Os novos jovens cientistas eleitos pela Vice-presidência Regional do Rio de Janeiro da Academia Brasileira de Ciências (ABC) participaram de um simpósio científico no dia 14 de setembro, 6ª feira, na sede da ABC.
O Simpósio teve por objetivo apresentar as pesquisas dos cientistas que passarão a compor, por um período de cinco anos (2018-2022) o quadro de membros afiliados da ABC: Leandro Soter (UFRJ), Miguel Campista (UFRJ), Robert Morris (IMPA), Thiago Venâncio (UENF), e Ulisses Barres de Almeida (CBPF). Este último está nos Estados Unidos, mas mandou um vídeo com sua palestra, em agradecimento à eleição.
A mesa da sessão de abertura foi composta pelo presidente da ABC, Luiz Davidovich; o reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Leher; o reitor da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), Luis Passoni; o vice-diretor do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) e Acadêmico Claudio Landim: e a antropóloga e Acadêmica Yvonne Maggie de Leers Costa Ribeiro, convidada a proferir uma das palestras especiais na ocasião, sobre a importância das ciências sociais.
Davidovich abriu a sessão destacando a importância destes momentos para a ABC. “Quando recebemos vocês, jovens cientistas de excelência, na nossa Casa, estamos celebrando a ciência brasileira, estamos celebrando o futuro do país.”
Na mesma linha, o reitor Roberto Leher apontou a importância simbólica da cerimônia. “Nesse momento de irracionalismo em nosso país, estamos aqui reunidos construindo o campo científico. A ciência, a cultura, a arte e a tecnologia são as nossas possibilidades de pensar o futuro”.
O reitor da UENF declarou o orgulho e alegria da comunidade universitária com a eleição do novo membro Thiago Venancio, professor da instituição. “A UENF completa 25 anos em 2018 e tem uma tradição de ter em seus quadros o maior número de doutores com dedicação exclusiva”, apontou. Luis Passoni acrescentou que nesta fase de difícil sobrevivência das universidades públicas, uma ocasião como essa faz ver que estão no caminho certo.
Cláudio Landim representou o IMPA, que teve um afiliado eleito: Robert Morris. Ele ressaltou que, além de honorífico, o título de membro Afiliado da ABC é também uma responsabilidade. “Convocamos vocês a participar do esforço necessário em prol da ciência brasileira.”
A seguir, os novos membros apresentaram suas pesquisas. Conheça-os melhor nos perfis abaixo.
De hobby à profissão
O químico da UFRJ Leandro Soter pesquisa produtos que possam ter aplicação, trabalhando em conjunto com a indústria farmoquímica.
Fisgado pela ciência
Engenheiro e pesquisador da UFRJ, Miguel Campista estuda a internet das coisas e suas aplicações.
Dois continentes ligados pela matemática
O matemático inglês Robert Morris radicou-se no IMPA, no Rio de Janeiro, e trabalha na área de Combinatória.
Pesquisa: amor à primeira vista
O bioinformata da Uenf Thiago Venancio atua em projetos que aplicam metodologias computacionais para explorar grandes conjuntos de dados biológicos.
Com a cabeça no mundo das estrelas
O astrofísico do CBPF Ulisses de Almeida estuda estuda astronomia de raios-gama de muito alta energia e integra grupos internacionais de pesquisa sobre dados abertos na área.
Após as palestras dos novos membros, o presidente da ABC proferiu palestra sobre “Os desafios da Ciência no Brasil”, que será reportada em duas partes – Parte 1 e Parte 2.
Seguiu-se, então, a cerimônia de diplomação.
As boas vindas aos novos Acadêmicos foram dadas pelo afiliado Boyan Slavchev Sirakov, matemático da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), eleito para o período 2015-2019. Como estrangeiro, nascido na Bulgária, Sirakov declarou que foi uma honra para ele e crê que também é para os novos membros ser eleito para uma Academia tão dedicada e atuante. “Uma das missões dessa Casa é identificar e estimular talentos. Posso dar meu testemunho sobre os esforços da ABC para oferecer-nos boas oportunidades. Aproveitem bem.”
Em nome dos novos membros, falou Thiago Venâncio. Ele agradeceu a grande honra que é essa eleição para a ABC, mas reforçou o que havia sido dito anteriormente na abertura: 10% é honraria, 90% é responsabilidade. Temos que atuar como ‘embaixadores’ nas nossas universidades no sentido de salvaguardar e fazer crescer a pesquisa brasileira.” Lamentou profundamente a perda do Museu Nacional, ocorrida no dia anterior ao Dia do Biólogo, assim como o abandono da Faperj nos últimos três anos. “Precisamos ter força para manter a pesquisa viva e contribuir para que a situação da ciência melhore em nosso país.”
Antes de dar início à entrega dos diplomas, o presidente da ABC fez questão de concluir: “Fazer a boa ciência que vocês fazem nesse país nesse momento é um ato de resistência. Sejam bem-vindos.”
Veja aqui a galeria de fotos do evento.
