Como muitos meninos brasileiros, o sonho de Ernani de Sousa Ribeiro Júnior era tornar-se jogador de futebol. No entanto, acabou trocando os campeonatos de futsal pela olimpíada de matemática e foi nesta área que decidiu seguir carreira. Hoje, o novo afiliado da Academia Brasileira de Ciências (ABC) entra em campo com a geometria das variedades tipo-Einstein.

Nascido em 1985, na cidade de Teresina, no Piauí, Ernani gostava de praticar esportes desde a infância. Nos intervalos dos estudos – acompanhados de perto pelos pais-, se dividia entre os treinos de futsal e a capoeira. Na escola, suas aulas favoritas eram as de química, biologia e, especialmente, as de matemática.

Decidido pela área desde o ensino médio, em 2003 iniciou a graduação em matemática na Universidade Estadual do Piauí (Uespi). Ainda neste período, cursou algumas disciplinas na Universidade Federal do Piauí (UFPI), que tinham como objetivo a preparação para o curso de verão da Universidade Federal do Ceará (UFC), que selecionava estudantes para o programa de mestrado da universidade. Em 2007, concluiu a formação na Uespi e ingressou  no mestrado da UFC.

O cientista lembra a importância do apoio que recebeu do professor Abdênago Alves de Barros, seu coorientador no mestrado e orientador no doutorado, formação que concluiu em 2011 na UFC. Entre 2014 e 2015, o matemático viajou para os Estados Unidos e lá realizou estágio de pós-doutorado na Universidade de Lehigh, na cidade de Bethlehem, Pensilvânia.

Em 2011, Ernani ingressou na UFC como docente e em 2016 assumiu o cargo de vice-coordenador do curso de licenciatura em matemática da universidade. Além dessas funções, o Acadêmico também trabalha na pesquisa da geometria das variedades tipo-Einstein. Seu grupo de pesquisa busca explicar e provar fenômenos geométricos através de ferramentas matemáticas, analíticas e geométricas. Ele explica: “Tentamos explicar o efeito de métricas especiais sobre a geometria de certos espaços, como por exemplo, espaço-tempo, buracos negros, espaços de Einstein e espaços estáticos”.

Sobre o título de membro afiliado da ABC da Regional Nordeste e Espírito Santo para o período de 2018 a 2022, o matemático se diz muito feliz e honrado. “Eu vejo o título como um reconhecimento pelo trabalho desenvolvido e também como um voto de confiança nas pesquisas que estou a desenvolver”, declarou o Acadêmico.