, trabalhou como bolsista da Fundação Fogarty nos Institutos Nacionais de Saúde (NIH), EUA.

Doutor e docente do Instituto de Biofísica, em 1983 formou o seu grupo de pesquisa, publicando trabalhos sobre autorreatividade e regulação imunofarmacológica de linfócitos T. Foi secretário-geral da Sociedade Brasileira de Imunologia e coordenador de Pós-Graduação do Instituto de Biofísica da UFRJ. Em 1987, transferiu-se para o Instituto de Microbiologia da mesma universidade. Coordenou a área biomédica da assessoria à Faperj entre 1988-89. Em 1991, após novo período no exterior e graças ao apoio da Organização Mundial de Saúde (OMS), reestruturou seu laboratório para a pesquisa da imunologia de doenças parasitárias. Em 1992, tornou-se professor titular e livre-docente de Imunologia da UFRJ. Em 1997, retornou ao Instituto de Biofísica, onde chefiava o Laboratório de Biologia Imunitária, orientando pós-doutores, alunos de doutorado, mestrado e iniciação científica. Foi coordenador científico do Instituto de Biofísica, fomentando linhas de pesquisa estratégicas para a instituição. Seus projetos de pesquisa estavam articulados com vários colaboradores nacionais e estrangeiros. Recentemente, vinha contribuindo em diferentes áreas da imunologia de doenças infecciosas. Desde 1985 contribuía para a correta divulgação jornalística da ciência e prestava assessoria científica a agências de fomento nacionais e internacionais. Por cinco anos esteve no comitê assessor de doença de Chagas da OMS, Genebra, ajudando a fomentar a pesquisa na América Latina.

Era um imunologista celular, preocupado com o ensino de pós-graduação e com o futuro da pesquisa multidisciplinar em imunologia no Brasil. Contribuiu para a imunologia brasileira, orientando a formação de inúmeros mestres e doutores. Após anos de luta contra um câncer, faleceu aos 66 anos, deixando uma filha e netos.

A ABC lamenta a perda de um grande cientista e de uma pessoa especial, e cumprimenta a família.